Capítulo 17 - Insanidades

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DREICON


Eu estava seguindo um dos italianos já fazia mais de uma hora desde que eu os vi dentro de um restaurante no centro da cidade e ficava confuso cada vez mais.

Que merda eles estavam fazendo passeando por Los Angeles sem nenhum destino em mente? Passo a marcha novamente e espero o sinal abrir antes de seguir em direção ao que parece ser o hotel/cassino que está sendo construído.

Tem alguma coisa errada aí, estaciono a alguns metros distantes e saio do carro rapidamente vendo eles fazerem o mesmo enquanto ficam de prontidão em um dos escombros. Estreitando os olhos eu dou a volta e paro quando vejo Liana descer da moto e ir em direção a entrada do hotel.

Os dois veem o mesmo que eu e começam sorrateiramente ir em sua direção, tiro a arma e destravo enquanto vou até Liana que começou a andar junto com o construtor de obras, ele fala algo apontando para cima e ela acena afirmando que entendeu e o segue

Dois dos quatro que estavam dentro do carro a seguem e eu desvio do caminho optando por entrar por uma porta dos fundos. As pessoas que estão trabalhando lá fazem uma expressão assustada, mas eu os silencio antes de continuar indo em direção ao segundo andar

Perco Liana por alguns minutos e vou até um homem que está quebrando uma parte da parede

- Desculpe, viu Liana Dodge passar por aqui? – eu pergunto colocando a arma para trás

- Sim, ela subiu junto com o Gustave – ele responde e volta a trabalhar. Subo as escadas pulando de dois em dois e paro ofegante quando entro em um corredor simples. Xingo mentalmente e decido subir mais um lance de escadas, percebendo que o corredor é maior, caminho por ele observando ao redor e dobro o corredor.

Paro um segundo e arfo olhando para baixo, uma adaga com cabo preto está completamente enfiado na minha coxa direita. Olho para cima apontando a arma e vejo Liana arregalar os olhos surpresa

- Ai meu deus – ela diz e eu abaixo a arma olhando furiosamente para ela

- O que diabos você está fazendo?

- Eu pensei que fosse os italianos intrometidos

- Você jogou uma faca na minha perna! – eu pontuo e ela dá um sorriso culpado

- Desculpa, mas você quem passou na frente

- Cacete – grunhindo baixinho eu olho para baixo, mas paro quando vejo um movimento atrás dela – Liana...

Se virando rapidamente com o meu aviso ela joga uma adaga e ela se enterra na cabeça do italiano fazendo ele cair em uma posição estranha. Outro homem aparece e Liana se vira correndo em minha direção, jogo para ela minha arma enquanto atiro, mas ele se joga em um dos quartos e some da minha vista.

Tirando a adaga da minha perna corro com Liana para o terceiro andar e me abaixo quando escuto sons de tiros vindo abaixo da gente.

- Mas que bela porcaria – Liana resmunga e começa a atirar, mas não é como se tivéssemos um alvo claro – Você viu de onde eles vieram?

- Não mesmo – eu falo e olho ao redor. Um deles faz uma aparição no final do corredor e eu atiro acertando em seu peito, outro logo aparece e eu empurro Liana para dentro de um quarto indo logo em seguida, mas caio no que parece ser um buraco – Que merda...?

Bato com força no chão e resmungo quando minha perna machucada sente o impacto

- Liana? – eu pergunto tentando enxergar no escuro e faço uma careta quando sinto um pingo de água gelada cair em meu rosto. Um soco é dado em meu braço e eu me afasto vendo-a – O que...?

- Porque você me empurrou? – ela pergunta quase sussurrando e eu olho para cima, resmungo quando vejo o que aconteceu. O teto dessa parte do terceiro andar desabou e quebrou o piso fazendo com que criasse um buraco enorme.

O mesmo buraco do qual estávamos agora

- Eu não sabia que tinha um buraco aqui – respondo amargamente e ela revira os olhos

- Ah é mesmo inteligente?

- Você deveria estar me agradecendo – eu falo e tiro o meu casaco – Quase foi morta por um deles

- Eu sei me cuidar, muito obrigada – ela responde com raiva e eu tiro minha camisa – Tem um fragmento na sua perna – ela diz casualmente e eu olho para baixo

- Merda

Me sentando em um dos escombros me inclino para ver melhor, mas não é como se tivéssemos luz o suficiente. A pequena gota gélida se transforma em chuvisco rapidamente e eu xingo mentalmente quando sinto a chuva nos cobrir por conta do teto destruído

Liana suspira aborrecida e vem até mim se abaixando e entregando o seu celular

- Segure assim com a lanterna – seguro do jeito que ela me diz e a vejo terminar de rasgar minha calça na coxa e estreitar os olhos enquanto pega com seus dedos indicadores o fragmento pequeno. Um suspiro depois ela joga fora e pega minha camisa dando duas voltas apertadas – O que você estava fazendo aqui?

- Eu os segui – respondo simplesmente – Eles pararam aqui e eu achei melhor tentar ajudar

- Que cavalheiro – ela diz divertida e eu reviro os olhos

- Da próxima vez eu deixo você lidar com todos eles, isso se você não morrer antes

- Isso é preocupação? – ela pergunta e me olha ainda abaixada, seus olhos brilhando por sobre a chuva que nos cobre rapidamente – Não sabia que caras como você se preocupavam

- Eu não estou preocupado, só não quero que as consequências da sua morte recaiam sobre mim – respondo e ela sorri enquanto termina de amarrar

- Sabe, essa é quarta ou quinta vez que você cita minha morte – ela diz e eu prendo a respiração quando seu sorriso cresce um pouco mais – E todas elas você fala como se realmente estivesse preocupado

Fico em silencio e Liana puxa uma respiração enquanto prende a blusa na minha perna. Deixo o celular de lado e me inclino um pouco para frente vendo como ela nem mesmo se assustou com o movimento

- Você é insana

- E você gosta disso – ela responde me observando e eu estreito os olhos sentindo meu corpo esquentar

- Então talvez nos dois sejamos insanos – eu falo e a puxo para mim tomando os seus lábios surpresos nos meus.

O Par PerfeitoWhere stories live. Discover now