Capítulo 45

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MATTEO

Me levantei antes de Luna e sai antes de tomar café, precisava tentar resolver o máximo de problemas, principalmente com a máfia americana. Luna era boa demais para entender o real perigo de tudo aquilo, o real perigo que agora mais do que nunca Paul representava principalmente para ela. Ele voltaria, ele viria atrás dela, ele tentaria tira-la de mim e eu o mataria ou morreria antes que isso fosse possível.

Esse simples pensamento de que Paul poderia tirar Luna de mim me provocou sensações estranhas que eu não conhecia. Sensações que tampouco queria ter.

O dia foi bem mais estressante do que costumava ser, quase matei um de meus soldados por sua incompetência na hora de finalizar um serviço que havia passado. Todos estavam notando meu mau humor nítido, mas ninguém além de Luigi teria coragem suficiente me questionando.

- O que foi, cara? - ele perguntou assim que o soldado saiu - Seu mau humor está me contagiando.

- Nada. - eu apenas disse.

- Nada? - Luigi insistiu.

Passei a mão pelo meu cabelo frustrado, as últimas semanas tinham sido estressantes demais, somando a responsabilidade de proteger alguém que se esforçava, mas não entendia de fato o perigo que mesmo pessoas que já foram próximas representavam. Luigi me avaliou como sempre fazia, com sua mania dos infernos.

- Problemas no casamento? - perguntou com irônia.

- Não só no casamento. - respondi vagamente.

- Vá para a casa mais cedo. - Luigi disse sério - Não fará bem algum trabalhando nesse estado de nervosos.

- Não. Eu consigo fazer perfeitamente meu trabalho.

- Mais um minuto com você e perderei minha vida depois de te matar. - Luigi disse. Ele era único que ainda tinha coragem de falar comigo dessa maneira.

- E então você passará mais que um minuto comigo no inferno. - eu sorri - Juntos pela eternidade.

- Estou falando sério, cara. - ele disse - Vá para casa. Eu finalizo o dia.

Não discuti mais com Luigi, apenas aceitei sua sugestão e fui para casa bem mais cedo do que os últimos dias. Bem antes do jantar.

Quando cheguei em minha cobertura, Luna estava no sofá, lendo alguma coisa. Ela me olhou brevemente e então desviou o seu olhar.

- Não achei que fosse chegar tão cedo hoje. - ela disse sem emoção.

- Nem eu. - apenas respondi subindo as escadas para o nosso quarto.

Eu estava tirando o meu terno quando reparei um colar de Luna na pequena mesa ao lado de nossa cama, um colar que desde o dia que nos conhecemos ela não havia tirado ou trocado, nem mesmo no nosso casamento, o que me chamou atenção, pois não passava de um colar barato que contrastava com qualquer outra joia de valor. Estranhei o fato de agora estar em cima da mesinha e não em seu pescoço, fui até ele e o segurei analisando, estava quebrado, de alguma maneira Luna havia quebrado o colar.

O analisei em minha mão, era pequeno e não chamava atenção como os colares que as mulheres em nosso meio costumavam usar, tinha um pequeno pingente em formato de diamante, mas era óbvio que não passava de uma réplica barata. Luna deveria comprar um com diamantes verdadeiros.

- O que você está fazendo? - disse Luna entrando no quarto e me surpreendendo.

- Só estava olhando seu colar, nunca tirou ele do pescoço e agora estava aqui jogado. - eu disse a olhando - Você deveria aproveitar que quebrou e comprar um colar com pedras verdadeiras.

Grávida de Um AssassinoWhere stories live. Discover now