Meu Serial Killer || Kai Parker

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Era festa de fim de ano, todos deveríamos estar isolados em casa por causa da pandemia. Mas minha família insistiu em se juntarmos todos na minha casa, para um churrasco.

Estavam todos conversando e comendo, enquanto eu mexia no celular em um canto qualquer da casa. Tinha que manter meu papel de adolescente anti-social da família, enquanto minha prima Luiza era aquela que todos amavam.

— Nossa a Luiza tá linda, aposto que o pai deve ter que ficar de olho por causa dos namoradinhos. — Disse uma das minhas tias e eu revirei os olhos.

— Não tia, credo. — Exclamou Luiza rindo. — Namorar não é pra mim, odeio ter que ficar dando satisfação da minha vida para outras pessoas!

— Continue pensando assim, não tem idade mesmo. – Disse minha tia e ela assentiu.

Quando me deparo Luiza está na minha frente me encarando.

— O que foi? – Pergunto me forçando a dar um sorriso.

— Quer ir ali com a gente? vamos fumar um narguilé...

— Não, obrigada. – Digo e volto a mexer no celular.

Não me levem a mal, eu sei que ela parece estar sendo gentil. Mas ela só é assim na frente dos outros, porque ela é metida e arrogante, na escola ela tinha vergonha de ser vista perto de mim. E sinceramente foi melhor assim.

— Aí Madrinha eu tentei, a S/N não quer soltar o celular. – Ela disse para minha mãe e logo saiu para os fundos.

Minha mãe se aproximou de mim e sentou do meu lado, me encarando feio.

— Olha, a Luiza é tão educada e simpática. E você fica aí emburrada, fala com os outros. Por que não vai lá fora com ela?

— Quer que eu vá fumar?

— Não! — Ela exclama. — Só larga esse celular. Fala com a família.

Revirei os olhos e levantei, me aproximei perto da minha tia e perguntei como ela estava.

— Eu tô bem querida... – Ela respondeu e me encarou por alguns segundos. — Nossa você tá muito magra, sua mãe tá te dando comida? Se continuar assim o vento daqui a pouco vai te levar...

Respirei fundo e ri, como se fosse uma piada. Uma piada de muito mal gosto. Mas não me deixo influenciar por isso, porque as mesmas pessoas que falam isso sobre mim, são aquelas que encolhem a barriga na frente da câmera, pelo menos não escondo quem sou.

(...)

Havia passado um tempo e estavam todos ali na sala conversando, quando finalmente o assunto começou a me interessar.

— Vocês viram as notícias sobre o Serial Killer que está na cidade? – Meu primo perguntou. — Ele assasinou os irmãos dele a um tempo atrás. E agora aqui na cidade, matou um taxista com um fone de ouvido e uma garçonete com uma faca.

— Não parece um serial killer, tá mais para um doido psicopata. – Digo e eles me olham. — Me mostra a foto dele Mark?

Me aproximei dele e vi o rosto do tal "Serial Killer" na foto, ele era muito gato.

— Rezar um pai nosso, para manter ele afastado da nossa família. – Disse minha tia.

— Se ele viesse atrás de mim eu não iria me importar. – Digo em um tom baixo, mas parece que todos ouviram porque me encararam. — Olha pra esse rostinho, ele é um gato!

— S/N se apaixonou por um assasino, isso não me surpreende. – Disse Luiza.

— Para com essas merdas S/N, daí ele vem mesmo, quero ver o que você vai fazer! – Minha mãe disse e eu revirei os olhos.

IMAGINES | TVDUOnde histórias criam vida. Descubra agora