LVII

85 4 0
                                    


ٰ
a morte espreita a campina
junto ao orvalho da noite
ela ronda o casebre que lá se encontra
se esconde entre as flores
ela não tem rosto
ou forma exata
nem boca para dizer palavras que confortem
quando ela vêm
ela apenas vêm
não deixando que se preparem para a sua chegada
que é sempre inesperada
de supetão a te surpreender
lhe deixando sem como reagir
às suas garras invisíveis
que te rasgam o peito
e ao aroma mortal que ela exala
que se espalha como um veneno
as flores da campina agora
já estão pútridas
e a própria campina não passa de
um campo de cinzas
dos mortos que a morte levou
e das almas que pairam por ali
em conjunto
com um grito incessante de terror

desvenda-me.Where stories live. Discover now