Capítulo 2 - Levou um fora, trouxa

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Naquela noite, Juliette Freire se arrumava para a volta do Andrade's Restaurant. Seus pais nunca foram a esse restaurante, mas por recomendação resolveram ir e conhecer o local.

- Está pronta? - Ouviu e levou um pequeno susto ao olhar para a porta e ver seu irmão, Arthur.

- Pronta. - Assentiu indo até ele.

- Só estamos esperando você. - No caminho para o Andrade's Restaurant, passaram na frente da casa dos novos vizinhos e Juliette lembrou sobre a petulância da vizinha mais cedo.

- Acredita que não aceitaram a cesta? - Perguntou incrédula para sua mãe dentro do carro.

- Por que não? - Olhou para o banco de trás, esperando a resposta.

- Não sei! Uma menina, que por sinal, é muito bonita..

- Juliette! - Seu pai exclamou irritado enquanto dirigia, não aceitava o fato dela gostar de mulheres.

A garota apenas revirou os olhos e seguiu falando.

- Como eu estava dizendo.. muito bonita, nem falou nada, apenas fechou a porta e foi isso

- Que estranho.. - Sua mãe falou desconfiada.

Assim que chegaram no restaurante, se impressionaram do quanto o lugar era lindo e espaçoso. Também se impressionaram com a quantidade de gente.

- Uau.. - Rodolffo, o irmão mais novo, falou quando entraram no lugar. - O dono daqui deve respirar dinheiro. - Sentaram em uma mesa perto da caixa e logo um garçom veio atender.

Olharam os cardápios e Juliette desviou o olhar, e por um segundo não acreditou no que estava vendo.

- Mãe, - Falou chamando atenção dela. - Foi aquela garota que recusou a cesta. - Todas da mesa olharam para o caixa.

Sarah estava sentada sem expressão alguma no banco do outro lado do balcão.

- Será que é a dona? - Rodolffo perguntou curioso. - Mas que cara bem pálida.

- É verdade. - Juliette falou analisando ela de cima abaixo e gostou do que estava vendo. - Mas é linda, não acham?

- Vamos pedir logo. - O pai de Juliette falou mudando o assunto, não suportava ouvir sua filha elogiando mulheres.

- Vou até ela. - A garota de olhos castanhos falou levantando da mesa.

Seu pai, por algum momento, pensou em correr e puxar sua filha pelos cabelos até a mesa de volta, mas se segurou e chamou o garçom para trazer vinho. Quando Juliette chegou no balcão, Sarah continuava olhando para um ponto fixo.

- O que tanto olha? - Perguntou incoveniente do outro lado do balcão.

A loira não desviou o olhar do absoluto nada, sabia que era a vizinha nova, mas não falou nada. Na cabeça dela não tinha porque puxar assunto com ninguém.

- Você não fala? - Freire perguntou analisando seu belo rosto. - Qual seu nome? - Suspirou irritada. - Já entendi. - Sorriu de lado. - Você não vai com a minha cara, não é? Desde hoje à tarde, quando fechou a porta na minha cara. - Juliette esperou um "exato! Odiei você", mas o que recebeu foi um perfeito nada.

Ela achou estranho o fato da loira não se mexer, nem tão pouco piscar os olhos direito.

- Tudo bem com você? - Estava realmente preocupada e Sarah só queria que ela saísse dali. - Aconteceu alguma coisa?

- Nem tente, vai perder seu tempo. - Roberta, a moça que trabalhava no caixa falou, fazendo Juliette olhar em sua direção.

- Por quê? O que aconteceu com ela?

- Ninguém sabe. - Disse dando de ombros. - Mas todos os funcionários perceberam que ela está com essa cara de que alguém morreu desde que chegou aqui. - Riu da própria piada, fazendo Juliette revirar os olhos. - Os pais são os donos, não sei para que essa cara de tristeza sendo tão rica assim.

- Não fale assim, você não sabe o que aconteceu para ela ficar mal desse jeito. Pode estar em um dia ruim, ou algo grave aconteceu. - Juliette voltou a olhar para a loira e sentiu algo diferente.

Queria a abraçar e dizer que estava tudo bem, mesmo sem nem saber o nome dela.

- Ei. - Tentou pela última vez. - Você é bonita, sabia? - Não falou isso para puxar o saco e fazer a olhar, mas falou porque realmente a achou bonita.

Sarah ouviu e sentiu algo estanho dentro dela, fazia tempo que não ouvia isso de alguém que não fosse seus pais, mas não fez nada para demonstrar.

- Se você quiser, é só falar comigo, tá bem? Sou sua vizinha mesmo. - Juliette voltou triste para mesa e sua família notou.

- Não conseguiu o número dela? - Arthur perguntou debochando, fazendo ela lançar em sua direção um olhar mortal. - Pelo visto não. Deixa que eu consigo. - Já ia levantar e Juliette pegou no braço dele.

- Ela não vai dar o número para você. - Seu irmão sentou de novo e riu. - Parece não estar em um dia bom.

- Levou um fora! Trouxa. - Rodolffo falou rindo e a morena ignorou.

Juliette não estava nem aí se levou um fora, só queria saber por que a vizinha não falava e o que a deixou tão triste. Não ia desistir até ouvir a voz daquela garota que mexeu com sua cabeça em menos de um dia. Ela ficou observando Sarah o jantar todo e ficou impressionada porque a garota ficou horas sem mexer um músculo.

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Então meus amores, decidi trazer uma atualização dupla para vocês, espero que gostem

- Moon

Trust Me - SarietteWhere stories live. Discover now