Dois solteirões azarados ou apenas independentes demais para o amor?
Uma coisa é certa: eles se odeiam.
Mas, as vezes, até os inimigos se ajudam, não é mesmo? Afinal, o que poderia dar de errado quando duas pessoas que não se suportam, fingem estar...
¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.
Abril, 2021
Largo tudo que eu estava fazendo quando Holly me liga desesperada pedindo para que eu encontre ela com urgência na NYU. Aviso Michael e saio do teatro. A tal de Naomi estava lá conversando com o pessoal, mas só consegui ver as costas dela e o cabelo cacheado bem cheio.
— Dá pra acreditar? Isso é um absurdo! – Holly exclama depois de conseguir salvar mais algumas coisas.
O alojamento de dormitórios do campus está todo alagado, os alunos estão desesperados tentando pegar seus pertences e coisas de valor. Tem alguns bombeiros e encanadores aqui, disseram que o prédio ficará interditado até resolverem o problema.
— E suas roupas? A faculdade vai arcar com os prejuízos, né? – pergunto incrédulo.
— Minhas roupas ficavam na parte de cima do guarda-roupa, não tô muito preocupada com isso. O problema mesmo são os meus livros livros e trabalhos que estão naquele baú! – aponta para o baú imergido na água. – São coisas dos semestres anteriores, mas ainda me seriam muito úteis. Agora eu perdi tudo. – sua voz sai embargada e ela tampa o rosto com as mãos.
— Ei, não fica assim. – abraço ela. – Tenho certeza que as coisas estão sequinhas lá dentro, esse baú parece resistente. – dou uma espiada no baú de madeira mais uma vez. É, ele parece resistente, mas a água está chegando acima do meu tornozelo... – Relaxa, vamos dar um jeito.
Consegui chamar uma pessoa para me ajudar a erguer o tal baú. Não sei se era um encanador, um bombeiro ou um aluno aleatório que passou no corredor no exato momento que pedi ajuda. Colocamos o baú molhado mesmo em cima da cama de Holly, espero que seja o bastante para salvar os trabalhos dela, se é que já não estão ensopados. Bombeiros apareceram e mandaram a gente sair dali e não atrapalhar mais. Que ridículo.
— Me tira daqui por favor. – Holly pede choramingando.
Nossos tênis estão ensopados e nossas mãos ocupadas segurando caixas com as coisas dela. Até tento andar conduzindo sua cintura com um braço, mas fica difícil pela caixa mais pesada estar comigo. Ela se acalma e para de chorar quando já estamos no metrô rumo ao Brooklyn novamente.
— A gente vai deixar essas coisas no meu apartamento e comer um cachorro quente no Central Park, que tal? – acaricio a mão dela e ela sorri.
— Adoraria, mas eu preciso voltar pro East Village de novo, tenho aula daqui a pouco... Só precisava de alguém pra me ajudar com minhas coisas e de um lugar para por elas. Ah, e de um lugar pra ficar. Tudo bem eu ficar com você até eles resolverem isso?
— Mas é claro que sim, Holly! Céus, não precisava nem perguntar. Mi casa és tu casa. – pisco um olho e ela me dá um selinho rápido.
— Você tá saindo com alguém? Não quero atrapalhar sua vida amorosa estando lá.