02. Darkling|Sombra e Ossos

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Há muitos anos Mary escutou uma história, sobre um sentimento louco e único. Em sua intensidade tão grande que foi separada, separados em sua pureza foram concedidos o nome de amor e ódio.
E naquela noite, a jovem tinha certeza que em seu interior habitava esse sentimento.
Seu reflexo no espelho transmitia segurança, porém seu interior borbulhava de forma conflituosa.
O baile de apresentação da Grisha que todos esperavam, entretanto já havia descoberto as intenções daquele que está conquistando seu coração.
O Kefta preto com detalhes em dourado, Genya havia lhe deixado tão linda.
— Oh Aleksander… — Disse com um suspiro angustiado.
A batida na porta, fez Mary ficar em alerta, porém eram apenas os grisha Corporalki que lhe guiaram até o salão.
Todos sussurravam sobre a invocadora do sol, mas Mary só tinha olhos para o general e seu intenso olhar.
Ambos se ficaram até estarem a frente um do outro.
— Está linda, Mary. — Disse Darkling com sua voz rouca e profunda.
— Obrigada, Darkling. — A voz dela o atingiu como um balde de água fria.
Ele podia sentir a mágoa sobre seus belos olhos, ela iluminava as sombras que sempre o dominaram.
Em meio a todos, eles deveriam interpretar o melhor papel ao rei e seus convidados.
— Dance comigo e diga o que incomoda você. — Ele pediu e pegou em suas mãos a levando ao centro do salão.
Sombras e luz, estavam juntas em meio ao salão com vários olhos curiosos sobre eles.
— Somos um espetáculo e tanto. — Comentou Mary. — Uma última e primeira dança.
— Ah Mary, por que está fazendo isso? — Perguntou ele que aproximou os lábios sobre seu ouvido. 
— Eu sou apenas um peão em suas mãos, depois de todo esse tempo. — Lágrimas brilharam sobre os olhos da garota. Ela sentia que havia sido ingênua.
— Eu posso ter mentido, mas nunca sobre o que sinto sobre você. — Ele respondeu ao puxar a cintura dela com mais firmeza.
— As mentiras saem de seus lábios de forma tão doce, mas machucam cruelmente. — O amor e o ódio, poderiam ser um só e ela estava experimentando da pior maneira possível.
— É isso o que deseja? — Os olhos dele adquiriram um rancor o qual ela nunca imaginou.
— Não é o que desejo, mas o que a traição faz conosco. — Disse Mary.
A jovem lembrou que o homem prometera mudar o mundo com ela, mas na verdade Darkling queria mudar o mundo para ele.
O show começou e com um rodopiar, Aleksander invocou as sombras.
— Minhas sombras dominam tudo. — Disse ele com um sorriso malicioso.
Mary invocou a luz que iluminou o salão, seguido de palmas e com um sorriso triste respondeu.
— Vilões são facilmente identificados por serem sombrios, mas quem possui a luz. Nunca será vista dessa forma. — Ela deu alguns passos se distanciando, fazendo uma reverência ao rei e a rainha. 
O general pegou sua mão com suavidade, porém Mary sorriu falsamente.
— Você me fez sua vilã, meu amado Aleksander. — Não havia nada pior do que dois vilões, prontos para destruir tudo e a todos. 
Alguns são criados pela dor e outros pelo amor.

 Alguns são criados pela dor e outros pelo amor

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