Tempo

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CAMILA P.O.V

Ao acordar novamente naquele dia me deparei com Jack sentado na cama segurando uma bandeja de café da manhã com um sorriso gentil nos lábios.

-Bom dia princesa. -Ele se aproximou e beijou minha testa. -Trouxe o café

Apenas sorri me sentando na cama e puxando a bandeira para o meu colo, peguei o cupcake de chocolate e dando uma mordida, estava delicioso.

-Está melhor? -O encarei confusa e ele continuou- Sobre o que sonhou ontem pra ter te deixado tão mal?

Não falei nada, apenas continuei a comer o que estava na minha frente, Jack pareceu não se importar em esperar pois se sentou ao meu lado e ficou me encarando. Quando terminei coloquei a bandeja em cima do criado mudo e me virei para poder o olhar melhor, suspirei pensando se realmente era uma boa ideia contar a ele sobre o que Lilith havia me dito e todas as sensações que ela havia me envolvido. No fim acabei contando, afinal, eu confio demais nele, não por ser só meu namorado, mas também por ser minha família e minha âncora quando preciso.

Eu não costumo chorar, para mim isso significa fraqueza, mas no fim somos todos humanos e quando guardamos algo muito pesado para nós, desabamos uma hora ou outra. Chorar não significa fraqueza, significa que você é um humano que vem lutando diariamente, mas ninguém é forte o tempo todo, por isso choramos, para aliviar toda essa luta. E então me permiti chorar em seus braços e perceber que toda aquela escuridão que me consumiu na noite anterior, se esvaiu do meu corpo me dando a sensação de liberdade, mesmo que por apenas alguns minutos. Quando me acalmei novamente, suspirei e encarei o loiro.

- Não conte pra ninguém, ok? -Pedi por que se meus pais souberem eles não iriam parar quietos até descobrirem o que estava acontecendo e isso prejudicaria a todos naquele bunker, principalmente os bebês.

-Tudo bem. -Ele sorriu e me puxou para mais um abraço.

(...)

Passado uma semana desde aquele sonho estranho eu ainda estava me sentindo estranha, parecia estar sendo observada a cada passo que eu dava e minhas tentativas de relaxar foram por água abaixo. Mas de qualquer maneira, eu continuei a agir naturalmente para que ninguém desconfiasse, o que não era muito difícil já que ultimamente os casos sobrenaturais vem aumentando, mas continuam sendo simples fantasmas ou coisas do tipo.

Já era tarde quando sai da sala e fui em direção ao quarto dos meus pais para lhes dar boa noite como faço todas as noites, mas antes que eu pudesse chegar, senti uma energia diferente no quarto deles, então me aproximei devagar colocando minha mão na maçaneta, mas não tive tempo de gira-la pois ouvi vozes de dentro.

-Dean não! -Castiel parecia preocupado e sua energia estava mais forte, isso era um bom sinal, sua graça estava totalmente cheia.

-Castiel não me venha com essa. -A voz irritadiça de Dean soou mais alto junto com seus passos. - Você não precisa esconder isso então pare de ser um anjo idiota e conte de uma vez para ela.

Silêncio.

Por longos segundos houve o silêncio e eu até estranhei o fato de Castiel não ter sentido minha graça assim que me aproximei da porta, mas deduzi que sua preocupação falava mais alto do que o resto.

- Dean, por favor entenda que eu não quero mentir para ela. Você mais do que ninguém sabe que odeio mentir, mas é necessário. Jack já teve o trabalho de vir nos contar e fingir que nada aconteceu com ela. -Castiel suspirou- Camy não entenderia.

-Acho que ela está grande o suficiente para encarar os próprios problemas. -Dean rebateu com um tom mais frio e indiferente.

Isso provavelmente feriu um pouco o anjo.

Meu Futuro Where stories live. Discover now