— Vamos, andem, não sejam anêmicos! — Já consigo sentir minha perna queimar de tanto que andamos nessa trilha. Eu acabei esquecendo meu celular no alojamento, então não faço ideia de quanto tempo estamos aqui. Mas levando em conta que a diretora Olivia ainda não está rouca de tanto gritar, acho que não faz muito tempo que entramos nessa selva.
Quando chegamos numa parte mais aberta da mata, a diretora Olivia mandou a gente armar um mini acampamento. Eu e Daniel amarramos uma rede e montamos uma mesa com frutas. Enchi algumas canecas com água e distribui entre meus colegas.
Valéria está de mau-humor, isso é nítido. Desde que Alan separou ela de Davi, foram raros os momentos sorridentes da garota. Peguei uma maçã e me sentei na rede, ouvindo parte da conversa dela com Jorge, onde o riquinho botava pilha na cabeça dela.
Revirei os olhos. A cada vez que esse garoto abre a boca me dá vontade de enfiar um galho no olho dele.
— Vamos pessoal, vamos parar com esse trê-le-le e vamos desmontar o acampamento, porque precisamos seguir para o lago. — Arregalei os olhos e bufei. Que inferno de mulher mandona.
Ouvindo o resmungo dos meua colegas, tentamos desmontar tudo o mais rápido possivel, com a gor... digo, diretora Olivia nos apressando.
— Depois do lago, a bandeira e a vitória nos espera! — sorri. No fundo eu esperava que chegássemos antes do time laranja, para podermos aproveitar um pouco no lago.
Com a diretora Olivia na nossa frente, seguimos pela trilha que ainda restava. Em uma descida, acabei escorregando na terra. Só não cai porque Daniel, que estava atrás de mim, me segurou pela cintura.
— Você tá legal? — virei o rosto para encara-lo e ele me olhou nos olhos.
Estamos perto. Muito perto.
— Ah... tô sim Dan... obrigada. — Daniel sorriu e me soltou, andando ao meu lado.
Meu tornozelo começou a latejar, mas como já estávamos quase no fim da trilha, apenas me mantive em silêncio.
Quando chegamos no lago, pegamos nossa bandeira. Haviam dois caiaques com lugar para duas pessoas. Diretora Olivia resolveu dar um migué e pediu para que usássemos os dois para atravessar o lago, assim atrasaríamos o time laranja.
Daniel me ajudou a entrar no caiaque, e assim remou para o outro lado. Quando só faltava Mário, vimos o time laranja escorregar na descida, e todos caíram no lago.
Não me contive e soltei uma risada. Aquilo foi tão inesperado que ninguém do meu time aguentou. O fundo não era tão raso, então dificilmente alguém se machucou.
Apenas balancei a cabeça negativamente, sorrindo. Notei que Paulo procurava sua touca pelo lago. Ele fica bonitinho de cabelo bagunçado.
Demos meia volta e fomos em direção ao acampamento. A comemoração com o primeiro lugar foi indispensável.
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PANAPANÁ • paulo guerra
FanfictionPANAPANÁ; bando de borboletas, que formam uma verdadeira nuvem ao migrarem. - Panapaná é o coletivo de borboletas, bem como o acampamento do Senhor Campos. E, graças a Paulo Guerra, descobri ter um "Panapaná" dentro de mim. Paulo Guerra x OC 🥇 #Ca...