Lou

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Continuei cortando delicadamente as camadas dos cabelos de Hazz quando caímos em um silêncio constrangedor

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Continuei cortando delicadamente as camadas dos cabelos de Hazz quando caímos em um silêncio constrangedor. O único som eram nossas respirações suaves, o corte da tesoura e o bater do meu coração nos meus ouvidos. Eu precisava acabar com isso, para que ele não se sentisse um cativo preso no banheiro de seu melhor amigo.

— Então, por que cosmetologia? — Hazz perguntou em voz baixa e eu me encolhi. O fato de ele querer saber algo sobre a minha vida realmente me surpreendeu. A menos que ele estivesse apenas tentando preencher o ar morto.

Mas era uma pergunta carregada. Contaria como costumava ir ao quarto da minha irmã e brincava com o cabelo das bonecas dela? Em um ponto, pensei que era o modo que tinha de me conectar com ela, já que tínhamos uma diferença de idade tão grande entre nós.

Eu gostava de lavar o cabelo, pentear e aparar a franja.

Uma vez minha mãe me encontrou sentado no chão do banheiro com um monte de bonecas de Zoey ao meu redor. Mas tudo o que ela fez foi assistir por um breve minuto, e depois nunca mais o mencionou. Ela nunca deve ter dito ao meu pai, mesmo que me tenha preparado para isso por dias a fio.

— Apenas algo em que estava interessado — respondi.

— Desde quando? — Ele perguntou depois de outra batida.

— Desde sempre, ao que parece — comentei, alinhando os cachos perto de sua orelha e aparando as pontas.

Ele torceu as mãos como se estivesse trabalhando em algo.

—Por que não fazer isso em tempo integral?

— Tenho que administrar os negócios do meu pai— respondi em tom rouco, já acostumado à pergunta de Niall e, desde o início, do meu colega de casa. E de alguma forma, Zayn entendeu o suficiente para não falar com minha mãe durante os jantares de domingo. — É o que se espera de mim.

Isso não era exatamente a verdade. Era o que eu esperava de mim. Fingi estar interessado no negócio de gravura para papai se animar e rolei com ele até a idade adulta. Era o mínimo que eu podia fazer para compensar todas as malditas coisas pelas quais eu fiz meus pais passar.

Ele bateu o dedo nos lábios.

— Mas você disse que seu pai faleceu, então isso significa...

— Ele deixou o negócio para mim — respondi olhando os fios na parte superior do couro cabeludo. — Então eu tenho que executá-lo, além de garantir que minha mãe seja cuidada.

Ele encolheu os ombros.

— Sem ofensa, simplesmente não...

— Não faz o quê? — Eu bati, sem ter certeza de onde vinha a minha frustração. Não era como se eu não tivesse feito as mesmas perguntas mil vezes.

— Não parece algo que você faria... — Ele estremeceu. — Gravura, quero dizer...

Eu arrastei minha mão.

Regret - Under my skinWhere stories live. Discover now