Cartas

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Reino de Waterfall - Ayra Nerissa


Um pouco afetada pela mensagem de Luke, que tinha saído do transe a poucos segundos, me levanto da cadeira e inicio uma caminhada em círculo pelo escritório, percebo que ele me encara um pouco confuso.

— Eu tenho essa mania desde quando era adolescente. Andar me acalma e me ajuda a raciocinar melhor. — Explico para ele.

— Eu entendo, todos nós temos nossas formas de expressões, não se preocupe. Se quiser posso me retirar para deixá-la mais confortável. — Ele diz com a voz mansa e me oferece um sorriso gentil.

— Não precisa. Na verdade, quero que fique, tenho algumas dúvidas. — Me sento na cadeira novamente. — Você tem alguma ideia do que possa se tratar esta mensagem? — Questiono-lhe.

— Não, geralmente as visões são confusas e não mostram muito.

— São tantas perguntas se passando pela minha cabeça nesse momento. — Suspiro e apoio a testa em minhas mãos.

— Eu imagino. Vossa Majestade, se me permite, de acordo com meu sonho, eu aconselho que a Senhorita comunique aos outros quanto antes. — Ele encara suas mãos, brincando com seus dedos.

— Os outros? — Pergunto-lhe um pouco confusa com o seu conselho.

— Sim. — Ele se levanta e vai até à biblioteca ao canto esquerdo.

Antigamente, esse cômodo costumava ser apenas o escritório, mas tomei a decisão de transformar parte dele em uma biblioteca, pois carrego um grande amor pelos livros. Muitas vezes passo a maior parte do tempo aqui dentro, fugindo da realidade em meio a tantas histórias.

Luke aponta para um grande mapa pendurado ao lado da estante.

Levanto-me e caminho rapidamente até ele, observo o mapa e é aí que me dou conta de quem são os outros. Com uma ideia surgindo em minha mente, volto a minha mesa e começo a escrever cartas, uma para cada reino.

Com todas elas já escritas, dobro-as colocando dentro de envelopes, derreto a cera em uma vela, pego o sinete com o desenho do brasão de meu reino e lacro os envelopes. Saio do escritório após pedir licença a Luke e vou em direção ao campo atrás do castelo onde era mantido os animais.

Encontro um de nossos serviçais plantando algumas flores na lateral do campo.

— Ei, Jack, onde está Natus? — Pergunto-lhe quando paro ao seu lado.

Jack é quem cuida da alimentação e habitação de cada animal ali presente. Natus é a nossa mensageira, uma Fênix.

— No último celeiro, em seu ninho. — Ele para de cavar o buraco para apontar o caminho.

Faço uma pequena corrida até lá, com a ansiedade batendo no peito para que as cartas sejam entregues aos destinatários o mais rápido possível.

— Ei, menina, preciso de um favor agora.

Retiro-a de seu ninho e espero até que ela estique todas as suas penas, essas que eram divididas entre tons de vermelho fechado e tons de vermelho mais aberto. Natus é um fênix de porte grande, ela conseguiria facilmente carregar uma pessoa em suas costas. Depois que ela termina de agitar suas penas, coloco nela o suporte de correspondências com as cartas.

— Vá, Natus. Você tem um longo voo pela frente. — Ela bate as asas rumo aos seus destinos.

Reino de Lands - Enki Lewis

Com passos pesados e o corpo tomado pela exaustão, adentro meu quarto, exausto pela caminhada na floresta. O cansaço se faz presente em cada fibra do meu ser, agravado pela noite mal dormida que tive. Sem cerimônias, me deixo cair na cama, sentindo o colchão macio acolher meu corpo cansado.

Respiro fundo, enquanto o silêncio do quarto é preenchido apenas pelo som da minha respiração ofegante. Lentamente, me sento na cama. Começo a desatar os cadarços das minhas botas, mas paro abruptamente ao escutar um som estranho vindo da janela.

Curioso, me levanto e caminho até a janela, o farfalhar se tornando mais distinto à medida que me aproximo. Ao chegar à janela, sou surpreendido por uma visão inesperada: uma Fênix majestosa, suas asas batendo ritmicamente enquanto ela se mantém no ar, segurando uma carta em seu bico.

“O que diabos é isso?” murmuro para mim mesmo, os olhos arregalados de surpresa e admiração.

Com um movimento rápido, a Fênix solta a carta no batente da janela, antes de se lançar ao céu novamente. Observo enquanto ela se afasta, deixando para trás apenas a carta e uma sensação de curiosidade.

Reino de Kazan - Zoya Macgyver

Após um treino intenso e desgastante com Jay, me encontro no meio do campo aberto, o suor escorrendo pelo meu rosto enquanto retiro minha armadura pesada.

Estou prestes a retirar a joelheira quando algo chama minha atenção. Uma Fênix, majestosa e imponente, está parada na grama, seus olhos penetrantes parecem acompanhar cada um dos meus movimentos. Uma sensação estranha me invade, e decido deixar a joelheira onde está.

Com passos cautelosos, me aproximo. Ela não se move, apenas desvia o olhar para o chão. Sigo seu olhar e descubro uma carta caída aos pés da Fênix. Com um misto de curiosidade e cautela, me abaixo para pegar a carta.

Assim que o pedaço de papel está seguro em minhas mãos, a Fênix levanta voo. Observo enquanto ela sobe ao céu, suas asas batendo contra o vento, até que finalmente desaparece de vista.

Reino de Ares - Arvid Rymer

Depois de uma longa e agradável caminhada pelo reino na companhia de Henri, que já havia seguido em direção à cozinha em busca de sua mãe, me permito um momento de descanso. Me deito no gramado macio, fechando os olhos para apreciar a brisa.

Permaneço nessa posição de tranquilidade por vários minutos, até que uma mudança súbita na atmosfera me tira do meu estado de relaxamento. O vento, antes suave e acolhedor, agora se transformou em uma corrente de ar mais forte e insistente. Intrigado com a mudança abrupta do clima, abro os olhos.

O que vejo me deixa atônito: uma fênix magnífica paira sobre mim, suas asas batendo ritmicamente contra a corrente de ar. Com um movimento rápido, ela deixa cair uma carta em meu peito e, sem mais delongas, alça voo, desaparecendo no céu.

Com o coração batendo forte no peito, pego o pedaço de papel. A carta é um enigma, sem remetente ou qualquer outra informação escrita do lado de fora, exceto pelo brasão de um reino estampado nela. A curiosidade me consome e, sem perder mais tempo, me sento rapidamente e abro o envelope.

 A curiosidade me consome e, sem perder mais tempo, me sento rapidamente e abro o envelope

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O que vocês acham que vai acontecer agora que todos receberam a carta?

Esperamos que goste!

Não se esqueçam de deixar a sua opinião e seu voto.

- B&M

Air - O Começo Where stories live. Discover now