Consorte Itakun - Eu não perderei tão facilmente como daquela vez.

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Ele havia retornado ao quarto em que estava antes, porém agora, sem a companhia costumeira de seu servo pessoal — Deidara. O loiro havia sido escoltado pelos guardas também e por ter contato direto consigo, ele fora mantido sob vigilância em um pequeno quarto deteriorado. Embora este não representasse nenhuma ameaça ou suspeita, ordens ainda eram ordens e teriam que ser cumpridas.

Sendo assim os cuidados que os guardas deveriam ter com Itachi não eram poucos e era de uma responsabilidade demasiadamente grande e a ordem para ficar em vigilância com esse homem pesavam em suas costas como uma cruz do calvário. Pois, eles sabiam que se falhassem e deixasse-o escapar por um descuido, o que lhe aguardavam era nada menos que a própria morte.

Por isso, plantados ao lado de fora da porta, estavam guardas de alto escalão monitorando os mais simples dos movimentos dentro da sala e se houvesse anormalidade, eles arrombariam-a e irrompiam para dentro como um cardume de peixes.

No entanto, Itachi neste momento, encontrava-se sentado em posição de lótus¹. Ele não mostrou oposição ou resistência ao ser levado e trancado no quarto. Desde então haviam se passado três dias e sua atitude mediante a situação fora calma e compassiva, afinal não era como se ele ainda não tivesse sido mantido como prisioneiro antes, em uma situação muito mais desfavorável do que a atual.

Sobre a almofada posta no chão – debaixo das pernas e coxas – ele meditava em silêncio; queria organizar seus pensamentos. Dentro da sua cabeça, parecia haver uma tempestade furiosa da qual levava as folhas secas das árvores a se espalharem para longe com o vento. Com isso, aonde quer que pousasem após a tormenta, deixariam qualquer lugar uma vez limpo – sujo de folhas.

Por mais esforço que fizesse, a concentração parecia não querer fazer um par com ele. Itachi então desistiu e abriu os olhos. A única coisa que conseguiu fora passar meia hora com os olhos fechados e sem nenhum progresso; ainda se encontrava no ponto de partida. Os pensamentos ainda estavam em total desordem do que viria a se fazer agora: ficaria sentado enquanto esperava a recuperação de Shisui e com isso, perder a única chance de fugir ou pensaria em um jeito de escapar enquanto o Imperador ainda se encontrava de cama e incapacitado de prestar atenção nele.

Tendo isso em mente, após sentir o sangue correr pelo corpo ao descruzar as pernas, Itachi se levantou e andou até a porta. Seus passos eram calmos e neles não havia pressa; eram leves como uma pena. Dado a isso, consequentemente, por mais que os guardas fossem de alto escalão, não puderam captar sua aproximação repentina. Nisso, todos sobressaltaram em sequência ao ouvir Itachi chamar próximo a janelinha que havia na porta — onde mal sequer passava uma cabeça.

“Oh, céus!” Um guarda exclamou ao recuperar-se do susto. Ele era o mais próximo da porta, então olhou através da janelinha para fitar o dono da voz. “Sua Alteza? Deseja alguma coisa?”

Itachi acenou com a cabeça, “Na verdade eu desejo ver Sua Majestade. É possível?”

“.........”

O guarda pareceu considerar suas palavras, mas logo disse hesitante: “Espero que Sua Alteza me perdoe, mas sigo ordens e nelas incluem não deixá-lo passear pelo Palácio tão casualmente.”

Itachi moveu os cantos dos lábios fracamente. Este oficial claramente entendeu mal suas palavras e interpretou isso como ele querendo dar um passeio pelo Jardim Botânico Imperial do Palácio.

“Não, não... acho que este senhorio não entendeu o que eu quis dizer....” ele disse calmamente, “Eu desejo ver o Imperador.”

O guarda não sabia se ria ou chorava, pois se encontrava em uma situação difícil. Qual era o problema dele? Já não havia dito que seguia ordens e não o deixaria sair?

A Concubina Itakun - (ShiIta)Onde histórias criam vida. Descubra agora