CAPÍTULO 21: PONTO FINAL

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JASON

Karla não podia esperar conosco, por ser uma testemunha, então eu fiquei sozinho no corredor, andando de um lado para o outro, enquanto a mãe e a avó dela foram buscar um café. Eu conseguia ouvir os fãs na porta do tribunal cantando Smells Like Teen Spirit, do Nirvana, mas na versão lançada pela Marvel, no filme que Karla fez ano passado. Era uma conexão e tanto, já que em Viúva Negra, a personagem de Karla também foi subjugada e abusada por um homem. Era estranho o quão arrepiado eu ficava sempre que olhava pela janela e via aquelas mulheres juntas. Elas pareciam ter uma playlist própria, com músicas sobre resistência e força, estavam pacíficas, porém fortes e resistentes.

— Alô? — franzi o cenho ao receber uma ligação de Katherine, assessora de Karla, que deveria estar com ela e os advogados

Topa mostrar pra Karla que ela não está sozinha? — ela perguntou

— O que você está armando, Kate?

Quem você acha que vazou o dia do julgamento pra menina do fã clube? — sua voz soa divertida e eu sorri — Karla vai ter uma surpresa quando sair daí hoje e, independente da sentença, ela vai perceber que o que ela passou não muda em nada a mulher forte que ela é.

— Você não está sozinha nisso, não é?

Não.

— E o que você quer que eu faça?

Só se certifique que ela saia pela entrada principal. — suspira — Estaremos esperando por ela na escadaria.

— Deixa comigo. — garanto — Tem mais alguma coisa que eu possa fazer?

Não, é com as mulheres, agora.

No retorno do recesso, Karla já estava no banco das testemunhas. Ela evitou olhar para mim ou para sua mãe e sua avó. Ela estava visivelmente nervosa.

— Senhorita Morgado, como a senhorita conheceu o réu? — Cabot perguntou, de pé, apoiada na bancada do júri

— Eu tinha acabado de completar vinte anos, estava estudando e fazendo figurações em produções de baixo orçamento. — Karla responde

— E o que chamou sua atenção nele?

— No início, eu não prestava muita atenção nele. Quer dizer, ele é charmoso, mas eu estava focada no teatro. Não tinha tempo pra paqueras. Ele se aproximou de mim, foi me cercando. Encontros que pareciam casuais, mas olhando hoje, eu já não acredito que foram obras do acaso.

— Ele perseguia você nos lugares? — Cabot franze o cenho

— Protesto! — o advogado dele se opõe — Insinuação. Meu cliente não é um perseguidor.

— Deferido. — o juiz atende

— Vou refazer. — Cabot suspira — Como esses encontros casuais ocorriam?

— Eu ia na minha sorveteria favorita em Nova York e eu nunca o vi lá. De repente, depois que a gente se conheceu, ele sempre estava por lá e nós sempre nos esbarrávamos. — Karla conta — Em Long Island, eu costumava ir em um parque por lá e, depois que o conheci, ele esbarrou comigo três vezes lá.

— E a senhorita, hoje, acha que esses encontros não eram por obra do destino?

— Não acho. — ela garante — Depois que nós nos separamos e eu descobri a verdadeira pessoa que ele é, eu passei a repensar tudo e encher um padrão. Depois que eu cedi e que nós começamos a sair, eu nunca mais os vi nesses lugares que eu gostava.

Acaso - Jason StathamOnde histórias criam vida. Descubra agora