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Feliz dia dos pais. Foi a primeira coisa que ouvi aquele dia, quando minha pequena pulou na minha cama com seu pijama de unicórnio e me deu um grande e apertado abraço.
Sarah já tinha cinco anos, e faziam quatro anos e meio desde que a perdemos. Desde que tive que criar a minha filha sozinho.
Me aposentei dos Vingadores, dei meu escudo para Sam, passando assim o manto de Capitão América para ele.
Agora que Sarah entendia melhor os dias comemorativos, o que não facilitou muito minha vida, já que antes eu só lhe dava presentes no Natal e em seu aniversário, o mesmo dia da mãe. 22 de novembro...
A ficha ainda não caia. Parecia mentira que todos os dias eu acordava sem minha esposa ao meu lado, sem a minha russa teimosa com seus olhos verdes que me hipnotizavam.
Mas eu tinha a minha pequena, que apesar dos cachinhos serem loiros com os meus, os olhos eram os verdes mais lindos do mundo, assim como os de sua mãe.
Lembro-me até hoje, o dia que Natasha estava caída no chão do quarto, na base dos Vingadores chorando. Eu achava que era mais um choro por conta de sua depressão, por tudo que Thanos nos causou.
Mas era de medo. Medo da minha reação, ao saber da novidade.
Flashback on:
O ano era 2022:
Estava sentada em uma cadeira na sala de reuniões, vendo alguns relatórios de missões antigas e lembrando cada momento dos Vingadores reunidos. Até ouvir o som de coisas quebrando, me levantei rapidamente e corri até o quarto de Natasha, só tínhamos nos dois na base naquele dia.
Subi as escadas correndo e entrei em seu quarto, ela estava sentada no chão do quarto, com os braços arranhados e chorando como eu nunca havia visto.
"Natasha...o que aconteceu? Natasha, olha pra mim!"
"Eu to grávida. Eu to grávida Steve. Olha a nossa vida, olha o que estamos passando, eu não tenho psicológico nem pra cuidar de mim mesma, como eu vou cuidar de um bebê? Eu já tentei me matar e você sabe disso! Eu não posso ter esse bebê, eu sei que você também não quer, não podemos, me desculpa, me perdoa por isso."
Quando ouvi aquelas três palavras, o mundo parou, a voz de Natasha sumiu, eu fiquei surdo por uma fração de segundo, que foi tão rápida que vi a minha vida passando diante dos meus olhos, desde o dia em que aceitei a proposta de Erskine, ao dia que sai do gelo, quando a conheci no quinjet, nosso beijo na escada rolante e tantos outros momentos...até o último de mais ou menos um mês atrás, quando acabamos nos declarando, não beijamos e então dormimos juntos, pela primeira vez. Eu dei um passo para trás e me desequilibrei, caindo no chão.
"Nossa..."
"Até o dia em que dormimos juntos, eu não sabia que podia engravidar Steve. Não usamos camisinha, não tomei pílulas, porque eu sempre achei que o veneno que a Red Room me deu por tanto tempo, tinha me deixado estéril...Me desculpa, me desculpa."
