If happy is her, I'm happy for you.

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(A verdade sobre o amor é que ele nunca acaba se não tem um começo. Não existe final feliz. Quer você creia ou não em outras vidas, a incapacidade do amor se transformar em algo que não seja apenas maior ainda do que ele já é, torna visível a todos que amam, que não importa o que aconteça, o que você faça, o amor permanece. E é por isso que confundimos tanto o amor com a paixão. Porque a paixão é nômade em nossas vidas, o amor... talvez seu único defeito seja a preguiça, porque ele é definitivamente sedentário.)

Amar é uma eterna e constante confusão. Eu já havia me apaixonado tantas vezes que perdi as contas, no entanto, jamais imaginei que minhas paixões nunca chegariam nem 1% perto do que seria amar.

Quando eu a conheci, naquele dia de verão, sabia que minha vida já não seria mais a mesma. Por mais clichê que isso possa parecer, eu apenas sabia. O que eu passei a nutrir por ela foi me consumindo aos poucos; eu não soube como lidar. Era forte demais para ser ignorado.

Amá-la era como em um dia frio do inverno: eu podia me aconchegar ao sentimento, embaixo das cobertas, quentinha e protegida. Nada podia me derrubar. E então, eu me declarei. Para minha surpresa, ela sentia o mesmo. Estávamos enfeitiçadas. Eu costumava pensar que éramos feitas uma para a outra.

Infelizmente, para mim, nossa história foi curta. Começamos a brigar por coisas pequenas, nos desentendíamos a qualquer momento. Eu nem percebi como chegamos àquele ponto. Eu deveria saber desde o começo que ela jamais sentiria o mesmo, porque eu era apenas uma paixão. Eu não fui o amor de sua vida como ela foi o meu. Ela não me amou como eu a amei. Mas eu estava tão encantada com o que estava sentindo, que não reparei no que estava acontecendo bem a minha frente.

Nós terminamos; ela finalmente havia conhecido o amor de sua vida. O verdadeiro. Quando ela me contou foi como se tivesse arrancado as cobertas que me protegiam do frio. Ela me deixou fria como pedra. Eu tentei esconder, ela me via de pé, porém no fundo eu estava morrendo no chão. Talvez se eu não chorasse mais, não sentiria mais nada; finalmente fria como pedra.

Deus sabe que eu tentei me sentir feliz por ela e eu estou, mesmo que eu não consiga entender. "Eu aguento a dor", eu lhe disse na última vez que nos vimos. "Eu e meu coração, nós vamos conseguir superar."

Estávamos na festa de Ano Novo da empresa que trabalhamos. Ela estava dançando com seu tão esperado verdadeiro amor antes disso, enquanto eu olhava para meu telefone. Fria como pedra. Mas toda a vez que eu não me aguentava e olhava, eu podia ver a felicidade em ambos os olhares. Eu via um brilho no olhar dela que eu nunca havia visto antes. Seu brilho refletia um tom de ouro diferente do âmbar que ela me costumava dar.

E de repente, ela estava a um passo de meu alcance. Parada, esperando que eu lhe dirigisse atenção.

"Eu sinto muito," ela começou. "Eu realmente sinto."

Eu suspirei. "Tudo bem, eu posso superar."

"Eu posso ver sua infelicidade e essa é a última coisa que eu quero."

E isso doeu profundamente.

"Eu não estou infeliz. Se a felicidade é ela, então eu estou feliz por você."

"Você não precisa fazer isso consigo mesma. Não se torture assim, por favor. Você não é fria." Eu me levantei, banhada em lágrimas.

"Eu queria realmente me sentir feliz, mas minha compaixão é algo a ser melhor trabalhado. Aqui está nosso adeus. Eu não posso entender, mas saiba que se a felicidade é ela, então eu estou a ficar feliz por você." Repeti e fui embora.

Eu não queria ser fria como pedra, mas no fim das contas, foi o que eu me tornei. Talvez eu não nunca tenha a superado. Entretanto, ela me deixou um motivo para continuar a viver: a dor de amar é melhor do que a dor de não amar. E Deus sabe que eu sou feliz por ela.

stone cold.Where stories live. Discover now