Ora...ora

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Recadinho: Este capítulo tem insinuações de violência e abuso sexual, então se você for sensível pule a parte do "Flashback".


CAPÍTULO 09


    Eleanor

A minha segunda-feira havia começado turbulenta.

Primeiro: Minha família. As condições de saúde de minha mãe havia piorado novamente, desde que descobriu o câncer no estágio avançado, a sua imunidade está pior a cada dia e ficar longe da dona Gisele é a parte mais difícil.

Segundo: Lizandra. Descobri logo de manhã cedo que seu empréstimo fora negado, a empresa liberou apenas vinte e cinco mil. O desespero de imagina-la longe de mim me perturbou a manhã de trabalho inteira, vê-la chorando partia meu coração e, devido as circunstâncias tomei uma decisão talvez precipitada, mas que resolveria grande parte dos seus problemas.

As palavras nojentas daqueles monstros, continuava rondando meus pensamentos enquanto saía do pequeno estabelecimento de Nando e voltava para a empresa.

Aproveitei a deixa do almoço e resolvi logo este problema. Não conseguia dormir direito só de pensar em Lizandra e suas irmãs em perigo.




FLASHBACK

O relógio marcava 13h21 da tarde quando Julio, motorista e segurança particular de Eleanor, estacionou em frente a loja de Nando. Alguns de seus homens estavam armados até o dente em frente ao estabelecimento, mas aquilo não a amedrontou. Adentrou arrancando olhares curiosos de pessoas, que iam e viam de seus respectivos trabalhos e afazeres do dia.

- Quem é Nando? - Eleanor perguntou impaciente ao adentrar a estabelecimento.

- Quem é você? - um homem de cabelo loiro arrepiado perguntou com a mão na arma pousada em sua cintura - Pra falar com o chefe tem que ter hora marcada aqui - revelou.

- Diz pro seu chefe - cruzou os braços na altura dos seios - Que tempo é dinheiro. E que se ele não aparecer vai ter um problema maior ainda - ameaçou despreocupada.

- Calma patroa - levantou a mão em redenção, debochado - É pra pagar? - perguntou olhando-a de cima a baixo - Não lembro de termos feito nada com você. Conheço todas as pessoas que temos contrato - estava desconfiado.

- Chama teu chefe logo - pediu novamente, ao se sentar numa das cadeiras desocupadas.

- Olha como fala - um outro jovem de pele negra, que aparentava ter seus dezoito anos se intrometeu - Aqui a gente não recebe ordens de ninguém não - apontou na direção da empresária - Tu é muito abusada mulher.

- Tempo é dinheiro muleque - Eleanor revirou os olhos incomodada com tanta demora - Vai chamar o Nando ou não? - Júlio seu motorista, continuava ao seu lado com sua postura de quartel, com uma pequena maleta ao seu lado.

- Qual é o seu nome gatinha? - perguntou o loiro ao começar a folhear as páginas de um caderno.

- Lizandra Olfh Nunes - digo rispidamente.

- Liz? - fitou-a com a sombrancelha erguida.

- Ela não pôde vim - relatei, e no mesmo instante o garoto cochichou no radinho que tinha no ombro avisando - To com o dinheiro todo.

- O chefe já está vindo - avisou agitado.

Torturantes dez minutos de espera se passaram até o maldito chegar em seu carro, um Volkswagen Turbo vermelho. Nando é bronzeado e tem cabelos cacheados, é bem alto e musculoso, sua afeição dura mostrava o quanto leva a sério seu trabalho de agiota.

Save Me (Romance Lésbico) - REVISÃO Where stories live. Discover now