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Nobara odiava noites frias.
Mas isso não era motivo para gostar do vento abafado que batia em seu rosto naquela noite de início de verão. A música no carro tocava alto — por pedido de Itadori, seu amigo de longa data — mas isso não incomodava a ruiva, pelo contrário, só fazia seu corpo entrar no clima da noite agitada que teriam, se tudo por fim desse certo.

– Falta muito para chegarmos? – perguntou a garota para o de cabelo escuro que dirigia

– Eu só estou procurando uma vaga – murmurou Megumi, a voz grave do rapaz invadindo seus ouvidos, causando um leve calafrio

Como resposta, apenas assentiu com a cabeça, voltando a olhar para a janela buscando uma vaga também. Ter Megumi como amigo era um ponto positivo, pois o garoto sempre deixava a voz da razão acima da emoção, o que era o completo oposto da ruiva e do menino de cabelo tingido de rosa no banco de trás. Então em noites de balada e bebedeira, onde ela e o Itadori enchiam a cara, o outro apenas bebia água olhando ao redor, e com isso tinham uma carona segura para casa.

A garota se espreguiçou ao finalmente sair do carro, deixando o vento quente do verão abraça-se seu corpo por inteiro, antes de se virar para os meninos atrás de si, que estavam de mãos dadas esperando para que fossem todos juntos esperar na pequena fila na porta da balada. Um sorriso sincero se formou em seus lábios enquanto os seguia por trás, os dois eram opostos um do outro, um completo clichê entre um extrovertido e um introvertido que se amavam independente das diferenças que carregavam.

Nobara invejava aquilo, de certa forma.

Não que nunca tivesse se apaixonado, esse sentimento lhe percorria mais vezes do que gostaria de admitir, mas nunca dera em nada, ou por não ser recíproco, ou por quê o interesse se desfez tão rápido quando surgiu. A não ser... A não ser por uma pessoa específica que invadia sua mente todas as noites antes de dormir a pelo menos 2 anos, uma pessoa que nunca teve coragem para mandar mensagem ou conversar, apenas admirar de longe.

– Identidade? – perguntou o segurança na porta, tirando a ruiva de seus pensamentos, que o entregou ao homem parecido com um pinguim, os ombros largos e o peito malhado sendo perfeitamente desenhados pela roupa – pode passar

Ela ofereceu o seu sorriso mais gentil, pegando o documento e colocando na pequena bolsa brilhante enquanto entrava no estabelecimento, parando para dar uma última conferida de como estava no corredor espelhado. Seu batom estava ok, a boca sendo perfeitamente desenhada pela cor vermelha, o vestido preto e justo no corpo, curto o suficiente para ser provocativo, mas não o suficiente para que impedisse de se locomover. O casal finalmente passou pela entrada, o moreno tentando acalmar o outro que estava irritado pelo segurança desconfiar de sua idade.

Não demorou para que os três estivessem sentados de frente para o bar, Nobara e Itadori com bebidas cor de rosa gêmeas, enquanto Megumi estava com uma latinha de coca na sua frente. Ela deu um gole no alcoólico na sua frente, que por sua surpresa, era tão doce que era impossível detectar o álcool. E essas bebidas eram as piores, desciam fácil como um refrigerante, e antes que se desse conta, você já estaria tão alterado a ponto de precisar de ajuda para andar em linha reta.

Ela e o de cabelo tingido terminaram dois copos cada nós primeiros 30 minutos, enquanto jogavam conversa fora sobre trabalhos e as fofocas mais atualizadas da faculdade onde estudavam. Esse era seu trio, pareciam pessoas sérias, mas no fundo eram três jovens com a língua afiada demais, somente discretos. Durante esse meio tempo, a ruiva recebeu olhares de flerte de outra pessoa que estava sentada no balcão, apenas algumas cadeiras de distância, ela retribuiu os olhares, erguendo em cumprimento quando o barman colocou o terceiro copo de destilado na sua frente.

Não tinha interesse nenhum no rapaz de cabelo platinado, por mais atraente que o mesmo fosse, e com apenas quatro goles, bateu o copo vazio no balcão, entregando a bolsa para o de cabelo preto, sendo esse o seu único aviso que sumiria pelas próximas horas para dançar. O seu caminhar até a pista de dança foi felino, sentia os olhares curiosos sobre si, sobre seu corpo, sobre as curvas que se destacavam sobre o vestido que tinha escolhido para aquela noite. A ruiva gostava de ter aquele tipo de atenção em alguns momentos.

Shut up and dance ¡Nobamaki Au!Where stories live. Discover now