Capítulo 7

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• 𝐂𝐚𝐫𝐨𝐥𝐢𝐧𝐞 •

A voz de André me questionando por não atender o telefone me causa embrulho no estômago.

Não me sinto culpada por estar transando com sua ex namorada há pouco, sinto nojo dele. Nojo por ele ter a cara de pau de vir em minha casa.

— Eu estava ocupada. — respondo para ele. Suzie está parada no corredor, com uma feição de preocupada de dar dó. Talvez ainda pense que é sobre Ana. — É o canalha. — sussurro para ela, que franze as sobrancelhas, e volta para meu quarto, fechando a porta.

— Posso subir? Queria falar com você.

É um filho da puta mesmo, né?

— Claro. — encaixo o interfone em seu suporte e vou para meu quarto, onde encontro Suzana sentada, com a cabeça baixa e uma expressão consternada. — Ele está subindo. — ela abraça seus joelhos, apoiando sua bochecha sobre eles. — Não vou contar que está aqui, não vou contar nada, tudo bem? — recolho minhas roupas e me visto, colocando um robe por cima de tudo. — Fique aqui, eu já volto. — Me viro para sair, mas sua voz me para.

Ela me chama com a mão e me aproximo. Suas mãos seguram meu rosto e deixam um selinho singelo em meus lábios.

— Volta logo, tá bom? — Faço que sim com a cabeça e saio do quarto, fechando a porta.

Quando chego na sala, vejo a sombra de seus pés debaixo da porta. Respiro fundo duas vezes e o deixo entrar.

André entra em meu apartamento e se senta numa cadeira. Eu acendo uma das luzes da sala, iluminando a mesa.

— Estava dormindo, ou...? — ele olha em volta, talvez reparando em algumas garrafas na mesa de centro.

— Não, eu... — pigarreio — Não estava dormindo. Aconteceu alguma coisa?

— Ana está aqui?

— Foi dormir na casa de Bianca.

— Está acompanhada, Carol? — ele sorri para mim, como um fofoqueiro louco para fuxicar.

— André, seja rápido. — ele ri. Está tão descontraído quanto um cidadão sem culpa no cartório.

— Uia! Calma! — seu sorriso cresce, seus olhos descem por minha clavícula e ajeito meu robe, cobrindo seja lá o que esteja procurando. — Sabe da Suzie? Ela ficou o dia todo fora.

— Não falei com ela hoje. — seu sorriso some e sua expressão muda para preocupação.

— Sério? Eu... Achava que pudessem estar juntas...

— Não estamos. Já tentou o celular?

— É claro! Está desligado há horas. Sabe onde ela pode estar? — a vontade que tenho é de gritar: "na minha cama, esperando por mim, imbecil!".

— Não... Talvez ela apenas tenha saído para espairecer.

— Espairecer do que?!

— A mulher é uma arquiteta, André! Acha que seu trabalho não a estressa? — ele não aceita muito bem a possibilidade — As vezes mulheres precisam de um tempo só dela, talvez seja isso, não é?

— É, pode ser... Não posso deixar de me preocupar, não é? — sorrio de modo falso para ele. — E aí, como você está? — ele relaxa na cadeira.

— Eu e Ana estamos bem! Ela foi ao cinema com as meninas hoje.

— Entendi. Carol, só queria te pedir... Tome cuidado com quem você recebe aqui.

— Como assim?!

— Sabe, eu não ficaria confortável sabendo que pode ter todo tipo de homem na casa onde minha filha mora. — ele fala, subitamente sério.

— Não tem nenhum homem aqui.

— Então, tudo bem! — ele se levanta — Eu vou embora. Vou esperar pela Suzie, talvez ela já esteja em casa quando eu voltar.

— Me avise se achá-la. — abro a porta para ele, sorrindo.

— Claro. Bom porre! — ele aponta para as garrafas na sala, pisca para mim e  vai embora.

Apoio a testa na porta, respirando fundo. Me viro para a sala e volto para meu quarto. Suzie está deitada, completamente coberta.

Fecho a porta, deixando o cômodo mergulhado na completa escuridão, logo o ventilador e me deito com ela, entrando embaixo do cobertor.

— Ele já foi. — sussurro para ela, que passa seu braço por minha cintura e coloca um de seus joelhos entre minhas pernas, se encaixando em mim.

— Eu ouvi vocês... "Não posso deixar de me preocupar", desgraçado.

— O que você vai fazer?

— Ainda não sei.

— Tem que falar com ele, Suzie.

— Eu sei... — ela apoia sua testa em meus seios. — Amanhã eu vou para casa. Tenho que pegar minhas coisas, desmontar meu escritório... Tudo.

— Se quiser ajuda...

— Melhor não. Pelo menos não amanhã, não naquela casa.

— Se quiser pode ficar aqui por um tempo. — seu rosto se levanta.

— Eu ia gostar. Muito. — sinto seu hálito quente em meu rosto ao sussurrar.  Beijo seus lábios rapidamente. — Mas preciso achar um cantinho para mim. Me ajuda a procurar um lugar?

— É lógico.

— Obrigada. — ela sussurra e logo sua respiração começa a pesar, indicando que adormeceu.

Não demoro a dormir também, aquele idiota acabou com o nosso clima.

N/A: Petição pra Carol esfregar na cara do André que tá pegando a Suzie: Um voto. Boa noite amiguinhos 🖤

 Boa noite amiguinhos 🖤

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