Conseguimos... Juntas

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Oioi, Emi aqui! Ontem eu não pude postar pois tinha saído, mas aqui está o capítulo! Espero que gostem! 

Eu não sou de pedir votos ou comentários, mas saibam que isso me ajuda e incentiva DEMAIS a continuar postando.

 ~Ji-yeong (Nº 240)

Recolhi a mão que havia estendido para Sae-byeok. Ela não queria ser minha dupla, então não vou insistir.

Eu não estava me sentindo traída. Não estava. Com certeza não. Não podia me sentir traída. Isso me faria perder o foco para o próximo jogo, o que provavelmente me faria perder.

Ok, talvez, e só talvez, eu estivesse me sentindo traída. O que acontece é que não tinha muito tempo para me preocupar com isso. Precisava arranjar uma outra dupla, e rápido. Dei uma volta no salão, avaliando minhas chances. Muitas das pessoas já tinham formado suas duplas, e isso englobava toda e qualquer pessoa que representasse uma chance para que eu ganhasse. Só me sobravam 3 minutos. 2 minutos e 45 segundos. Precisava ser mais rápida.

Havia três opções disponíveis: Nº 347, a mulher do isqueiro, e o Nº 235. Estive observando todos durante o jogo, e posso afirmar com toda a certeza que o 347 não seria a melhor opção para mim. Ele tem braços finos, pouca massa muscular, e era muito medroso, tipo muito mesmo. Eu realmente não sei como esse cara ainda está vivo, ele mal sobreviveu ao primeiro jogo. De qualquer forma, a mulher do isqueiro também não é uma opção. Ela é engenhosa, não podemos negar, e muito esperta também, mas digamos que ela se deixa levar muito facilmente pelas emoções. Ao primeiro sinal de perigo, ela me deixaria para trás. Só me resta uma única opção: Nº 235.

Foi difícil convencê-lo, devo admitir, mas o importante é que ele aceitou fazer dupla comigo.

Quando falaram qual ia ser o jogo, eu entendi o que Sae-byeok quis dizer com "não posso explicar agora". Eu tinha debochado dela... Mas não tem como voltar no tempo, certo? Precisava focar em vencer esse jogo, caso quisesse resolver alguma coisa.

O jogo era Bolinhas de Gude. Eu tive sorte. Já tinha jogado aquele jogo antes. E melhor ainda, sabia jogar quase todas as versões do jogo. 3 saquitas, bola na cova, aposta dupla, bate e mata, bate e mata versão estrela, bate e mata versão cova, tiro longo. Sabia jogar todos. E também sabia como vencer. Decidimos jogar Aposta Dupla, jogo bem simples, ele escondia um número de bolinhas na mão e eu deveria "adivinhar" se esse número era ímpar ou par, apostando quantas bolinhas eu quisesse. Se eu acertasse, ele deveria me dar a quantidade de bolinhas que eu havia apostado, mas se eu errasse, eu deveria dar minhas bolinhas para ele.

Esse jogo era fácil de ser manipulado, porque dependia mais do psicológico do jogador do que do jogo em si. Fazer pequenas perguntas pessoais para a pessoa fazia com que ela escolhesse um número ímpar, enquanto fazer perguntas lógicas a fazia escolher par. Uma técnica bem simples que aprendi, mas que dá muito certo. A outra parte da manipulação é fazer com que seu adversário "veja" quantas bolinhas você está pegando do saco, e quando ele achar que viu certo, pegar uma outra bolinha. Foi assim que eu ganhei o jogo em poucos minutos.

Mas nada de bom vem sem um preço, não é? Quando 235 percebeu que não ia vencer, ele me agarrou pelo pescoço e me levantou no ar. Aquilo rendeu boas risadas. E possivelmente uma marca roxa no pescoço. Ainda assim, me senti mal quando ele morreu. Respingou muito sangue na minha roupa.

A segunda consequência ruim de vencer rápido e fácil é que fui uma das primeiras a voltar para o salão, e cada momento esperando que Sae-byeok entrasse por aquela porta era uma tortura. Quando saí da arena, ainda faltavam 23 minutos para o fim do jogo, mas pareceu muito mais quando eu estava esperando. Pareceu uma eternidade inteira. Eu andei pelo salão, me forcei a ficar deitada na cama, tentei tirar um cochilo, andei mais um pouco, e a cada jogador que entrava pela porta eu tinha um ataque cardíaco diferente.

Sae-byeok não podia morrer sem me explicar como ela sabia sobre o jogo. E depois de tanto esforço para me salvar, não podia simplesmente me abandonar assim. Isso sim seria traição.