2- '... aquele pirralho'

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POV. Damon

Hoje faz três anos que meu irmão morreu.

E mesmo que eu esteja com a humanidade desligada, isso me afeta, pois afinal... Ele é meu irmão.

Lidar com a morte sempre foi fácil pra mim, eu nunca me importei com as pessoas que eu matava.

Pessoas morrem todos os dias, não deviamos ficar sofrendo por isso.

Mas, desse que fui morar em Mystic Falls, ficou cada vez mais difícil que eu conseguisse seguir esse 'lema'.

Elena não me mudou exatamente, ela só me mostrou que eu podia amar, que eu poderia ser perdoado, e que eu poderia ser amado. Ser entendido.

Era tudo o que eu queria. E ela me deu isso.
Eu realmente amei, Elena Gilbert.
Mas, depois que meu irmão morreu junto com meu primeiro amor, no fogo do inferno, meu mundo desabou. Novamente.

Perdi muita gente importante em Mystic Falls, foi la que começou, foi la que terminou.

Decidi dar um basta.

Depois do enterro de Stefan, chamei Elena e eu terminei aquilo.
Falei que seria uma farsa.
E também, eu não poderia ficar com meu irmão na cidade em que ele nasceu e morreu. Morreu diversas vezes, mas saber que agora é definitivo...

Elena compreendeu, fiquei surpreso com seu gesto. Mas logo percebi... Se eu ficasse com ela, ela também se lembraria a todo momento de Stefan. O primeiro amor épico dela.

A despedida foi simples, um beijo na testa e um abraço, eu sabia que no fundo ela não queria que acabasse, mas, ela sabia também que precisava me deixar ir.

Mas, eu não lido bem com a dor, e minha opção foi desligar a minha humanidade.

Foram meses e mais meses, cidades, vilarejos, vilas destruidas.

Sem nenhum ressentimento.
Sem nenhum pesar.

Mas mesmo assim, relembrar a morte do meu irmão... Doi. Minha humanidade tenta voltar, e por isso eu mato 3X mais nos aniversários de morte dele.

Mas isso me custou, me custou muito.

Nunca tive problemas em hipnotizar alguém, e o truque de estar deitado na estrada nunca falha.

Até aquele pirralho aparecer, com aquele sarcasmo todo.

Reviro os olhos ao lembrar.

Quando cheirei seu pescoço senti um cheiro forte... Mas bom ao mesmo tempo. E isso fez com que eu ficasse pertubado. Ninguém cheirava assim, nem mesmo sobrenaturais.

Pra acabar de vez com aquela dúvida, mordi seu pescoço. Ouvir seu grito de desespero foi satisfatório.

Mas estão uma maluca chegou e palavras incompreensíveis foram ouvidas.

E depois, uma dor alucinante.

Não lembro de muito depois, só de muitas luzes prá lá, muitas luzes prá cá, tudo acabando de repente e a última coisa que vi foi o pirralho e o Jeep partirem a toda velocidade pra longe.

Quando acordei, naquela estrada fria e molhada por causa do sereno, percebi uma marca no meu pulso direito. "M.S.".

Ignorei ela.
Não deveria ser nada.

Levantei, e parti para a casa onde eu havia comprado na cidade, mas antes atrai uma garota de uns 17 anos e me alimentei dela.

Depois que cheguei em casa, tomei banho e troquei de roupa, sai pela cidade a procura de minha próxima vítima.

Até que senti o mesmo cheiro de ontem a noite, ele me atraia, e por mais que eu não quisesse segui-lo... Minhas pernas não obedeciam.

Segui o cheiro forte, mas adocicado por alguns minutos, até que parei em frente a uma escola.

E lá, junto com outras pessoas que cheiravam a cachorro, estava o menino da noite anterior.

Seus braços estavam passados por sobre os ombros de uma garota ruiva.

E eu não sei por que, mas a proximidade dos dois me incomodou.

Incomodou muito.

Depois Do Fim - StamonWhere stories live. Discover now