Capítulo 14

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Lívia

Estávamos passando perto do celeiro quando avistei o maldito bruto lá dentro, meu coração disparou, ergui as sombrancelhas quando vi uma mulher se aproximar dele. Ela tinha cabelos loiros, era alta e parecia ter a mesma idade do Demétrio.

Totalmente o oposto de mim. Pareciam que estavam discutindo.

Minha maldita curiosidade falou mais alto.

— Marcos, posso te encontrar lá? Preciso falar com o capataz bem rápido.

Ele franziu o cenho.

— Ele está acompanhado.

— Eu sei. É urgente. — Marcos hesitou e então deu de ombros.

— Ok. Você sabe onde me encontrar?

— Sim, passei perto de onde as vacas ficam quando meu pai fez um tour pela fazenda comigo.

— Tudo bem. Tenho que me apressar.

Marcos se foi e eu tentei chegar mais perto, para ouvir sobre o que Demétrio e a mulher falavam, naquele momento deixe-me ser levada pela curiosidade, sabia que era ridículo, mas não consegui evitar.

— Quem é essa mulher? E por que ela está chegando tão perto dele assim? — murmurei para mim mesma.

Será que ele tinha namorada? Esposa?

— Você tem que me perdoar! Eu não fiz por querer! — a mulher gritou e eu vi a raiva refletida na expressão de Demétrio.

— Não? Não foi o que pareceu quando encontrei você em cima do Caio. Você me traiu e traiu a confiança de outra pessoa que te ajudou. — esbravejou.

— Demétrio, por favor, eu preciso de ajuda e não tenho ninguém.

— Você tem noção do que você fez? Você causou a morte da minha mãe! Vai embora daqui e não volte nunca mais. — ele estava furioso.

A dor era explícita em seus olhos, doeu em mim vê-lo dessa maneira. Então ela não era sua esposa nem sua namorada. Claramente ele havia tido uma história com aquela mulher e ela o magoou tão profundamente que ele ficara frio com todos ao seu redor.

Tomei coragem e decidi interferir.

— Demétrio? — o chamei como se tivesse acabado de chegar — Você está precisando de alguma coisa?

— Quem é você, garota? — a mulher veio em minha direção.

— Não é da sua conta! — ele gritou com ela — Vai embora. — olhou para mim — Lívia, está tudo bem, pode ir.

— Não, eu não vou, você está muito alterado. Você quer ir para casa descansar? Eu tenho certeza que meu pai não vai se importar.

— Eu vou embora. Mas eu volto e você será meu de novo. Eu juro que vou reconquistá-lo. — a loira jurou.

— Vai se foder. Me deixa em paz, só se eu estiver morto, porque nem louco eu serei seu. — Demétrio grunhiu.

— Veremos. — a mulher foi embora.

Que sínica!

Olhei para Demétrio, seus olhos exalando dor e mágoa, uma vontade desesperadora de abraçá-lo me agarrou, no entanto, tinha medo dele me rejeitar ou de estar sendo invasiva.

— Lívia, não se preocupe, pode ir. — disse.

— Eu não vou. Você não está bem. Quer conversar? Eu juro que não conto para ninguém e não falo uma só palavra, você pode desabafar e colocar para fora um pouco do que está sentido, ouvi dizer que falar ajuda a aliviar a raiva. — fiquei estagnada de pé quando o vi vindo em minha direção.

— Me dá um abraço? — perguntou, me surpreendendo.

— C-como? — perguntei, com o coração quase saindo pela boca por ele me pedir o que eu realmente queria fazer.

— Um abraço. Estou precisando de um abraço e você está aqui agora, então me abraça. — exigiu, de forma autoritária.

Então eu o abracei, abracei forte, sentindo o calor do seu corpo grande e o cheiro masculino. Demétrio passou os braços em torno da minha cintura quando me puxou para mais perto e acariciou minhas costas, fiquei na ponta do pé e devolvi o gesto, acariciando suas costas, confortando-o.

Aquele deveria ser um abraço de conforto, eu sei, entretanto quando ele me tocou, pude sentir o sangue queimar em minhas veias, como se eu perdesse o controle sobre meus sentimentos.

Parecia que ele sentia o mesmo, porque pude sentir a magia do encontro de nossos corpos, e a maneira como olhou em meus olhos após parar de me abraçar mas sem retirar as mãos da minha cintura.

— Lívia... — murmurou meu nome, olhando tão profundamente em meus olhos que parecia estar lendo minha mente — Desde que olhei em seus olhos tenho vontade de fazer isso, eu tentei me conter e me fazer acreditar que não sentia nada de diferente em relação a você, mas depois de muito tempo sinto algo em meu coração de pedra e eu não posso mais me conter estando assim tão perto. Vou me arrepender depois, mas quero isso agora.

Sussurrou, levando os dedos para tocar levemente meu rosto, quando segundos depois senti seus lábios pressionando os meus que se abriram automaticamente para ele, que aprofundou o beijo, cheio de desejo, começando de vagar e depois intensificando, tornando selvagem.

Nos beijamos, eu queria tanto aquele beijo desde que o vi pela primeira vez, eu estava dando o melhor de mim naquele momento, nunca havia beijado antes mas todo desejo que sentia por ele me fez perder o controle. Suas mãos apertavam forte minha cintura, descendo para minhas nádegas, como se quisesse um pedaço de mim.

O beijo se tornou mais faminto, perdi o comando do meu corpo e coloquei uma mão em sua nunca e a outra afundei em seus cabelos macios na medida que as suas passeavam por todo o meu corpo onde podia alcançar, enquanto também dos meus lábios escapavam vários gemidos entre o beijo.

Minutos depois, nos afastamos com dificuldade, ofegantes e com os lábios inchados.

Maldito Bruto (Concluído)Where stories live. Discover now