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Seth para o carro o sinal, o silêncio da sua parte estava me deixando nauseada e nem ao menos a música de Shawn Mendes tocando no rádio estava conseguindo me animar.

Em uma súbita reação de coragem, inclino meu corpo, desligo o rádio e ao voltar meus olhos para o garoto dirigindo ele já tem os seus verdes atraentes em mim.

— Você pode conversar comigo, por favor? — pedi, com a voz baixa.

Eu sei que era um pouco hipocrisia da minha parte já que eu gostava de manter meus segredos apenas para mim, portanto eu não deixava visível para que as outras pessoas notassem o quanto aquilo me afetasse — mesmo que seja muito.

Talvez seja difícil para ele, mas... éramos amigos, não? Poderíamos contar as coisas quando começassem a apertar de modo sufocador.

Eu queria ajudá-lo, para que aquela tarde não fosse um completo desastre que minha mente continua alertando que será.

O garoto desvia os olhos do meu e isso acaba me deixando ainda mais irritada.

— Não tenho nada pra falar.

Porra! Eu queria tanto soca-lo nesse momento, portanto respirei fundo duas vezes antes de deixar o assunto de lado e me focar em algo que poderia distraí-lo.

Eu precisava distraí-lo.

— Você trouxa as cadeiras que eu pedi? — questiono porque, estupidamente, essa é a primeira coisa que aparece na minha mente como forma de distração.

Ou eu poderia inclinar-me sobre ele e beija-lo. Seria uma ótima distração, mas não sou tão corajosa assim e tenho medo dele me empurrar para longe e me acusar de assédio.

Seus olhos me analisando de cima a baixo com ironia perversa, como se dissesse: "sério, isso é uma distração".

Eu odeio esse olhar, faz eu me sentir pequena e estúpida.

— Sim.

Eu tenho tanta raiva dele quando ele resolve ser monossilábico justo nesses momentos. Na verdade, pensando bem, tenho raiva dele quase todos os dias. Suas respostas sempre são vagas e isso me irrita.

Por que ele não pode ser uma pessoa normal e responder: "Sim, estão no porta-malas".

Ok, pode não fazer muita diferença, mas não deixa de ser menos vaga do que um "sim" seco e grosso.

Bufo.

Seth fica tão impossível.

— Você é meu melhor amigo, sabe disso né? — não queria confessar, mas foi quase impossível segurar a frase que saiu naturalmente pelos meus lábios e acabou deixando meu coração tão acelerado no peito que senti meu corpo tomar pequenos tremores. — Pode falar comigo.

Para completar, quis agarrar sua mão que segurava o volante, portanto seria imprudente e poderia nos causar um acidente.

Meu coração morreu algumas batidas e apertou dolorosamente quando percebi que a minha declaração não fez nem por um momento os olhos de Seth vacilarem. Era como se ele não se importasse e, por mais que não quisesse, isso me matou um pouquinho.

Eu já gostava dele. Bastante. Ele já era alguém importante na minha vida e é bem doloroso imaginar que não sou a mesma coisa para a vida dele.

Escondo a névoa de tristeza que toma meus olhos, desviando para a frente quando o sinal abre e Seth ainda não respondeu.

O resto do caminho foi um silêncio pois não tive coragem de me mexer nem para ligar o rádio já que estava envergonhada demais e Batchelor, como esperado, não se importou.

Before the StormOnde histórias criam vida. Descubra agora