Conexão

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Bakugou POV

"Alguém bateu na porta, mas não abri." - Foi o que estava escrito na mensagem que Midoriya me mandou, aproximadamente as 22:30.
"Não abra e não faça barulho, vou chegar o mais rápido possível" - respondi, correndo do casarão sem me despedir de ninguém. Sentia que um fogo havia se acendido em mim, um que ninguém poderia apagar até eu me certificar que Midoriya estivesse seguro. Por que eu estava tão aflito?

- Bakugou! Onde está indo? - Kirishima tentou me parar, mas o desespero era maior do que qualquer interrupção.

- Se algo acontecer com você. - Torno audível a frase que não parava de repetir em minha cabeça. - Eu não vou me perdoar.

Midoriya POV

Bakugou me disse para não abrir a porta, e para falar a verdade, depois de tudo o que aconteceu, prefiro não me arriscar. Pego o livro que Todoroki me emprestou e começo a ler, quem sabe isso me distraia um pouco.
Talvez tenha sido minha impressão, mas escuto algo na cozinha, e era bastante similar ao barulho que a maçaneta da porta dos fundos faz quando é puxada. Eu esqueci de checar a porta dos fundos, será que estava destrancada?

Uma onda de preocupação toma conta de mim: meu pai estava dormindo na sala. E se algo acontecesse com ele? Eu preciso checar a porta.
Desço receoso para o primeiro andar, e me deparo com meu pai, dormindo tranquilamente. Suspiro em alívio, mas ainda precisava checar a tranca da porta. Caminho até a porta da cozinha sem fazer muito barulho, e giro lentamente a maçaneta, infelizmente abrindo a porta. Fecho-a em um susto, fazendo um pouco mais de barulho do que planejava, e a tranco. Algo está diferente, um sentimento estranho me toma, como se eu conseguisse sentir alguém perto de demais, bem atrás de mim.
O som de batidas na porta principal interrompe esse sentimento, e uma voz ressoa abafada:

- Midoriya! Você está bem? - eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar.

Corro para a porta principal, abrindo-a e me deparando com Bakugou. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, sou interrompido por um abraço, provavelmente um dos mais apertados que já recebi. O perfume de sua nuca me inundou, e seus braços seguraram minha cintura fortemente. Ele apoiou a testa em meu ombro, pois era alto demais para apoiar o queixo. Retribuí o abraço, me sentindo mais seguro do que nunca.

- Kacchan! - Não sei como isso saiu da minha boca, mas pareceu deixá-lo confuso.

- "Ka" o que? - ele disse, e senti minhas bochechas esquentarem.

- Erm, eu quis dizer-

- Eu gostei. - ele me cortou. - gostei do apelido.

- Ah, f-fico feliz.

Sinto o rosto do loiro deslizar do meu ombro para o meu pescoço, e sua respiração me faz cócegas. Ele deposita um beijo suave em minha pele.

- K-Katsuki? - digo, e ele se afasta rapidamente, balançando a cabeça.

- Desculpa, não foi proposital.

Eu sabia o que era aquilo, sabia mais do que qualquer coisa. Ele estava com vontade de tomar o meu sangue.

- Ei. - chamo sua atenção. - a quanto tempo você não toma sangue pra valer?

Ele parece pensar bastante antes de responder.

- Eu não me lembro, mas isso não importa, consigo me virar.

- Você por acaso, - tentei controlar a vergonha que encharcava meu coração, me pergunto se era realmente uma boa ideia perguntar isso. - quer tentar? - aponto para o meu pescoço.

Flashback
Bakugou POV

Rapidamente chego à porta da casa de Izuku, e grito a primeira coisa que vem a minha cabeça:

Midoriya! Você está bem?

Não demorou quase nada para que ele abrisse a porta, e eu não me segurei para abraçá-lo.
Ele até chegou a me chamar por um apelido estranho, e eu achei fofo. Mas havia algo de errado. O cheiro do sangue dele estava bem mais forte do que o comum. A quanto tempo eu não tomo sangue? Aquela vez em que perfurei a pele dele, quase não tomei seu sangue, apenas usei uma espécie substância para desacordá-lo. Quando me dou conta, meus lábios estão em contato com o pescoço do menor. Me desculpei por ter feito isso, mas ele não pareceu incomodado. Ao invés de sentir nojo, ele apontou para o pescoço e olhou para mim com seus olhos esmeralda, quase me dando um convite para perfurá-lo com meus dentes.
Péssima ideia.

- O que está fazendo? - pergunto, e ele abaixa a mão.

- Deixe para lá. - disse desviando o olhar.

- Olha, não é como se eu não quisesse, eu só não quero te machucar.

- Mas você mesmo disse que não é só sobre machucar. - ele ficou vermelho ao perceber o que havia dito. - Espera! Não foi o que quis dizer!

O sangue dele me chamava, e eu sentia um convite ao olhar suas veias, imaginar meus dentes perfurando sua pele.
Espanto os pensamentos da cabeça, não posso machucá-lo.

- Você não sabe o que está dizendo Midoriya, e mesmo que eu queira, não vou fazer isso.

Abraço o menor mais uma vez.

- Eu sei do que você está falando, ainda lembro do sentimento e quero senti-lo de novo. Por favor.

Depois disso era impossível me segurar. Pego o esverdeado no colo e em um piscar de olhos o levo para o seu quarto. Deito-o na cama, ficando por cima.

Midoriya POV

Eu realmente queria sentir aquilo de novo, mas algo ainda maior. Ele me trouxe ao meu quarto em um piscar de olhos, me colocou na cama e subiu em cima de mim. Um colar dourado pendia pendurado em seu pescoço, quase encostando em mim.

- Olha o que você faz comigo. - ele parecia se segurar, ofegante. - Me pare agora ou não terá mais volta.

- Eu não quero te parar.

- Izuku, feche os olhos. - ele pede. -  vai doer, mas vou tentar acabar com a dor o mais rápido possível.

Sinto sua respiração se aproximando do meu pescoço, cada vez mais intensa. Enrolo meus braços ao redor de seu pescoço e fecho os olhos.
Seus dentes fincam minha pele, e eu gemo pela dor e prazer.

Continua

Uma cidade de vampiros.Where stories live. Discover now