Uma mochila, meus agasalhos, meus brinquedos e meu grande amigo. Quando a mamãe dormiu, nós saímos escondidos para uma pequena aventura pela noite. Uma aventura em busca de respostas, para tirar esta dor pregada em mim, como vários pregos cravados na minha carne. Eu tinha que arrancá-los, não é?
Além do mais... Eu já esperei tempo demais por você. Nós esperamos.
Muros altos, grades grossas, nós passamos por tudo. A chuva embaçava a visão, e o som dos tiros quase me ensurdeceu, um a um, raspando em mim e levantando a terra molhada. A silhueta dos homens, com suas pomposas armas e uniformes, foram jogadas ao chão. Sem as cordas, eram bonecos imprestáveis... Não é mesmo pequeno Jack?
A água se misturou ao sangue, e a fantasia se desenhou frente a eles. Uma situação improvável não acham? Não deveria acontecer essas coisas, mas pelo visto pararam de respirar antes que pudessem perceber o demônio, cortando e cortando.
Cabeças rolaram pela grama, riscos de vermelho pintando o lugar. Gritos e mais gritos, tiros e mais tiros, a fantasia improvável os derrubava com seu machado. O inferno lhes trouxe, e suas vísceras derramaram.
Não adianta pedir perdão...
Corri pelos corredores, olhando uma cela de cada vez. Inspecionando com cuidado, aqueles rostos assustados, que pareciam não querer serem libertos. Seria eu o preso aqui? A vida é engraçada. Jack concordou.
Então eu finalmente te encontrei, e teus olhos perversos deram espaço ao medo.
"Papai..."
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AUTOMATONOFOBIA
HorrorLembranças, sentimento, dor... Talvez tudo esteja neste pequeno boneco de pano com olhos de botão. Seria você capaz de me ouvir?