Recomeçar, Mitsuya Takashi

Quatro;

Quando chegou na frente da casa de Emma respirou fundo algumas vezes, balançava as mão sem parar, a mesma percebeu e segurou sua mão te olhando com a expressão de "tudo vai ficar bem", um sorriso fraco se formou no seu rosto e então vocês entraram.

Todos os garotos estavam ali alguns sentados no sofá e outros na bancada que dividia a sala da cozinha, quando adentrou todos os olhos foram diretamente para você.

-[Nome], finalmente decidiu aparecer. - Draken disse.

-Finamente? - Aquela frase te irritou. - Eu passei a porra de um mês no hospital e NINGUÉM aqui se preocupou em saber se eu estava bem. - Você respirava fundo para não surtar. - Nenhuma mensagem, nenhuma visita, nada.

-A gente só achou que...- Dessa vez quem ia começar a falar era Mikey, mas você o interrompeu antes que completasse a frase.

-Vocês não achavam porra nenhuma – Revirou os olhos negando com a cabeça. - Vocês só pensam em si mesmo.

Sabia que ir tinha sido uma péssima ideia.

Saiu batendo a porta ignorando todos que te olhavam sem esboçar nenhuma reação, eles sabiam que estava certa. Se sentou nas escadas agarrando seus joelhos se segurando para não chorar quando alguém se sentou ao seu lado, era Mitsuya, ele não disse nada apenas pegou um cigarro do bolso colocou entre os lábios e acendeu.

Estranhamente ele te passava uma sensação de paz mesmo sem esboçar nenhuma palavra.

-Foi o Kisaki. - Você disse sem saber o porquê. - Ele matou o Kazutora e o Baji.

-E quase te matou também. - Ele disse te encarando. - Por que não me contou antes?

-Ele me ameaçou. -Suspirou. - Numa noite qualquer entrou no meu leito no hospital e disse que não erraria o tiro se eu contasse a alguém.

-Kisaki, uh? - A voz do Mikey surgiu ao fundo. - Por que ele faria isso sendo que já foi um de nós? - Ele te encarava.

-O porque eu não sei. - Você o encarou de volta. - Se não acredita em mim não posso fazer nada. - Disse dando de ombros.

-Não disse que não acreditava. -Ele olhava para o céu, o loiro sempre pareceu muito perdido em seus próprios pensamentos. - [Nome], nos desculpe, sei que nada que dissermos vai mudar o fato de não temos demonstrado nossa real preocupação com você, mas de agora em diante saiba que você não está mais sozinha.

Você deu um sorriso sem mostrar os dentes ao mesmo que te deu a mão te puxando para um abraço.

[...]

O resto da tarde vocês passaram conversando como sempre fizeram, estava sentindo falta da brincadeira dos meninos, por um momento a sua tristeza foi deixada de lado, mas seus pensamentos ainda estavam em Baji e de como sentia falta das brincadeiras dele em momentos como esse.

Quando a noite ameaçou a cair, Mitsuya se ofereceu para te levar para casa, você admirava a bondade dele, mas um lado seu não entendia o do porque ele estar a fazer isso.

-Pronto, entregue em segurança. - Disse brincando enquanto você descia da moto.

-Obrigada mais uma vez.

-Já disse não precisa agradecer. - Sorriu. - É, [Nome] sei que deve estar com medo por ter nos contado quem foi. - Você abaixou a cabeça, mas ele a levantou. - Não se preocupe eu, quer dizer, nós iremos te proteger. - Ele acariciava sua bochecha.

Os olhos do mesmo te olhavam com intensidade, podia ver que ele não estava mentindo e pela primeira vez em dias, você se sentiu segura.