Capitulo 2 "starting"

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Os acontecimentos da noite passada rodavam na minha cabeça o tempo todo e já estavam cansando. Não consegui prestar atenção em aula nenhuma.

O dia já começou terrível, levantei rápido demais da cama e acabei caindo, derramei café quente na roupa, Anissa não tinha colocado óleo na porta e ela continuava rangendo.

E o melhor de tudo: o único ônibus que vai para a cidadezinha nos arredores do Rio de Janeiro onde moro quebrou essa manhã. Eu teria que pegar outro ônibus e ir de pé metade do caminho! E essa nem é a pior parte, eu teria de passar em frente a escola dos meus meio irmãos, e consequentemente, ver a minha mãe.

Diferente de todos os outros, meus pais estavam vivissimos, no luxo e conforto com a vida deles e seus milhões garantidos. Edwards era o sobrenome de minha mãe, Alice, a família é dona de um restaurante da cidade frequentado por pessoas de status social alto. Meu pai, Leonardo, era o filho mais velho da gloriosa família Alexandre, atual dono do principal negócio da família, o Alexandre Palace, hotel que fica no litoral da cidade.

Eles basicamente só não quiseram cuidar de mim.

Fiz uma pesquisa a três anos, para saber como eles estavam, descobri que minha mãe estava noiva de um médico renomado, Alex Hale. Umas semanas depois eles se casaram. Os dois tiveram uma filha, que não fiz questão de descobrir o nome, não por raiva dela, mas porque não me interessava mesmo. E Alex, já tinha dois filhos de outro casamento, também não fiz questão de descobrir os nomes.

Eles vivem felizes e contentes em um dos bairros mais renomados da cidade hoje em dia.

Meu pai, pediu a namorada em casamento esse ano, mês passado para ser mais específica, Anne era o nome dela, o sobrenome também não fiz questão de descobrir, dessa vez foi por raiva dela mesmo. Ela tinha três filhos de um outro casamento, não me importo com eles também.

As vezes me pergunto se ele concordou com o meus abandono ou nem foi informado.

Enfim, o dia já estava terrível e Deus me manda uma dessa.

Ainda bem que fui informada com antecedência sobre esse problema do ônibus. Sai correndo da escola tropeçando e esbarrando em todo mundo, até no vice diretor e isso fez os óculos dele voarem bem longe. Ainda bem que ele não viu que fui eu, então eu murmurei um desculpe, que tenho certeza que ele não ouviu, e segui correndo.

Corri com todas as forças que eu tinha, o que durou uns 3 minutos.

Depois de correr até quase explodir meus pulmões, para minha infelicidade o ponto de ônibus mais próximo que vai para a cidadezinha fica depois de uma rua bem movimentada.

Passei pelo aglomerado de pessoas com uma pressa notável, agora eu vou ter que passar pelo colégio de meus meio irmãos. Que Deus me ajude a não vê-los.

O prédio onde ficava o colégio era enorme, moderno e cheio de vidraças. O jardim da frente com grama verde bem aparada, os arbustos bem cortados... Nada parecido com a minha escola pública que necessita de reformas urgente.

Várias crianças e adolescentes uniformizados, eu sempre achei o uniforme lindo, a saia xadrez azul, a camiseta branca com o brasão da escola, e o casaco azul para os dias mais frios. Meu uniforme não era totalmente diferente, apenas pela calça, só, e pela cor que era vermelha.

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