Capítulo único

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Derek acorda com uma estranha compulsão, uma necessidade desesperada de voltar para Beacon Hills.
A atração é forte. Isso ecoa a atração da lua cheia - é instinto, puro e simples - e o puxa, dizendo a Derek que ele precisa voltar.

Não há mensagens em seu telefone, nem chamadas de ajuda, mas apesar disso, Derek se encontra no Camaro acelerando para o sul em direção à cidade que ele não tinha interesse em retornar.

Derek sabe que algo está errado assim que cruza a fronteira para Beacon Hills.

Algo está faltando.

Há uma lacuna, um vazio em seu peito onde algo, alguém costumava estar.

Ele dirige para a cidade, seguindo a atração que o atrai. Isso o leva ao colégio.

É sábado, então o estacionamento está vazio, exceto por um jipe ​​azul surrado, escondido na outra extremidade. Derek para ao lado dele e desliga o motor.

Os ecos de um cheiro familiar se apegam ao carro, eles se enrolam ao redor dele, lembrando a Derek de segurança, de casa.

Ele tenta uma das maçanetas, a porta
está trancada.
Suas chaves estão em suas mãos. Ele a encara. 

Há uma chave que não pertence, é velha e manchada e não combina com nada do que Derek possui. Ele tenta em um palpite, piscando surpreso quando a porta destranca com um clique.

O cheiro é mais forte por dentro. Ele se instala no couro bem gasto dos assentos, ondulando ao redor de Derek enquanto ele desliza para trás do volante.

O rádio ganha vida.

~

"Derek?" Scott abre a porta. "O que você está fazendo aqui?"

"Há quanto tempo ele está desaparecido?" Ele pergunta, passando por Scott no corredor. "Por que ninguém me ligou?"

“Espere—” Scott pisca inexpressivamente para ele. "Você sabe quem estamos procurando?"
Isso para Derek em seu caminho. "Você não sabe?"

"Derek, espere -" Scott o persegue pela porta da frente. "Só - onde você está indo?" Ele tropeça descendo os degraus da varanda, seguindo Derek até seu carro.

“Entre,” Derek rosna.
Scott não discute, mas mantém sua ladainha de perguntas enquanto eles dirigem. Derek segue o mesmo puxão, aquele que o guiou até o jipe, ziguezagueando pelas ruas suburbanas tranquilas.

"Esta não é a casa do xerife?" Scott pergunta, olhando pela janela. "O que você está fazendo aqui?"
Desligando o motor, Derek sai do carro e segue direto para os fundos da casa.

"Derek, espere."

Derek o ignora, usando a árvore do quintal para escalar a lateral da casa.

"Você não pode invadir a casa do xerife." Scott sibila para ele do gramado. "Cara, pare."

Com uma facilidade praticada, Derek desliza com a janela e sobe para dentro. A sala é... diferente, vazia, e a parede está remendada onde Derek presume que uma porta estaria.

Scott sobe pela janela atrás dele. “O que você está fazendo? ”

Derek anda pela borda da sala, arrastando a mão ao longo da parede. As memórias são nebulosas, quase como um sonho.

“Fiquei paralisado em uma piscina e sobrevivi. Eu não teria feito isso sozinho. ” Ele olha de volta para Scott, a voz suave enquanto as palavras saem de seus lábios. Há um cheiro, igual ao do jipe, quase fraco demais para distinguir. “Eu fui nocauteado em um elevador e inconsciente no Deaton's. Mas sempre houve alguém que me trouxe de volta. ”

"Derek, não podemos estar aqui." Scott olha nervosamente de volta para a janela.

“Boyd morreu e havia uma mão em meu ombro para me confortar.” O cheiro está mais forte agora. É mel e especiarias com canela e envolve Derek como um cobertor. "E eu juro que ainda posso sentir aquela mão em mim às vezes." Seu próprio braço se levanta, por vontade própria para traçar uma sombra na parede onde a tinta havia desbotado. “Como uma âncora.”

A sala não está mais vazia - há uma escrivaninha sem ser perturbada pela janela. Derek vagueia até ele, passando a mão pelas folhas soltas impressas.

“Houve momentos em que eu estava pronto para me sacrificar apenas para mantê-los seguros.” Uma cama aparece no canto, bagunçada e desfeita como se alguém tivesse acabado de deixá-la. Derek quase pode imaginar que se ele tocasse os lençóis, eles ainda estariam quentes. “Havia uma pessoa em Beacon Hills e ele me fizeram querer ficar.”

Scott olha em volta com os olhos arregalados.

"Você se lembra quem era?"

Derek se vira para o outro lado da sala, onde a porta apareceu.
"O nome dele é Stiles."

~

Demora mais um dia para encontrar a fenda.
Derek sabe quando eles o encontraram. Isso o chama, como a lua chama o lobo. Ouve-se uma vibração, uma energia que o atrai para o espaço cintilante que paira no ar.

Quando ele pressiona a mão nele, ele pode sentir a presença de Stiles do outro lado.

"Stiles?"

A resposta quando chega é fraca, ecoando pela barreira.

"Derek?"

O ar brilha por um segundo, crepitando enquanto aquece.

"Derek!" Uma silhueta toma forma, fora de alcance.

“Stiles!”

Uma mão se estende e Derek a alcança, os dedos se enrolando em torno de um pulso quente enquanto Stiles tropeça para frente e cai em seus braços.

"Você não me esqueceu." Stiles olha para Derek com espanto perplexo. "Como?"

"Como eu poderia te esquecer?" Derek pergunta, um sorriso puxando seus lábios. “Você é um merdinha irritante. Isso não é difícil de lembrar. ”

“Ah, você gosta de mim”, brinca Stiles. "Eu sabia."

“Não tenha muitas esperanças,” Derek diz a ele, mas seus dedos ainda estão emaranhados e Derek não vai soltar novamente tão cedo.

<3

Como uma âncoraOnde histórias criam vida. Descubra agora