Prólogo

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<Atenção>
Não recomendado para menores de 16 anos.
Bl (boy x boy)

•Midoriya

Meu nome é Izuku Midoriya. Tenho 19 anos, signo de câncer, cabelo bagunçado e esverdeado, pele pálida e sardas no rosto. Meu pai, Hisashi Midoriya, é o responsável por cuidar de mim, ele tem 42 anos, e é o motivo por estarmos nos mudando: trabalho. Minha mãe morreu quando eu era novo, então vivemos apenas eu e meu pai. Estamos organizando nossas coisas para nos mudarmos de casa. Isso significa que eu fui obrigado a me inscrever em uma faculdade, que fica na cidade em que vamos morar,(Springdale). Eu não gosto tanto da ideia de começar tudo do zero, socializar com pessoas não é o meu forte, mas eu tenho opção? Quem saberia dizer o que essa cidade tem para me surpreender.

Música é a única coisa que consegue me motivar em qualquer momento do dia. Basta pegar seu celular, e colocar uma playlist para tocar no volume máximo.
Ahhh, como a sensação é boa.
Eu estava escutando "my war" de Attack on Titan.

IZUKU!

Arregalo meus olhos num choque, pausando rapidamente a música. Meu pai tinha que chegar justo no refrão? Abro a porta, e vejo meu pai.

— Oi.

— "Oi"? - Ele questiona como se fosse uma responda simples de mais. - É a quarta vez que te chamo!

— Ah, desculpe, é que a música tava alta e sabe como é né? - Eu digo tirando do meu pai um suspiro.

— Já arrumou suas coisas?

— Estava arrumando agora mesmo.

— Ok, não esquece de pegar seus materiais pra faculdade, e também. - Ele aponta pra gaveta onde eu guardava meus diários. - Você não quer que a próxima pessoa que more nessa casa ache aquilo, quer? - Ainda bem que ele me lembrou.

— Eu não esqueceria de pegar algo tão importante assim pai. - Esqueceria sim.

— Eu sei que se não fosse por mim você teria esquecido. E abaixa essa música, o vizinho já vai reclamar de novo. - Ele finaliza, fechando a porta do meu quarto.

Ligo a música de novo, mas dessa vez num volume médio. Abro a gaveta onde eu guardo meus diários, e caramba, que nostalgia. Eu tenho um bocado de diários finalizados, e 1 que estou escrevendo. Nunca falei pra ninguém sobre os meus problemas do nono ano, só escrevia, todos os dias.
Desde o oitavo ano, eu sofri por agressão física e verbal, mas principalmente assédio. Tudo isso por conta da minha aparência "feminina" de acordo com eles.
Que clichê, não?
Sempre quis confronta-los e fazê-los sentirem a mesma dor que me causaram, mas eu claramente não tinha coragem suficiente para isso.
Organizando minhas coisas, descobri que muitas delas não tem mais utilidade pra mim. Por exemplo, eu tenho uma pilha de papéis de provas e trabalhos antigos que não servem pra nada, além de ocupar espaço no meu armário.
A música infelizmente chegou ao fim, agora, está tocando "money" do "The Drums", que tem uma vibe bem indie, pelo menos pra mim.
Aproveito o momento, e ponho meu rosto fora da janela, sentindo a brisa do vento mexendo meus fios de cabelo. Do meu quarto, a visão não era tão agradável. Dali, era possível enxergar alguns prédios, pessoas passando pelas ruas, lojas, e o principal: o céu. Eu amo ver as nuvens passando, tentando identificar alguma forma nelas. Os pássaros cantando e voando em formato de "V".
Olho para baixo, e vejo o caminhão de mudanças se aproximar da minha casa. Pego meus diários, e os jogo dentro de uma mala qualquer. Tive que andar o percurso do meu quarto até a porta de casa umas 5 vezes para que conseguisse levar tudo. A última coisa que sobrou, foi a minha mala de emergência. No caso de o caminhão demorasse para chegar, eu havia guardado algumas roupas simples ali, junto com meu carregador, diário atual, fones e etc. Claro, não podia esquecer do livro que estou lendo: "Os dois morrem no final", (sim, esse é o nome do livro).

Agora só faltava a parte dificílima: a despedida. Quem já se mudou de casa, sabe como é o sentimento de dizer adeus a sua antiga casa. Fico de frente ao meu quarto, do lado da porta, e volto meus olhos às paredes onde costumavam ficar meus pôsteres e quadros, minha estante que sempre estava desorganizada, minha cama... Assim, imagino o quarto inteiro como era antes de retirar tudo, e volto à realidade, vendo tudo vazio novamente.
Dessa vez, as memórias vividas no quarto passavam pela minha cabeça. Desde que eu nasci, morei aqui, ou pelo menos morava. Lembro do dia em que chutei não propositalmente a minha estante, quase quebrando o dedinho do meu pé, (que dor), e também dos dias em que voltava da escola e chorava por uns 30 minutos no travesseiro da minha cama, quase me sufocando sem ar. Mas não eram apenas memórias ruins, aqui também haviam memórias da minha reação quando descobri que havia ganhado uma bolsa pro ensino médio, por uma prova.
E muitas outras coisas.

- IZUKU! - Meu pai me chama.

Era hora de ir embora.
Eu só queria fugir dessa frase.

- Adeus quarto. - Digo quase sussurrando, fechando a porta do meu quarto.

Desço até a porta principal da casa com minha pequena mala, e coloco-a no porta malas do carro, ficando apenas com meu celular em mãos. Meu pai entra no carro, mas eu não. Antes de ir, olho para a janela do meu quarto, para as paredes da casa, o quintal... tudo.

- Adeus casa - Digo por fim, entrando no carro também.

Meu pai liga o carro, e começamos a viagem, nos afastando cada vez mais e mais da casa. Eu tinha um estranho pressentimento... Mas não conseguia decifra-lo. Me dava uma sensação estranha, que talvez pudesse ser chamada de pânico. Era como se estivesse me avisando sobre algo que estava prestes a acontecer.

Continua...

Oi! Você que leu até aqui, muito obrigada! Espero que tenha gostado do primeiro capítulo.
Pode apertar na estrelinha?
Até a próxima!

Uma cidade de vampiros.Donde viven las historias. Descúbrelo ahora