POV. Nairobi
- Estás melhor? - Pergunta o Rio.
Assinto, com um sorriso fraco.
- Estou aqui se quiseres conversar comigo ou contar-me mais sobre o teu filho, mas pensa no que te disse - Diz ele. - Vou ter de ir. E o que a Tóquio te disse está errado.
- Mas é a verdade. Uma verdade que não queria suportar nem pensar nisso - Respondo.
- Não, Nairobi - O Rio coloca uma mão na minha perna. - És a sua mãe. Claro que ele vai se lembrar. Podem ser memórias meio vagas, mas ele vai se lembrar e dá-lhe um abraço que ele reconhece de imediato o cheiro da sua mãe.
Dou um pequeno sorriso ainda fungando.
- Não sei. Ele ainda era um bebé - Deixo mais lágrimas escorrerem.
- Não digas isso. Ele vai se lembrar, sim! És a sua mãe, porra! Ninguém consegue esquecer os pais. É sério!
Sorrio.
- Obrigada! - Agradeço.
- Se quiseres falar mais sobre isso, estou aqui.
Assinto, antes do Rio ir.
Vejo o Rio sair e deixo mais lágrimas escorrerem, depois da nossa conversa sobre o meu filho.
A ideia dele não é má, na verdade. Ir buscar o Axel depois dos 18 anos, teria a educação que merece e já tem amigos e... uma família melhor. Mas sou sua mãe e morro de saudades. Mas faria qualquer coisa por ele.
Seguro o meu colar e aperto-o contra o peito. Tiro uma pequena fotografia nossa que escondi lá e observo-a.
Oiço passos se aproximando e tento esconder a foto, mas ela cai e agarro-a depressa. Limpo umas lágrimas antes da porta se abrir.
POV. Tóquio
Abro a porta para ir buscar um café e encontro a Nairobi no sofá com algo na mão e limpando as lágrimas.
O nosso olhar encontra-se por um segundo que parece uma eternidade e noto ela tentar disfarçar que estava chorando. Nem tenho de perguntar o que foi. Foi a merda que disse! Porra, Silene! Fui uma idiota! Baixo a cabeça envergonhada e rapidamente paro de sentir o seu olhar sobre mim.
A Nairobi levanta-se e pega algo.
- Nairobi! - Paro-a antes de sair porta fora.
Ela para, parece hesitar em continuar o caminho ou ouvir-me (não a julgo) e vira-se.
- Estou ocupada. O que queres?
Dou uns passos em frente, memorizando cada detalhe dela e como a sua cara ainda está um pouco vermelha e com os olhos levemente inchados.
Seguro o seu pulso, olhando para a minha mão acariciando-a. Sinto o seu olhar sobre mim.
- Desculpa pelo que aconteceu mais cedo. Não queria dizer aquilo, nem acredito na merda que disse. Fui uma filha da puta - Digo, ainda de cabeça baixa pela vergonha.
- É, aí estou de acordo - Diz ela. - Cê foi uma filha da puta!
Ela prepara-se para se virar, mas seguro o seu pulso um pouco mais forte para não ir e, depois, largo-a.
- Ainda não acabei. Eu juro que não sei o que se passou pela minha cabeça. Eu tenho muita merda lá e não a controlo quando sai. Mas eu não o queria ter dito e sei que posso pedir desculpas mil vezes que não o retira, mas... - Pequenas lágrimas acumulam-se nos meus olhos - ...eu estava stressada. Porra, estamos num assalto e há mais de 18 horas que o Professor não dá sinais de vida.
- Estou a passar-me - Levanto devagar o olhar, quase chorando. - Ele é o nosso anjo da guarda e o meu estômago embrulha-se todo só de pensar que o apanharam ou que estamos fodidos. Vocês são a minha família.
Os nossos olhares se encontram.
- Estamos todos stressados, Tóquio, mas isso não justifica o que disseste. Tu sabes que tenho sentimentos por ti e podem não ser correspondidos. Tudo bem, eu aprendo a viver com isso, mas agora: atirares-me uma verdade daquelas... Eu... - A sua voz começa a quebrar-se.
Ela recua um passo e mordo o lábio inferior para não deixar mais lágrimas caírem.
- Sabes porque aceitei aquela nossa noite? Eu já tinha reparado que me olhavas assim, mas eu aceitei, porque estava curiosa sobre como era com uma garota e porque te amo. O que te disse foi pura impulsividade e estupidez. Ele vai te reconhecer! Eu sei disso e também sei que podem recomeçar do zero.
- Eu te amo desde o momento em que te vi e não paro de me sentir carente dos teus abraços, beijos e mimos, Silene! Mas isso magoou sério. Eu já nem sei bem como me sinto.
POV. Nairobi
Eu a amava até ela dizer aquelas palavras. Elas fizeram o meu coração se partir e repetiam-se mil vezes na minha cabeça. "Quando te viu pela última vez? Tinha 3 anos? Ele já nem se lembra de ti! Nem te vai reconhecer."
Naquele momento, era uma mulher com o coração partido mas que continuava amando aquela mulher.
- Cê ainda me ama? - Pergunta a garota de cabelo curto.
Assento com a cabeça.
- Sempre te amei!
A mais nova aproxima-se, quebrando o espaço entre nós duas e une os nossos lábios, calando-me.
As suas mãos seguram-me o rosto e as minhas descem até à sua cintura, a pressionando.
Fecho os olhos, sentindo o gosto da boca da Tóquio na minha. Aprofundo o beijo mais suave para um beijo mais selvagem e de língua.
Seguro-a mais forte, mas sem machucar e oiço um pequeno gemido abafado contra os meus lábios que me faz sorrir. Peço permissão com a língua que a mais nova cede, entrelaçando os seus braços no meu pescoço.
Dou-lhe o beijão de língua e sinto ela pular e entrelaçar as pernas na minha cintura. Beijamo-nos até o ar começar a faltar e separo uns centímetros as nossas bocas, segurando a mais nova. Encosto a minha testa à da mais nova e as nossas respirações pesadas unem-se. Um sorriso involuntário cresce nos meus lábios.
- Perdoas-me? - Sussurra a mais nova.
- Sim, eu perdoo-te.
A mais nova sorri e abraça-me, rindo. Retribuo o abraço e, quando quebro o abraço, continuo sorrindo de orelha a orelha.
A Tóquio pula de alegria e volta a dar-me muitos beijos na boca e um ou outro no pescoço, onde é o meu ponto fraco e rio.
- Tóquio!
Ela só ri e voltamo-nos a beijar.
Esta foi a minha última one shot por agora. Vou fazer uma pausa, mas voltarei em breve e Obrigada a todxs que me acompanham
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La Casa De Papel - One Shots [PORTUGUÊS]
FanfictionOlá a todos! Hoje vim trazer um livro só com One Shots de La Casa De Papel. Terá one shots de amizades, casais, personagens, etc. Normalmente, elas não terão relação, mas quando houver, por exemplo uma parte 2 da one shot, eu aviso. Com pequenas coi...