Prólogo

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Notas: Olha eu aqui mais uma vez! Mais uma história? O curioso caso da autora que posta um zilhão de fanfics e não continua nenhuma (mentira hahaha).
Eu estava muito, mas muito ansiosa com essa fanfic... isso porque, dentre todas as outras histórias, que já postei ou que ainda vou postar, essa é a ideia mais antiga, a pioneira (uma das primeiras que tive antes de voltar para o site) e coincidentemente (ou nem tanto assim) estou postando ela no dia 17 de outubro de 2021, sendo que nessa data, mas no ano de 2020, era a primeira vez que eu escrevia algo sobre "Room 62". É uma história mais madura, no âmbito empresarial e que por isso, terão mais cenas +18, mas, fiquem tranquilos que aviso sobre quando for o momento!

📌 O prólogo é um trecho de um capítulo que vai aparecer bem mais na frente na história...

Do fundo do meu coração, espero que vocês gostem! Boa leitura <3
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Do fundo do meu coração, espero que vocês gostem! Boa leitura <3〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️〰️

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Justin Bieber

62.

Dois números que nunca significaram nada. Absolutamente nada. Números em si - ao meu ver - só tinham utilidade para o meu trabalho, seja com os cálculos que os empregados me mostravam, seja com as infinitas planilhas, que se acumulavam sem fim nas várias pastas dispostas no meu computador.

Embora parecesse completamente infantil de minha parte, conseguia, mesmo pisando no pouco ego que ainda possuía, admitir que àqueles números agora significavam algo a mais. Eles marcavam o início e o fim de um ciclo vicioso, do relacionamento, sem amor, que Ayla e eu começamos a travar, não intencionalmente e completamente dispostos a apenas fornecer algo um ao outro que não fosse raiva, a transformar o ódio, ainda que apenas por algumas horas, em prazer.

Desafiando todas as possibilidades de fracasso, ignorando o quanto aquilo podia afetar o meu objetivo e principalmente esquecendo todos os meus antigos e fracassados relacionamentos entrei de cabeça em um negócio mal-sucedido e também com mínimas chances de sucesso.

Mas meu envolvimento com Ayla nunca foi um negócio e muito menos semelhante a algum dos meus tediosos e namoros sem sal. Por mais louco que parecesse, eu acreditava firmemente que a mulher de cabelos loiros e dona de olhos cor de avelã, que exalavam confiança, achava assim como eu que irracional seria se não tivéssemos, enrolados aos lençóis de seda da cama do quarto de hotel, nos entregado um ao outro. Mesmo sendo a típica mulher que sempre colocava o trabalho em primeiro lugar, que colocava o sucesso acima até mesmo de sua felicidade e de momentos de diversão, tinha que acreditar que pelo menos nisso ela pensaria igual a mim.

Engraçado como a mente humana funciona e como ela muda à medida que a nossa percepção sobre as coisas também muda. Antes de conhecer Ayla nunca havia antes me atentado à detalhes e certamente não repararia nos números, em forma de relevo, pendurados na porta do quarto do hotel, que possuíam algumas falhas e imperfeições na pintura, devido ao desgaste causado pelo tempo, o que deixava aparente o preto original, que um dia havia sido coberto, em sua totalidade, por uma tonalidade de dourado brilhante.

Ayla, entretanto, não era igual às outras garotas que eu conhecia, com ela eu precisei me ater a detalhes, prestar atenção nas pequenas coisas, enquanto ela batalhava incessantemente para vencer a competição que seu pai mesmo impôs. "Com ela era diferente", meu subconsciente me alerta e as palavras insistem em me atormentar mais uma vez naquele dia. Porém, não é preciso de muito para que eu aceite que com Ayla tudo sempre foi tão diferente.

Por mais que doesse, dessa vez, evito olhar mais uma vez o quarto de hotel e relembrar tudo o que aconteceu por trás da porta de número 62, que eu fechei tão rápido, quanto entrei. Com o maxilar travado e sem conseguir convencer a mim mesmo que aquilo era realmente o certo a ser feito, retiro-me e ando em passos largos pelo enorme corredor, em direção ao elevador, que me levaria o mais rápido possível embora daquele lugar.

Os momentos que passamos juntos ainda - por mais distância que eu quisesse daquele sentimento - me acompanhariam nas noites solitárias que passaria em meu apartamento. As poucas fotos que tínhamos juntos, no meu velho celular e que eu não seria capaz nem de cogitar apagar, seriam como um lembrete constante de tudo o que fomos.

Estariam ali constantemente me lembrando de que o que vivemos não seriam nem mesmo histórias, que, um dia, poderiam ser contadas aos nossos filhos. Que o que tivemos foram apenas provocações, discussões e uma competição desgastante no âmbito empresarial; e noites que ficariam guardadas no quarto 62, até que aquilo também fosse apagado, por outro casal que tivesse uma história mais calorosa e que ocupasse aquele espaço ou pelo tempo que, uma hora ou outra, destruiria aquele local.

O que tivemos foi apenas uma relação carnal. Nós nunca fomos nada além de amantes no quarto 62.

Seríamos isso até o dia em que não seríamos mais nada.

E o meu erro foi justamente pensar que - um dia - podíamos ser algo a mais.

Room 62Onde histórias criam vida. Descubra agora