seis

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Harry não conseguia parar de olhar para as mãos dele

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Harry não conseguia parar de olhar para as mãos dele.

Não era nem como se ele estivesse fazendo algo incrível ou muito fora do normal, ele só– ele estava lá. Ele estava com Harry, em carne e o osso e livre escolha. Ele estava em pé, usando uma blusa de Harry e mais nada, os cotovelos apoiados na bancada, o brilho da lua batendo nas costas dele assim como o ar fresco batia na pele dele, um pouco frio, e o deixando todo arrepiado. O fazia parecer suave, uma imagem de delicadeza e leveza e conforto, sossegado como se ele não tivesse um único medo, uma única preocupação. Em uma noite daquelas, com os raios prateados que entravam pela janela deles e o silêncio completo que havia em todo o mundo, parecia que eles não tinham nada com o que se estressar. O cabelo de estava bagunçado, com a mesma textura que nuvens, como se tivesse sido feito só para Harry poder fazer cafuné nele.

Era bobinho e completamente doméstico, nada demais, nada que já não tinha acontecido um milhão de vezes, mas a razão para eles estarem ali aquela hora é que eles tinham caído no sono no sofá. Os dois só tinham ido ver um filme juntos depois de jantar, mas ele sempre acabava dormindo no meio, sempre mesmo, e Harry sempre sorria e acabava indo ficar de conchinha com ele ao invés de prestar atenção na TV. Quando eles acordaram, eles foram para cozinha fazer um pequeno lanchinho da meia noite antes de irem para cama dormir direito. Ele estava segurando uma laranja. Ele estava a abrindo, fresca e colorida, tão devagar e tão cuidadosamente, e Harry não conseguia parar de olhar para as mãos dele.

Elas pareciam as duas coisas mais lindas e mais interessantes em todo o mundo, naquele momento. Harry queria muito só as segurar, o que era um desejo súbito e ilógico e bobinho também, mas não o fazia parar de querer. Só entrelaçar os dedos dos dois ou só brincar com os dedos dele distraidamente, carinhosamente. Só beijar elas todas e traçar a linha da vida na palma dele, sentir o calor que emanava dela ou, se ela estivesse fria, a passar um pouco do seu próprio calor. Seria fácil, mas parar de o encarar parecia a pior coisa do mundo, então Harry resolveu deixar para depois. Para quando eles estivessem deitados de novo e ele pudesse o segurar com toda a delicadeza e a urgência e a tranquilidade no mundo. Tudo que ele merecia.

É, isso parecia uma boa ideia.

Harry, cansado e com os olhos se fechando quase por vontade própria, passando um pouco de frio também, não conseguia parar de sorrir – um sorriso sonolento, sem sombras de dúvidas, mas quando ele olhou para cima e o viu, o fez sorrir também, um pouco afiado, um pouco brincalhão.

"Viu algo que gostou, Potter?"

Harry revirou os olhos, bocejando e se balançando um pouco na cadeira onde estava sentado, para esquentar os braços. "Sério, amor?"

"Só tô falando." Ele deu de ombros casualmente, enfiando um pedaço da laranja na boca. O sorriso dele persistiu, como ele todo sempre persistia. "Um pouco vergonhoso da sua parte ser pego me encarando tão descaradamente."

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⏰ Last updated: Jun 17, 2021 ⏰

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