(CONCLUIDA)
Livro Dois
Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que agir como tal...
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Depois do Bruno ter me falado aquelas coisas, algo dentro de mim se acalmou. Não completamente, ainda sinto que estou muito machucada, mas a sensação de peso não era a mesma.
Sentamos no lençol e antes que eu pudesse perceber, meu marido deitou a cabeça em meu colo. Sem conseguir me segurar, coloquei a mão em seus cabelos e comecei a acaricia-lo.
- Se a noite é minha por que é você quem está ganhando carinho? - perguntei, ainda tocando ele.
Com os olhos fechados, Bruno respondeu de forma tranquila:
- Porque você é uma boa esposa e me ama.
O fato dele ter falado"esposa" já me ganhou, mas ignorei o frio que senti na barriga.
- A parte de ser boa eu concordo, mas se eu te amo já é outra questão. - falei, e sorri quando ele me olhou.
- Que mulher ingrata, olha tudo que eu fiz pra você. - falou, se referindo ao "piquenique" na cachoeira.
- Tá dizendo que fez isso esperando receber algo em troca? - questionei, fingindo estar chateada.
- Não, mas se quiser me dar, eu aceito. - respondeu.
Parei de tocar seu cabelo entendendo o duplo sentido da sua frase.
- Achei que estivesse tentando ser romântico. - exclamei.
- Eu realmente tentei, mas você não facilita muito as coisas. - falou, e sentou no lençol.
- Eu não facilito? É você quem fica fazendo piadas cheias de segundas intenções. - me defendi. - Estava agora mesmo falando que ia me morder.
- Inocência sua achar que isso foi uma piada. - disse, e olhou o céu quando o mesmo fez um barulho dando indícios de chuva. - Acho melhor a gente arrumar tudo antes que comece a chover.
Mesmo ficando decepcionada, assenti concordando.
A parte de dobrar o lençol e juntar as almofadas não foi difícil, o complicado mesmo foi tirar as luzinhas das árvores. Com tudo ajeitado, peguei a cesta e segui o Bruno até a trilha.
Voltamos para a estrada, e assim que colocamos as coisas no porta-malas, eu fui para a frente do carro.
O céu estava lindo e senti vontade de ficar um pouco mais ali só apreciando.
- Vamos entrar. - Bruno disse, quando começou a chover.
- Por que? Tem medo de água? - perguntei, gostando da sensação da chuva caindo no meu corpo.
- Não, mas não estamos perto de casa e você vai ficar com frio. - disse.
- Meu Deus, parece meu pai falando. - exclamei, sorrindo. - E isso não foi um elogio.
Sabendo que ele estava certo, eu acabei desistindo da ideia de tomar banho de chuva e entrei no carro. Assim que o Bruno também entrou no veículo, a chuva lá fora piorou como se tivesse caindo gelo do céu.