My hidden desire

Último desejo

Um ciclo tem tendência de acabar, esse ciclo está encerrando, meninas. Essa historia é um flashback, eu vou brincar com a mente de vocês. 

Século XV

Os acodes do piano ressoavam nos meus ouvidos, a melodia calma, porém não retratava o avalanche que eu sentia no meu peito. Essa dor. Continuava a deslizar os meus dedos, tentando apaziguar os demônios, fecho os olhos, sentindo essa melodia em mim, passando e me abraçando. Bem vinda, velha amiga. As lembranças enublam as minhas memorias.

11 mês antes  

- Vossa majestade, o baile será daqui a 2 horas, vossa senhoria, ainda não vestiu o seu vestido. De novo olhando para essa janela? Não sei o quanto te agrada olhar para ela.

- Já disse para não me chamar com esses nomes pomposos, Margareth-. Um suspiro saiu de mim, não preciso que me lembrem dessa maldita coroa, desse maldito reino, eu só queria ser livre, sem essas regras, sem esse peso que me cercam, alguém me tira essa dor.

 Por fora, eu era tudo o que uma garota tinha que ser, por dentro eu estava gritando! Ainda tinha esse maldito baile que certamente, é mais um pretexto para arranjar um futuro marido, é somente isso que uma jovem mulher deve fazer. 

- Me perdoe, vossa...quer dizer, senhora Adele-. Reviro os meus olhos quando escuto esse nome. 

Vocês sabem o que significa esse nome? 

Significa aquela que é nobre, tranquila e harmoniosa. Minha mãe me deu esse nome para mim no minuto que nasci, é o que conta o meu pai. 

No seu ultimo suspiro de vida, ela disse o meu nome, falava que eu estaria destinada a algo grande. Depois de um tempo em luto, meu pai se casará de novo. Patético.  Volto a olhar para a minha janela, vendo a neve cair tão espessa, transformando a grande Londres em um perfeito globo de neve, as paredes emanam o frio, se comparando o meu humor nessa manhã.   

As pessoas são tão superficiais, mas, elas se superam quando você tem uma coroa na cabeça e estão destinada ao trono, os sorrisos falsos que se misturam nessa multidão, me enoja. Os duques, duquesas, lordes e suas esposas me apresentam sua infinidades de filhos. Como esse povo engravida. 

Mantendo também as aparências, devo sorrir a cada reverencia que os súditos me dão, tenho que aparentar que sou uma boa filha e futura governante, já que meu pai olha e estuda cada movimento meu. 

Faltava apenas uma família nobre, eram reconhecidos pela sua enorme fortuna, contabilizando somente um filho homem, embora, eu não o conheça, porque ele cuida dos negócios da família em outros continentes, sua chegada é bastante aguardada, principalmente, pelas loucas casamenteiras. Única coisa que esta me agradando agora são esses camarões sendo servidos. 

 Até que um cavaleiro tomar atenção de todos com chegada e pela sua alta estatura, os traços esculpidos e de porte desenvolvido com graciosidade, porém, ele mantinha suas feições duras, o homem foi bastante admirado, havendo murmurinhos ao respeito de face fechada, dançou somente uma vez em todo o baile, recusava todas as jovens que se atirava nele, claro com classe. Passando somente a conversar com alguns conhecidos sobre os negócios. De conclusão, ele parecia orgulhoso e aparentemente desagradável, sua face bonita não perdoava o seu jeito rude de ser. 

- Você viu o Lorde Henry?- Acabei me assustando com minha amiga Alice, ela veio tão abruptamente. Então, esse era o nome do rude homem que dançará somente uma vez? Calei meus pensamentos e tive que perguntar a ela.

- Quem é esse? - Perguntei mesmo sabendo de quem ela se tratava.

- Ouras, Adel, você vive nesse mundinho de solidão e comendo todos os camarões da festa, deve se informar das coisas ao seu redor. Ela sempre frisava esse tipo de coisa.- Ele é o lorde da família Cavill, eles são fabulosamente ricos, depois de você, é claro. - A ultima família que eles aguardavam haviam chegado. 

- Filha, eu quero lhe apresentar alguém. - Escuto meu pai me chamando, tento esboçar o melhor sorriso para ele e seu convidado, por consciência é o Lorde Henry, se curvamos em reverencia e colocamos sorrisos falsos nos nossos rostos, reconheço um olhar perdido e sorriso congelado de longe, porque esse é exatamente o meu forte nesse castelo. 

- Muito prazer, Lorde Cavill. - Nossos olhos se conectam, sinto um arrepio passando pela minha espinha dorsal, nossas mãos se encostam em uma recepção respeitosa. 

- Por favor, milady. Peço que não me chame dessa forma tão formal, somente Henry. O discurso dele parece ser ensaiado, como se dissesse todos os dias a mesma coisa. - Se me permite, Majestade, preciso me retirar tenho negócios para tratar. Mrs. Henry se curva graciosamente em nossa direção e se retira do salão de festa, acompanho sua saída com os meus olhos. 

Alguns dias se passam desse baile, ainda sinto minhas pernas doerem de tanto dançar e sorrir, me sinto uma marionete, eu vou a onde as cordas me levem. Vocês desejam saber o que houve depois entre mim e Mrs. Henry? até hoje não o vi mais, porém, todo palácio comenta somente  sobre como ele é gracioso, mas, rude. 

Sou tirada dos meus pensamentos, quando escuto o sons da carruagem se aproximando das portas do castelo, os cavalos relinchando alto. Papai me levava antes para cavalgar, éramos só eu e ele, nossos cavalos e o vento em nossas peles, sinto saudade dessa época. Me assusto com as batidas na minha porta, reconheço essas batidas duras, era de meu pai. Homem, cujo, agora parece mais um estranho aos meus olhos do que uma figura paternal. 

- Eu sei que você tem me evitado, Adele. Mas, eu sou seu pai e você tem um proposito, deve se casar, está chegando a hora, não sou mais um homem novo e como minha única filha, não pode governar sem um marido.- Vamos lá para a mesma história.

- Eu também estou bem, papai. - reviro os meus olhos em deboche- Pelo menos pergunte se eu estou viva, por que não esta se engraçando com a sua nova concubina?  Depois dessa fala, sinto minha face queimando, ele havia me dado um tapa, seus olhos estavam cheio de ódio, assim, como sua mão estava levantada, olhei para o espelho atrás dele e vi a minha face adquirindo um tom avermelhado, eu não iria chorar em sua presença, ele não merecia minhas lagrimas. 

- Me respeite. Eu sou seu pai e seu rei. Vai se casar e eu mesmo encontrarei seu marido.- sua voz esboçava raiva.

- Como quiser, majestade. 

Hi, putas. Bom, como eu disse para vocês, eu vou dividir esse capitulo em 2 ou 3. O que vocês acharam?