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A garota loira sentiu seus olhos marejarem e deu alguns passos para trás. O garotinho que ela tanto amava e tentava proteger de todo o mundo, estava confessando um assassinato sem demonstrar qualquer arrependimento. Ele era cruel, aquilo era algo que ela jamais poderia imaginar.
━━ Por favor, Chloe, não me deixe. Eu só fiz isso porque ela me maltratava. Eu ainda amo você e ainda sou o mesmo.
━━ Eu, preciso pensar, até mais.
Chloe não olhou para ele, apenas saiu rapidamente pela porta, deixando o garoto magoado para trás.
Ele sentia que poderia suportar qualquer coisa, porém não estava pronto para perder Chloe. Victor Augusto estava transtornado. Ele tinha razão quando havia dito que Elizabeth não seria a única, ele havia descoberto uma coisa em que era bom. Matar.
Ele nem sequer percebeu que estava viciado, apenas sentia desejo de matar e o fazia.
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Já com dezesseis, o garoto estava ainda mais bonito e usava aquilo ao seu favor, indo até a cidade vizinha para atrair as garotas.
A cidade noticiava as mortes, mas Victor era extremamente calculista, de alguma forma, ele não deixava nenhum rastro para trás e aquilo intrigava os policias. Eles já haviam descoberto que todos os seis crimes estavam ligados e já sabiam que um novo serial killer estava surgindo.
Tainá estava nervosa, ela percebia as saídas que Victor dava nas madrugadas e sentia a que o irmão estava cada vez mais distante, ele nem sequer falava com ela durante o dia e aquilo estava a matando por dentro. Ela odiava imaginar o irmão mais novo envolvido em algo tão absurdo.
━━ Victor, precisamos conversar. ━━ Ela chamou, enquanto o garoto corria apressado pelos corredores.
━━ Agora não posso, estou indo ver a Chloe, fazem meses que ela não fala comigo.
━━ Tudo bem, só quero que saiba que eu amo você e você está live para me contar qualque coisa.
Victor sorriu fraco e então beijou o topo da cabeça da irmã, saindo do local sem dizer uma única palavra.
Ele não sabia, mas naquela noite, Tainá chorou feito uma criança. De alguma forma, ela sabia que algo muito ruim estava prestes a acontecer e que o irmãozinho que ela tanto amava, não era mais o mesmo garoto que ela conhecia.
Enquanto Tainá chorava em seu quarto, Victor ia até a casa da Laviert, com as luvas em mãos enquanto estava determinado em fazer mal a ela. Ele queria se vingar, porque Chloe era mentirosa, ele sabia que no fundo Chloe não o amava como ele a amava, ela havia mentido e então havia ido embora, o deixando com o coração partido.
Chloe parecia surpresa ao abrir a porta, ela não esperava vê-lo outra vez. Victor sentiu seu coração bater forte, ela estava ainda mais bonita e cada vez mais adulta, por mais que ele negasse, ele sabia que aquela era a mulher da sua vida.
━━ Não quero falar com você.
Chloe sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos, ela o amava seu amigo, mas não queria aquele Victor. Ela queria o nerd esquisito que havia conhecido, o garoto doce e com o coração puro.
━━ Se você realmente me amasse, faria qualquer coisa por mim, não é?
━━ Eu faço qualquer coisa por você, Chloe, apenas me diga, posso ir até o céu e trazer todas as estrelas, eu faria qualquer coisa para que você me amasse outra vez.
Chloe suspirou e em seguida sorriu doce, indo até o amigo e deixando um beijo em sua bochecha. Victor não entendeu a atitude, mas sentiu arrependimento, ele queria que tudo voltasse a ser como era antes.
━━ Há bondade em você, meu amor, por favor acabe com isso e se entregue, você precisa de ajuda! Se você realmente me ama, se recupere e volte para mim.
Ele não tinha dúvidas, gostava de Chloe mais do que tudo e daria o mundo para a garota patética dos cabelos claros. Ele a amava, muito.
Naquela mesma noite, Victor Augusto confessou os crimes e se entregou às autoridades. Chloe Laviert sumiu, não se houve mais notícias dela, enquanto o coração do Augusto se tornava ainda mais angustiado, acreditando na mentira de que a garota que ele tanto amava, algum dia iria voltar.
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SYDNEY, 2021
Victor estava extremamente entediado. Cinco anos haviam se passado, cinco malditos anos onde tudo o que ele fazia, era encarar as paredes brancas do quarto.
Todos os dias eram iguais e aquilo era uma merda. Ele tinha sorte de conseguir controlar bem a sua mente, ou então iria enlouquecer em meio a toda aquela situação. Victor odiava tudo, até mesmo os enfermeiros que cuidavam dele. Torcendo para que algum dia, tivesse a oportunidade de apertar o pescoço de algum deles.
Sentia falta de matar e recebia muitas punições, por sempre tentar atacar as garotas que também estavam presas. Porém, nada mais o atingia, ele sentia que jamais passaria por algo mais doloroso do que havia sido perder Chloe. Nunca havia recebido a visita dela, ao contrário de Tainá que aparecia uma vez por mês já que também era privada de ver o irmão.
Era solitário, mas ele não se importava, aquilo não era viver, não havia problemas, ele não se sentia vivo há muito tempo.
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