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Acabei de acordar e o Falcão também, estávamos de conchinha conversando sobre a festa de ontem.

—Eu sei que tinha alguns pessoas se pegando por aí mas você achou legal.—Perguntei, já que ele tinha reclamado dos casais que estavam se pegando na festa.

—Tirando a parte da cocaina foi legal. —disse o Falcão roubando um selinho.

—Olivia o Sensei Kreese mandou avisar que....—disse o Miguel entrando no meu quarto mas parou quando me viu com o Falcão. —Merda, desculpa eu não sabia.

—Bater na porta? Conhece? Mas tudo bem.—disse. —O que o sensei Kreese mandou avisar?—perguntei me levantando.

—O treino hoje vai ser especial, então vai ser depois do almoço.—disse o Miguel.—A e a minha mãe também mandou isso, ela não quer que você passe fome.—ele me entregou uma pote com comida.

—Muito obrigada. Agradeça ela por mim.

—Então... você e o Falcão...? Estão... juntos?

—É...—disse sorrindo de lado.—Tem notícias do meu pai?—Mudei de assunto.

—O amigo dele morreu e acho que ele volta hoje.—respondeu o Miguel.

Nossa pai, valeu por me avisar.

—Certo, obrigada.

O Miguel saiu, eu e o Eli nos levantamos e fomos comer o que a Sra. Diaz tinha mandado.

Eu tinha até um pouco de medo desse tal treinamento especial, o Kreese era meio maluco e o jeito que ele ensina os alunos mais ainda.

Fomos para o dojo, eu fique conversando com a Aisha e com a Tory.

—Então... saiu com o Falcão ontem?—perguntou a Aisha.

—A gente foi em uma festa de uma amiga minha.—Respondi.—Como vocês sabem?

—Ele postou vários storys com você.—Respondeu a Aisha.

—Nossa, você podia ter chamado a gente.—Disse a Tory e eu dei uma risada fraca.

—Desculpa, eu esqueci. Mas como foi o treino de ontem? —Quando elas iriam responder o meu pai entrou no dojô então decidi ir lá falar com ele. —Eu já volto.

—Oi pai, sinto muito pra sua perda.—disse andando do lado dele e de Miguel.

—Valeu.

—Como foi o funeral?—perguntou o Miguel, mas que pergunta idiota, existe algum funeral feliz?

—Foi igual a qualquer outro funeral.—respondeu o sensei. —Como foram as coisas enquanto eu tava fora?

—O sens...—Iria contar se o Miguel não tivesse me interrompido.

—Tudo ótimo. O Sensei Kreese é bem rígido, mas sabe o que é preciso pra vencer.—disse o Miguel e eu revirei os olhos discretamente.

O Sensei não disse mais nada e foi para o escritório. Enquanto eu e o Miguel fomos para o lado do Falcão.

—Como está o sensei?—perguntou o Falcão.

—Ele está bem, eu acho.—Respondi.

O Falcão passou o braço pelo meu ombro e ficamos conversando até o sensei sair do escritório.

—Quero todo mundo de quimono. O treino é em cinco minutos. E vocês dois aí se desgrudem.—Disse o sensei Lawrence para eu e para o Falcão e nos olhamos confusos.—O que foi?

—Ué não foi nada.—respondeu o Miguel. —A gente não ia para a floresta para um treinamento especial.

Porque ninguém me avisou que esse tal treinamento especial seria no meio do mato? E se algum aluno sumir no meio da floresta? Ou algum bicho matar o aluno? Porque ninguém pensa nas consequências?

—O que vai acontecer na floresta? —Perguntou o sensei Lawrence confuso.

—Achei que era uma boa hora para separar os homens dos meninos.—Respondeu o Kreese, e eu respirei fundo tentando não perder a paciência logo no começo do treino. —E das meninas também, eu acho.—Completou.

—Como?—perguntou o Lawrence.

—Coyote Creek. —Respondeu simples.

—Acho que ainda não estão prontos.—o Lawrence disse baixo mais deu para ouvir.

—Só tem um jeito descobrir.—disse o Kreese.

—Estamos prontos. E queremos provar.—disse o Falcão.

—É com o sentei Lawrence. Se ele concordam então só assim podemos ir.

O meu pai olhou para mim e eu fiz que não com a cabeça, não estava afim de ir para o meio do mato. Mas como sempre ele não me ouviu.

—Beleza. Estão esperando o que?

Ótimo. Mas o que ótimo. Ir para o meio do mato que maravilha.

O Kreese tinha alugado uma van. Não era mais fácil ir cada no próprio carro, ou ter pegado um ônibus já que era bastante aluno? Mas não. Tem que ser uma van minúscula

O Miguel, Tory, Aisha, Miguel e Falcão foram para o fundo.

—Tory vai no colo do Miguel tem que ter espaço pra tudo mundo—Mandou o sensei. —E Olívia vai no colo da Aisha.

—No meu não.—disse a Aisha colocando os braços sobre as pernas e eu revirei os olhos.

—É você ou o Red.—ele disse apontando para um garoto ruivo que sorriu malicioso.

—Vem aqui, princesa.—disse o Falcão batendo no colo dele para mim sentar.

—No Falcão não.—Reclamou o sensei.

—Eu não vou ficar com o ruivo, você viu a cara de pervertido que ele fez? Era só ter mandando o Sensei Kreese alugar algo melhor.

Meu pai revirou os olhos mas acabou concordando.

Estava tudo mundo na van, os senseis foram bem tranquilos lá na frente. Se o meu pai estava tão incomodado porque não deixou eu ir lá na frente com ele? Tem três lugares mesmo.

Aquele falatório todo já estava me irritando. Esse povo não sabe ficar quieto não?

O Falcão passou os braços pela minha cintura e colocou a cabeça no meu ombro.

—Tá tudo bem?—O Eli perguntou.

—Ta sim.—respondi.

(...)

Já chegamos no meio do mato. Os senseis distribuíram faixas para gente, eu, a Aisha, o Falcão e mais um tanto de alunos ficaram na vermelha. Já o Miguel, Tory, Mitch, Rickenberger e mais um povo ficaram na preta.

—Senhores. Senhoras.—começou o Kreese.—Bem-Vindos ao Coyote Creek. Vocês foram separados em duas equipes. A vermelha... e a preta.—O Kreese e o sensei Lawrence levantaram as faixas deles. —O objetivo é pegar o máximo possível de faixas da outra equipe. Hoje as pessoas do outro lado não são amigas. Não são irmãs. Elas são inimigas.—Olhei para a Tory e dei uma piscadinha.—A última equipe restante vence.

—Como pegamos as faixas?—Perguntou o Miguel.

—Do jeito que puderem.—Respondeu o Kreese—Não há regras.

—Usem o bom senso. Isso é somente um exercício.—Alertou o sensei Lawrence.

—Verdade, mas lembrem-se: essa é a vida de vocês. Se perderem... vocês morrem.

𝘊𝘰𝘮𝘱𝘭𝘪𝘤𝘢𝘵𝘦𝘥 - 𝘊𝘰𝘣𝘳𝘢 𝘒𝘢𝘪Where stories live. Discover now