VIII: Viagem de Sombras

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— Ser forte não significa ter força física, Yushami

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— Ser forte não significa ter força física, Yushami. A Sra Shan pousou as mãos entre meu rosto. Minhas lágrimas escorreram por seus dedos. — Ser forte é ter um coração bom. Você é forte, pequeno Yushami.

— E-Eu tenho medo, senhora – sussurrei quando aproximou minha cabeça de seu ombro. Eu desabei ali, no ombro da mulher que fora o mais próximo de uma mão para mim. — E-Eu não sou forte. Jake é. Ele é mal, senhora Shan...

— Não diga isso, meu pequeno – ela afagou meus cabelos enquanto continuava a chorar. Seu beijo em meus cabelos fez um conforto tomar em meio ao choro. — Ele não é uma pessoa ruim, ninguém é. Não o julgue. Ele passa por problemas, mas no fundo, ele é um garoto que se sente inseguro. Como você, meu pequeno.

Meu pequeno. O adjetivo que me acalentava cada vez que a ouvia dizer. E mesmo com doze anos, mesmo sentindo medo de não ser tão forte, as palavras da Sra Shan me confortavam.

— Yushi! – O dedo de Alice deslizou próximo ao meu rosto. — Você está chorando?

— N-Não – neguei ao voltar a realidade. Quando a sombra das árvores nos tomou, escondi a feição que antes me delatava. — Eu estou bem, Licy. De verdade.

— Olha só, Yushi – Apertou as minhas mãos com carinho. – Vai ficar tudo bem. Não liga para eles. Não liga para essas baboseiras todas. Porque eu sei que você é o garoto mais forte que eu conheço.

Retribui toda a confiança que Alice tinha em mim. Toda a sua crença de que debaixo de tanto ego, havia um garoto que não era medroso, era corajoso.

— Olha! – Ela tocou minha mão novamente. — Para se esquecer de tudo o que está acontecendo, que tal pensar em outra coisa?

— Contando que essa outra coisa que eu pensar tem grande possibilidade de estar relacionada com isso...

— Muito bem – me interrompeu. — E as suas missões? Você tem muito para me contar, afinal, esses sete meses fizeram a sua vida ficar ainda mais louca...

— Sério? – Eu disse com um riso torto. — Pensar em todas as missões durante esses sete meses? Isso tudo me leva a pensar na prof...

Alice diminuiu o espaço entre nós. De repente, as palavras fugiram de minha boca quando observava o seu rosto, o seu sorriso. E então, sua boca tocou a minha.

O seu beijo me fez esquecer de todos os meus problemas. Agora, já não era aquele movido por minha impulsividade, mas aquele que desejava tê-la ainda mais perto.

— Olha, senhorzinho – o seu dedo tocou a minha boca quando se afastou. Tentei me aproximar de novo, mas ela era forte para me manter quieto. — Se ficar me beijando assim em público, sabe, pode aumentar ainda mais a minha fama.

— Público?! – Retruquei para ela com um riso sarcástico. Então, fingi olhar por cima dos meus ombros e pelos seus. — Não há mais ninguém aqui do que nós. Bem, só essas árvores e o longo campo.

Yushami Thunder e a Maldição de AresOnde histórias criam vida. Descubra agora