Prólogo

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O amor.

Um sentimento que invade suas entranhas, te deixa abalada e radiante ao mesmo tempo. Que coisa louca. Quem o criou? Quem foi o primeiro a senti-lo? Eu amo, ou amei. Agora eu não vou saber a perfeita definição desse estado de espírito, ou da alma. Tanto faz. Não sobrou nada, nada além de frangalhos, e as memórias felizes ou as que pensei ser assim. Não somos felizes eternamente e não damos valor a nada. Vivemos em busca de uma tão sonhada felicidade como se ela fosse um patamar, e que para isso você precisa subir os degraus de tristeza, sem saber se um dia vai ser feliz plenamente. O que não sabemos é que nesses degraus a felicidade é muita. Sua vida é dada de limites, os quais você impõe. Não... Não estou dizendo de sadomasoquismo, relacionamento BDSM, estou falando de sentir. Eu ainda continuo martelando na tecla do sentimento, que te leva ao êxtase absoluto e em fração de segundos, te desgraça. O meu limite eu acabei de rompê-lo, o que foi a minha ruína. É, nada na vida é perfeito. Porém, eu tinha uma vida quase como isso. Ela era regada à flores, diamante negro e sexo, muito sexo. Até que o último ítem foi oprimindo todos os outros. Só não sei falar quando este nos engoliu, ou nos fez necessitados de terceiros. Acho que tão pouco Andrew vai saber explicar. Nesse momento ele não vai saber nem dizer, aonde seu pênis estava.

Mas posso contar, gosto de lembrar de uma época em que ele era meu, e eu tinha certeza disso. Simplesmente sentada nessa pedra, eu corri, fugi o mais rápido que eu pude. Não olhei para trás. Mas se eu fechar os olhos, posso reviver o começo da minha "eterna" felicidade com Andrew, por um outro lado, seria também o começo do fim. Mas a felicidade do momento não nos deixava enxergar. Como eu disse: o amor é cego. Uma de suas várias características degradantes.

- Minha casa está uma bagunça. - Assusto-me com a voz de Andrew no pé do meu ouvido. Faz cosquinhas, o que vai do meu pescoço para a base das minhas costas. - E eu só quero me enterrar dentro de você, e esquecer do mundo.

- Estamos parecendo dois coelhos. - Viro-me pra ele, e noto que está só com a calça social, sem a camisa. Mordo o lábio com a vontade que eu tenho de enrolar meus dedos em seu pescoço, e fazer dele mais uma vez meu. Não conseguimos ter o suficiente um do outro. - Primeiro foi Nath que nos pegou aquele dia. - Dou uma risada e me escoro na bancada da pia. - Depois foi Alêssandro. - Lembro de quando Alessandro nos pegou quase tirando a roupa para entrar na piscina. A ira que Andrew ficou, pela segunda vez, dele quase me ver nua. Pegando sua chave de imediato. - E agora...- Abro meus braços e aponto para o lugar completamente visível em que estamos. - Temos que parar com isso. - Mas tão pouco as palavras saem da minha boca, sua mão já sobe pelos meus braços, arrepiando todos os meus pelos. Fico imóvel quando sinto a adrenalina, já tão conhecida, rodar por todo meu corpo, enquanto suas carícias estão quentes, e queimando tudo por onde passa, até que chega em meu pescoço e da um aperto firme em minha nuca. Ofego, e busco colocar o copo em cima da bancada, não o quero deixar cair e assustar a todos que estão no andar de cima.

- Acho que você não quer parar. - Diz com sua boca rente à minha. Posso sentir seu hálito batendo em meus labios, fazendo minha boca se abrir gradativamente para senti-lo, mais uma vez. - Posso sentir a cheirosa excitação da minha mulher de longe. Nesse exato momento, você espera que eu te coloque em cima da bancada, fria de metal, dando um contraste com sua pele quente. Tire esses seus shorts extremamente curtos, e te preencha com força. Por que você necessita disso, tanto quanto eu. - Cada palavra dele, meus dedos vão ficando cada vez mais brancos, segurando a bancada com força, atrás de mim, sustentando o meu corpo. Não tenho ar para respirar, sequer falar alguma coisa. Fico ali, feito gelatina em suas mãos, como eu sempre fico. - Mas eu não vou me permitir encostar em seus lábios, senão, não conseguiria parar. Vim te avisar que o cabelereiro está te esperando lá em cima, e a louca da Gio não para de gritar, como se ela fosse a noiva. - Finalmente me solta, e eu por fim, consigo tomar um pouco de ar. Pego novamente o copo em minhas mãos, e acabo com o restante de água que tinha deixado nele. Passo a língua nos lábios, enquanto penso em uma maneira de afetá-lo. Não poderia tirar a roupa, outras pessoas poderiam ver, mas eu ainda posso... É isso! Caminho em sua direção, observando seu sorriso de canto de boca, safado, lindo, do jeito que eu desejo toda noite, e acordo todas as manhãs. Sem que ele possa sequer esperar, enlaço minhas mãos forte em seu cabelo, e colo sua boca na minha. Fico na ponta dos pés, enquanto invado a sua boca, e acaricio sua língua de um jeito brutal, duro, intenso, como ele faz comigo. Quero mostrar que sou uma ótima aluna, e por isso, mexo todo meu corpo em sintonia com o seu. Colo-me toda a ele, e deixo minha proximidade o afetar do jeito que ele me afeta, por que eu sei que afeta. Quando dou por vencida, me afasto, e limpo as extremidades da minha boca, enquanto Andrew continua de olhos fechados, respirando fundo, seu peito subindo e descendo.

Não Vá embora (COMPLETA ATÉ 05/08)Onde histórias criam vida. Descubra agora