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❃ BLUME ❃

Há quase três semanas, Scott tomou a decisão de me deixar, e desde então, minha vida tem sido uma montanha-russa de emoções. Recebi alta do hospital após uma cirurgia que me permitiu voltar a andar, mas com a recomendação de evitar qualquer coisa que me deixasse cansada.

A dor física é desafiadora, mas o fardo emocional é ainda mais esmagador. Percebi que desenvolvi uma dependência emocional forte por Scott, uma ligação que me manteve cativa durante todo o nosso relacionamento. Agora, a solidão e o vazio parecem quase insuportáveis.

O que torna a situação ainda mais dolorosa é que estou revivendo todos os meus demônios emocionais do passado. Os traumas que viver com Scott parecia fazerem desaparecer estão todos voltando à tona. Me vejo relembrando cada desafio, cada dor, e questionando se tomei a decisão certa ao seguir em frente.

O mais doloroso de tudo é que agora sei o que é ser verdadeiramente feliz. Nunca experimentei uma felicidade tão genuína antes. Antes de Scott, a felicidade era um conceito vago e inatingível, algo que eu não lamentava porque nunca tive. Mas agora, tudo é diferente, porque sei o que estou perdendo.

Em vez de voltar para a clínica, optei por voltar a morar com meus pais. Eles estão profundamente preocupados comigo, mas garanto a eles que não tenho planos de me machucar. A esperança de que Scott mudaria de ideia e voltaria ainda está viva em meu coração, e estou determinada a esperar.

Alguém bate suavemente à porta do meu quarto, enquanto estou perdida em meus pensamentos.

— Blume querida, quer comer alguma coisa?"
— minha mãe pergunta com gentileza.

Sento-me na cama e suspiro profundamente antes de responder.

— Não, mãe.

Minha mãe entra no quarto, preocupada com a falta de comida.

— Você precisa se alimentar! O que você comeu hoje?

Baixo os olhos, resmungando em resposta.

—Nada.

Minha mãe olha para mim com toda a a sua "determinação maternal".

— Blume, você vai comer agora, nem que eu tenha que enfiar pela sua guela.

Eu olho para o prato de arroz, feijão, e frango que minha mãe preparou. Gosto de frango, mas simplesmente não estou com apetite. Ela coloca o prato em cima da mesa e abre as cortinas, inundando o quarto com luz, desligando o ar condicionado e pega o meu celular.

— Maee!! — protesto.

— Sem celular até terminar de comer, quando terminar, eu te devolvo — ela responde com firmeza.

— GRRRR — resmungo em desacordo.

— Você dá mais trabalho do que seu irmão, e ele tem apenas 5 anos — ela comenta antes de sair do quarto.

Ela fecha a porta e eu me forço a comer rapidamente, ansiosa para ter meu celular de volta. Levo o prato para a cozinha e vou em busca do meu celular. Ao entrar no quarto, fico olhando para minha mãe, esperando.

— O que foi? — ela pergunta.

— Celular — eu respondo ansiosamente.

— E você comeu?

— Sim!

— ROSA, ELA COMEUUU???? — minha mãe grita para a moça que limpa a casa.

Rosa responde prontamente:

— SIM SENHORA BIANCCO!

Minha mãe me entrega o celular, e eu volto para o meu quarto. Fecho as cortinas novamente e me cubro com as cobertas. Ligo o ar condicionado e começo a procurar uma série para assistir. Decido ver o anime que Scott uma vez me disse para assistir. Ele disse que não era o melhor, mas era bem legal. Eu nunca vi nenhum anime antes, então não sei o que esperar.

PSYCHOOnde histórias criam vida. Descubra agora