20 | PARA!!

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ATENÇÃO GATILHO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E ESTUPRO

LOUHANA KONG

— ME DIZ AGORA O QUE ACONTECEU NAQUELA SALA. — Falou assim que forçou a entrada na minha casa, não queria que ele entrasse, pois estava muito alterado e não era a primeira vez que ele fazia isso.

— Eu já falei que não aconteceu N.A.D.A — Repeti pela quinta vez.

— MAS NÃO FOI O QUE PARECEU. — Ele continuava a gritar e aquilo me deixava estressada, nunca fui de gritar com ninguém e odiava que fizessem isso comigo.

— Para de gritar, porque não aconteceu merda nenhuma, e aliás você tem que me explicar certas coisas, que história é essa de que eu sou sua propriedade? E essa história de você ter armado para me separar do seu irmão e a falsa gravidez da tal da Estella, o que são essas coisas Kuy? — Minha voz saiu autoritária e também desanimada, estava acabada, e pensar que novamente havia entregado meu coração para a pessoa errada me deixava frustrada e decepcionada comigo mesma, será que eu tinha o dedo tão podre assim?

— EU NÃO FIZ NADA — Continuou gritando, eu dava voltas na sala, graças a Deus mamãe não está — foi passar o dia na casa de uma amiga — senão já teria dado uma panelada nele.

— VOCÊ PODE PARAR? PARA, KUY, PARA DE SE FAZER DE VÍTIMA!! — Cuspi as palavras. — SAÍ DA MINHA CASA, SAÍ, VAI EMBORA.

— NEM PENSAR, VOCÊ É MINHA. — Agarrou meus braços.

— Kuy se não me largar AGORA eu chamo a POLÍCIA. — Ameacei, eu estava realmente disposta a cumprir com essa ameaça.

— Não vai mesmo. — Me jogou no sofá, subiu em cima de mim e começou a abrir o butão e o zíper de sua calça.

— PARA, PARA AGORA. — Gritei tentando o empurrar, mas ele era mais forte que eu e estava em cima da minha barriga, uma maneira de me imobilizar.

Eu sabia o que era aquilo, já tinha vivido, ele ia me estuprar.
A quatro anos atrás eu havia sofrido uma tentativa de estupro e foi a coisa mais horrível do mundo, por sorte mamãe me salvou, era um dos empregados do meu pai;
E agora em meus olhos a chama do terror que um dia vivi voltou a se acender.

— Agora é tarde. — Puxou para cima minha blusa e o top que eu usava, olhou para meus seios como alguém que havia ganho na loteria, lágrimas já nublavam meus rosto.

— Kuy, por favor, eu imploro, eu faço que você quiser, eu...eu, me caso com você...isso eu me caso com você e o que você quiser, só não faz isso!. — Falei entre o choro.

— Quer saber?eu não quero mais ter paciência com você, não quero ver você chorar por outro, quero que seja só minha e de mais ninguém. — Colocou sua boca em meus mamilos.

— TU METES-ME NOJO. — Gritei.

— PARA DE GRITAR. — Deu-me um tapa com a mão esquerda, foi aí que perdi parcialmente meu sentidos.

Ele fez o que queria fazer, seus gemidos ecoavam por toda casa, ele estava se divertindo com aquilo e tendo prazer, por alguém que estava em desespero e quase desmaiada.

Quando ele acabou me deixou jogada no sofá e saiu.
Eu não tive reacção alguma a não ser chorar, eu não tinha forças para continuar, eu estava destruída, acabada e queria morrer.
Eu estava nua no sofá da sala, vi que perto havia um cobertor então cobri meu corpo encolhido cheio de manchas roxas e cheio de dor.

[...]

Não sei quanto tempo fiquei ali em posição fetal até ouvir a porta sendo aberta, era ela, era a minha esperança.

— Louhana? Querida já chegou? — Ouvi a voz de mamãe, logo que ela acendeu a luz da sala e me viu, veio correndo até o sofá em que eu estava encolhida — LOUHANA, FILHA?LOUHANA O QUE ACONTECEU? — Desespero, foi o que vi no rosto dela, uma mulher tão linda não merecia sofrer.

Minhas pálpebras já estavam pesadas, sentia meu corpo pesado, e flashes do que havia acontecido passavam pela minha mente.

— Não dorme, olha para mim, eu vou chamar a polícia ou a ambulância agora, mas não dorme, não dorme, me ouviu?

No momento que olhei para ela, tudo ficou escuro, e meu corpo caiu em um vazio.

DIANA KONG

— Louhana, não faz isso, por favor, olha eu já estou em linha com a ambulância — Falei em desespero.

Enquanto tentava acordar Louhana dei todas as informações para a moça que me atendeu.

Em poucos minutos a ambulância chegou, levaram minha menina, ela estava com vários ferimentos na região das partes íntimas.
Abusaram da minha menina.

Antes de chegar no hospital liguei várias vezes para Kong, mas sem sucesso, que desgraçado, nem no momento em que a filha estava precisando ele aparecia.

[...]

— Familiares de Louhana Kong? — Me levantei na hora.

— Eu, sou a mãe. — O café em minha mão já havia arrefecido.

— A senhorita Louhana está sedada, e como o esperado ela sofreu um abuso sexual, tem sinais de luta nos pulsos e pescoço. Já demos um coquetel de remédios para evitar qualquer doença sexualmente transmissível. — Assenti e esperei que o doutor continuasse — Quando ela acordar vocês podem falar com a polícia.— assenti segurando as lágrimas.

— Eu po...posso ver ela? — meus olhos ardiam, por tentar segurar minhas lágrimas.

— Claro. — segui o médico até o quarto em que minha menina estava.
Ela estava, deitada naquela cama, toda pálida apesar da cor dela, seus lábios tinham rachaduras e eu senti que não eram só eles que estavam rachados ou machucados.
O médico saiu, me deixando a sós, puxei a cadeira que tinha ali, mais para frente e comecei a fazer carinho em seu cabelo.

— Sabe...quando descobri que estava grávida minha mãe me expulsou de casa, mas estava tudo bem, afinal eu tinha o amor da minha vida do meu lado e em breve teria uma filha, mas esse amor também não durou, e isso me destruiu e muito, mas quando você chegou, as coisas foram diferentes, você trouxe alegria e luz para minha vida, no dia em que eu te salvei do abuso, me culpei imensamente por não ter estado lá, e hoje não é diferente, hoje o mesmo se repetiu e eu não pude fazer nada, mas eu prometo que vai ficar tudo bem. — minhas lágrimas já corriam pelo meu rosto, enquanto minha mão permanência no seu cabelo coberto pelas box braids.— eu te amo querida, e vou sempre cuidar de você, sempre, sempre, não importa o que acontecer.
Não vou deixar você cair na escuridão novamente, as crises tinham parado e não vou deixar elas voltarem de novo, eu prometo. — me aproximei de seu rosto deixando um beijo suave lá. — acorda logo para resolvermos isso tá bom? — permaneci lá.

Os amigos dela lotaram quase todo o hospital, queriam saber como estava, eles realmente são incríveis como tinha dito Louhana.

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Se estiverem passando por uma situação parecida, por favor denunciem, ninguém pode tocar seu corpo sem sua autorização, seja um namorado/a, amigo/a, Tio/a, pai ou primo.
A VÍTIMA NUNCA É CULPADA.

Apesar de eu nunca ter passado por uma situação parecida, me doeu imenso escrever este capítulo, mas faz tudo parte da história.

Votemm😭

Verde, a nova cor do Amor| Kim TaehyungWhere stories live. Discover now