Shallow Pool

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Em qualquer lugar que vamos, em qualquer plataforma na internet que acessamos, sempre irá existir a romantização do destino, onde todos nascem pré-destinados a serem ou fazerem algo. Quem é herói, nasceu como herói, e quem é vilão, nasceu pra ser um, ou você se apaixonar por uma pessoa e ser "destino". Para muitos, isso faz sentido, mas se realmente for real, Lola acha que o destino foi muito cruel pra ela desde pequena, e não entende o porquê de passar por todos os seus problemas e se tornar o que é hoje, já que nunca fez nada de ruim pra ninguém. Então o destino escolhe quem será feliz e quem terá uma vida frustrada? Quem terá êxito e quem se afundará na amargura de uma vida de merda? Isso soa bem irônico, já que tem pessoas que não merecem um pingo de felicidade e privilégio que tem.

Desde pequena, Lola luta por sua vida, já se meteu em encrencas diversas vezes, mas felizmente se tornou uma pessoa do bem, uma das pessoas que colaboram para uma sociedade segura e com justiça. Mas com a vida que teve, ela poderia ter se tornado qualquer coisa, até mesmo ninguém, e não daqueles que não conseguem fazer algo da vida ou não tiveram oportunidades, mas ela teve chance de ser mais uma em algum cemitério da cidade, mas não fez isso, não por ela ou por amar a vida, mas por amar sua irmã, que é bem mais nova e que se não fosse por sua presença, acabaria como ela ou pior. Mas o lado bom de Lola, permitia que ela não deixasse seus problemas maiores que as das outras pessoas, ela acredita que cada um sofre da sua maneira.

Por outro lado, tinha Billie, que teve uma infância calma e tranquila com sua família calorosa, teve o apoio de todos para seguir seus sonhos. Menos o da sua mãe quando soube que ela passou na prova do exército de Los Angeles. Não era a carreira que Maggie sonhava para sua filha, até porque era totalmente perigosa. Quantas mães já não perderam seus filhos para pessoas ruins no mundo? Maggie não queria ser mais uma na lista do sistema, mas não tinha como impedir sua filha, era o que ela queria e a vida também era dela.

Billie era uma garota calma e inteligente, se esforçava para conquistar seus sonhos e amava estar em família. Bem namoradeira quando queria, um mês estava com uma aqui e quando não queria mais, terminava, e logo depois estava com outra. Era a única parte vazia de sua vida. Hoje, Billie serve ao exército americano e aproveita a vida como dá.

O que Lola e Billie tinham em comum era a tal adrenalina de estar em campo "combatendo o mal" como os filmes de heroínas dizem. Não que elas se sintam heroínas ou mocinhas da história, muito pelo contrário, não existe ninguém santo nesse país. Mas também não eram as vilãs, na verdade, tudo vai depender de qual perspectiva estamos falando, porque elas até podem prender ou matar pessoas que não seguem a lei, mas elas também estão prendendo e matando pessoas que tem família e pessoas que amam. Sobreviver pra Lola nunca fora um desafio, mas quando está em guerra, ela e Billie sentem uma emoção grande, é um outro lado da sobrevivência, e eles gostam disso. Pode até soar egoísta, porque a família de ambos, ou alguém, pode sofrer muito com a perda delas, mas ao mesmo tempo, era quando se sentiam mais vivos.

Por mais que fosse o sonho de Lola voltar a servir seus país assim como quando era mais nova, hoje ela vive numa verdadeira prisão. Acredita tanto em justiça, mas sua vida mesmo não é tão justa assim. Vive um relacionamento abusivo com seu noivo Thomás, um cara que veio de uma família extremamente rica e que hoje em dia está se tornando o mais novo dono da empresa da família que trabalha com novas tecnologias. Não sabe como conseguiu se encontrar nesse lugar, com uma vida de luxo, podendo ter tudo em sua mão, mas tão vazia de tudo, de sentimentos, de família, de objetivos, não era feliz, e ainda por cima, era violentada toda vez que seu querido noivo se irritava com alguma coisa, mas na parte, quando estava bêbado. Nunca admitiu o que seu pai fazia com sua mãe, e hoje em dia, ela está no lugar dela.

- Nem acredito que já chegou o fim de semana - Lola diz a Allyson, sua ex colega de pelotão e quem divide seus momentos desde que eram pequenas, Allyson ainda estava no exército, mas toda vez que podia estar com sua melhor amiga, vinha correndo. Até admite que a vida foi bem engraçada quando colocou Allyson em sua vida, mas sua amiga sempre estava ali por ela, quase uma irmã, era realmente a sua esperança. Ally era a sua luz no caminho.

LOLAOnde histórias criam vida. Descubra agora