Capítulo 3

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Chanyeol não conseguia parar de pensar que tinha feito merda. Como é que podia ter sido tão burro ao ponto de beijar alguém do passado? Claro que tinha gostado do beijo, não o podia negar, mas aquilo ia contra todas as coisas que tinha aprendido com filmes, livros e jogos sobre viagens no tempo. NUNCA SE FAZIAM MUDANÇAS NO PASSADO. E SIM, ISSO INCLUÍA BEIJAR MENINOS BONITOS QUE NASCERAM HÁ 6 SÉCULOS E QUE ERAM CASADOS. E agora? E se quando voltasse ao futuro, se voltasse, a sua família não existisse? E se os seus melhores amigos nunca tivessem nascido? E se ELE nunca tivesse nascido? Pelo menos a última opção ele podia excluir. Se nunca tivesse nascido, então provavelmente já teria desaparecido, mesmo estando no passado.

Depois do beijo, não falaram muito mais. Baekhyun acompanhou Chanyeol até a casa de Heungdo, mas até a despedida entre eles foi breve. Será que Baekhyun pensava que aquilo tinha sido um erro? Mas ele tinha dito que iria para o futuro com ele... Porque é que ele diria isso se não sentisse nada? O Park decidiu não se aprofundar nesses pensamentos. Seria até melhor se o que sentia pelo Byun fosse unilateral. Não podiam ficar juntos. Pelo menos assim seria o único magoado quando se separassem.

Nos dias seguintes, quando Baekhyun apareceu para que Chanyeol saísse de casa e fossem passear juntos, ele não atendeu. Pediu a Heungdo que lhe dissesse que tinha saído ou que estava com uma doença demasiado contagiosa para que pudessem falar. Era melhor assim. Nunca se tinha sentido daquela forma por alguém, mas precisava de ser racional, por mais difícil que fosse.

- Já passaram quatro dias... Porque é que não sais mais com o teu amigo? – perguntou Minhee, enquanto arrumava a pequena mesa da sua casa após a primeira refeição do dia.

- Não sei, as coisas estão estranhas entre nós.

- Estranhas porquê? Algo com que possamos ajudar?

- Acho que as únicas pessoas que podem ajudar para que fiquem menos estranhas somos nós os dois...

- Entendo, às vezes acontecem coisas assim, mas nada se resolverá se não conversarem um com o outro.

- E se correr mal? Se a nossa amizade acabar?

- Se a vossa amizade acabar, será tão diferente de como está agora? Que sentido faz serem amigos se não reconhecem a existência um do outro?

- Tem razão. – confessou – Mas de qualquer forma não posso ir ter com ele agora. Não sei onde ele mora.

Minhee ponderou por alguns segundos, antes de continuar:

- Posso levar-te até lá. Acho que sei onde ele mora.

- A sério? – perguntou, surpreendido – Como? Pensava que não se conheciam.

- Conheço-o de vista. – respondeu, achando que não deveria ser ela a contar-lhe que Baekhyun era, na verdade, Danjong.

- Então vamos! – exclamou, acabando de ajudar a mulher a arrumar as louças.

[...]

Assim que chegaram à morada, a mulher despediu-se e voltou para trás. Chanyeol, por sua vez, suspirou e limpou o suor das suas mãos ao hanbok que usava. Estava tão nervoso que era capaz de suar, mesmo com a temperatura congelante de Dezembro.

Aproximou-se da porta e estava prestes a tocar na mesma quando ouviu atrás de si:

- Não estava à espera que viesses, depois de me ignorares por três dias.

O mais velho virou-se e os seus olhos encontraram-se com os do mais novo.

- Desculpa. Para ser sincero não sabia como te encarar depois do que fizemos. Depois de... Tu sabes.

564 Anos | CHANBAEKOnde histórias criam vida. Descubra agora