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esse capítulo pode conter gatilho pra algumas pessoas; crise de ansiedade.
Caso seja sensível a esse tema, recomendo não ler

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- Victor, cresce, cresce garoto

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- Victor, cresce, cresce garoto... Vai vim falar que te trato mal e sou causadora por essas crises que você tem? Isso pra mim sabe o que é? Falta de vergonha na cara.. - minha mãe grita na minha cara.

- Então porque você é assim, num momento tá um grude e no outro me trata como se fosse nada? O que eu fiz pra você ser assim comigo? Acha que eu gosto de sentir tudo que eu sinto,acha que gosto de ir dormir chorando sem mesmo saber o motivo, acordar do nada e simplesmente não conseguir voltar a dormir porque você fico pensando em um monte de coisa que poderia ter feito pra talvez as coisas não estarem assim, me sentir sufocado e um monte de outras coisas? Não eu não gosto.. - digo com a voz embargada tentando segurar o choro.


- Isso pra mim é drama, tenta apenas chamar atenção..

- Chamar atenção? Metade das coisas que eu passo, eu passo sozinho pra não incomodar ninguém.. Pra quê vou chamar atenção? Sou criança agora?

- Pois parece.. - ela sai do meu quarto batendo a porta e eu finalmente libero as lágrimas me deitando sobre a cama.

Simplesmente tentei conversar com a minha mãe e acabou virando essa discussão com o tema de todas as vezes.

Não aguento mais essa casa, não aguento mais nada.

Pego meu celular pra olhar as horas.

17:30

Preciso de ar, sair daqui..

Saio do quarto descendo as escadas e saindo de casa rapidamente torcendo pra não cruzar com minha mãe e ela me impedir de sair.

Não peguei nada além do meu celular,meu fone e um casaco, saio andando tentando segurar as merdas de lágrimas que queriam descer graças aos meu pensamentos,percebo a minha mão gelada graças ao frio e trêmula, não porra outra não,sabia que não era apenas frio.

Coloco elas no bolso do casaco e resolvo ir até a pista de skate mesmo, lá perto tem um praça mesmo, fico lá por um tempo.

Coloco elas no bolso do casaco e resolvo ir até a pista de skate mesmo, lá perto tem um praça mesmo, fico lá por um tempo

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Chegando no local,não havia ninguém, a pista completamente vazia, ótimo.

Sento no chão mesmo abraçando minhas pernas e escondendo meu rosto enquanto as lágrimas conseguiam descer e a sensação de falta de ar começar a se fazer presente junto a uma dor no peito e uma sensação de formigamento no corpo.

Obrigado crise de ansiedade..

Passo a respirar lentamente pra tentar me acalmar,como sempre sozinho.

Droga, pessoas começaram a chegar.

Avisto a menina do outro dia,era ela e os outros meninos que também estavam com ela aquele dia. Não sei se me levanto e saio daqui ou apenas continuo quieto.

Quando penso em fazer alguma coisa nossos olhares se encontram e ela disse resmunga alguma coisa e sai andando, vindo na minha direção,abaixo minha cabeça.

- Ei!? Tudo bem? Precisa de alguma coisa? - a voz ecoa na minha frente.

- Tô bem, obrigado.. - digo sem olhar pra frente.

- Certeza? O vi chorando..

- Nada não.. - levanto minha cabeça vejo ela se agachando e pegando minha mão.

- Meu nome é Bárbara, sua mão tá bem gelada e tremendo, você tá bem mesmo? Sua respiração parece estranha.

- Tô bem em partes... - respondo tirando minha mão da dela e secando meu rosto.

- Isso é crise de ansiedade? - pergunta e eu afirmo com a cabeça.

- Como se chama?

- Victor.. - respondo me levantando.

- Vai aonde? Você não tá bem..

- Pra casa, obrigado.. - me viro.

- Ou calma.. - sinto ela segurar meu braço - Não é melhor se acalmar primeiro?

- Confia, não é a primeira vez que eu passo por isso e sei disso mas estou melhor.. - tento dar um sorriso.

Mentira, melhorei coisa nenhuma.

De repente ela me envolve em um abraço.

Tá, isso não é comum, ela nem me conhece.

- Tudo bem? - pergunto após ela me soltar depois do longo tempo abraçados, não tive a coragem de me soltar e sair, ela só queria me ajudar.

- Sei que pareceu estranho mas foi pra tentar te ajudar,meu irmão passa por isso e isso ajuda ele,desculpa se me achou invasiva..

- Não, tá tudo bem obrigado,estou melhor mesmo.. - digo - Depois nos vemos por ai quem sabe.. - digo tentando dar meu melhor sorriso.

- Até Victor, cuidado.. - ela diz e eu aceno com a mão me afastando até sair da pista.

Isso não sei se acho estranho ou extremamente gentil, não é todo dia que isso acontece,alguém que não te conhece simplesmente te ver mal e te ajudar.

Isso não sei se acho estranho ou extremamente gentil, não é todo dia que isso acontece,alguém que não te conhece simplesmente te ver mal e te ajudar

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𝐒𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐖𝐎𝐍'𝐓 𝐋𝐄𝐓 𝐆𝐎, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✔Where stories live. Discover now