𝐒𝐖𝐈𝐌, mitsuya takashi

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TW: menção a uso e venda de drogas. 

Havia passado alguns dias desde o evento em que você fotografou Mitsuya Takashi e Shiba Hakkai – acabou descobrindo o nome do azulado por conta de uma entrevista na TV – e ainda se encontrava trabalhando na edição das imagens. Além de terem sido muitas, a editora era rígida, os mínimos detalhes contavam.

Apesar de não ter uma data limite, precisava terminar esse trabalho logo, porque convenhamos, eles pagavam bem – não encontrava outro lugar que pagasse tanto – e você precisava do dinheiro. As contas do apartamento chegavam, mesmo sendo num bairro de classe média, não era fácil ter outra responsabilidade além de se sustentar, tinha que mandar dinheiro para sua mãe. Desde que tudo ocorreu, você não pode visitá-la, estava trabalhando direto para poder arcar com as despesas.

O horário acusava ser mais de nove da manhã, mas estava acordada desde às cinco. Você ficou tão concentrada na tela do notebook, que só agora havia reparado na dormência do seu quadril, sentia que sua bunda poderia estar quadrada, as horas pareciam uma tortura, você não via o fim daquele trabalho. E por mais que fosse tentador ficar, podendo enfim terminar aquilo, precisava de uma pausa, seus neurônios fritavam a cada segundo sentada.

Você suspirou, logo levantando, pelo menos um café decente você precisava tomar.

Se levanto da cama, deixando o notebook de lado, seu quarto era bem organizado – já que vivia mais nos eventos do que na casa – havia uma cama de casal no centro, um guarda-roupa no lado direito e uma escrivaninha no esquerdo, além da TV na parede que ficava próximo a porta.

Saiu do quarto, passando pelo corredor e adentrava a cozinha mediana, a qual ficava ao lado da sala. Você já conseguia enxergar sua costumeira caneca e a cafeteira na bancada perto da pia, havia criado um costume de ingerir cafeína por um longo período do dia. Além disso, não era das melhores pessoas quando o assunto era comida, sua fome só era noturna, então uma xícara de café sempre havia sido sua fiel companhia matutina.

Mal tocou na cerâmica e pode ouvir Diamonds - Rihanna tocar pela sala, bufava, tanto horário para te ligarem.

Andava desanimada até o cômodo, encontrando o celular em cima do sofá, podia ver pelo ecrã que Tommie te ligava, não ficava nem surpresa por ser ele a te atrapalhar.

— Como vai, meu amor? — sim, você o estava bajulando 'pra esquecer o que aconteceu no evento e de como ficou chateado contigo, além de não ter entrado em contato até agora.

— Já ouviu aquele ditado ''vagabundo sabe quando 'tá errado'', você é ridícula! — pelo visto ele não ia mudar o assunto.

— Ai caralho, você sabe que eu precisava de um pouco de ar e a culpa não foi minha do atraso dele, como eu ia saber que chegaria justo naquele momento?

— Independente, [Nome]! — você pode escutar um suspiro vindo do mesmo — Deixando a discussão um pouco de lado, podíamos fazer as pazes, tomando um café por aqui, sabe?

O filho da puta sabia jogar, Tommie, diferente de você, morava em uma área de classe alta, só o preço do aluguel do apartamento dele é um absurdo, te faria no mínimo, pegar todos os serviços que a agência te oferecia.

— Nós podíamos ir naquela cafeteria perto da avenida principal, você tinha gostado do duplo macchiato de lá — isso era uma clara chantagem.

— Tudo bem — e você estava disposta a aceitar — Mas sem exageros, sabe que eu não esbanjo dinheiro que nem você.

— Não sei porquê, você ganha tanto ou mais do que eu — isso era verdade, mas não é como se tivesse esse privilégio e ele não sabia disso.