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Jeongguk viu as nuvens de uma tempestade se formando na forma de um espirro no início de uma manhã de segunda-feira.

Hoseok fungou a fim de se recompor e continuou trocando de roupa como se nada tivesse acontecido. Contudo era tão raro vê-lo espirrar que Seokjin e Jeongguk trocaram olhares sem nada mencionar.

Os espirros se repetiram durante o resto do dia, mas nada que pudesse comprometer a fisionomia de Hoseok ou o atendimento do café, de modo que não foi necessário fazer nenhuma intervenção, nada além de um aviso para que ele comunicasse caso se sentisse pior e a garantia de que ele podia tirar alguns dias de folga para se recuperar, caso estivesse lidando com um resfriado.

No dia seguinte, sem provocar maiores surpresas, Hoseok apareceu com o nariz vermelho, escorrendo e com a fisionomia de quem não descansou na noite anterior.

Seokjin sequer o deixou entrar.

Na quarta-feira, ele ainda não estava melhor, e Jeongguk teria que contar apenas com Jaemin para atender à demanda de pessoas que sempre surgiam às quartas – nada que ele não pudesse fazer, mas não sem um pouco de desespero, com pouca ou nenhuma pausa para respirar.

— Sinto muito, Guk, mas você tá por sua conta e risco — Seokjin pediu, e Jeongguk sabia que não poderia culpá-lo, embora quisesse. Não era culpa dele que Hoseok estivesse doente, mesmo que tenha sido a pessoa a mandá-lo para casa. E com as coisas caóticas como estavam, abandonar a cozinha nas mãos de Sungjae não era uma opção.

Essas foram as circunstâncias em que Taehyung o encontrou na tarde daquela quarta-feira, com uma fila maior que o normal e duas pessoas atrás do balcão tentando dar conta de tudo, ocasião em que Seokjin comandava a cozinha, sem qualquer previsão de quando poderia ajudá-lo.

— Parece que você anda bem ocupado — a voz de Taehyung entrou em seus ouvidos como um bálsamo e, ao mesmo tempo, uma punhalada em seu peito.

— Garanto que não só parece — replicou. Não era sua intenção ser rude com Taehyung, mas não lhe ocorreu que suas palavras poderiam transmitir algo além do cansaço que estar à frente daquele navio naufragando podia provocar.

Como não ouviu mais da voz dele, o que poderia ser efeito de sua preocupação com a fila que não demoraria a alcançar a porta, Jeongguk imaginou que Taehyung já não mais estava ali. As pessoas começavam a desistir da espera e abandonavam o local, não seria uma surpresa se tivesse acontecido o mesmo com ele.

Talvez estivesse na hora de eles terem uma conversa sobre a contratação de mais pessoas – para trabalhar meio período ou uma jornada completa, não importava. Pelo menos evitaria que eles passassem por aquele tipo de apuros sempre que algum deles adoecesse.

— Deixa que eu faço isso — Taehyung disse ao seu lado, empurrando-o da frente do caixa, chamando a atenção para o fato de que ele não estava mais do lado de lá. Em vez disso, ele estava tão perto que Jeongguk tinha dificuldades em entender o que ele tinha em mente. — Vocês precisam de mais mãos aqui, eu anoto os pedidos e passo pra você, pegar ou largar.

Apesar da ameaça, Taehyung não dava sinais de que iria largá-lo a própria sorte de Jeongguk não optasse por pegar.

— Você está se oferecendo pra ajudar? — Jeongguk perguntou e de imediato se sentiu um tanto quanto estúpido por ainda precisar de uma confirmação. Taehyung, no entanto, não pareceu se importar e sorriu de sua confusão, o que fez Jeongguk pensar em algo mais útil para dizer. — Você precisa de uma aula ou algo assim?

— Eu já fui um universitário liso, com alguns empregos de meio período pra tentar remediar, então eu sei o básico ele respondeu, subindo as mangas da camisa azul bebê que usava, e Jeongguk precisou se esforçar para não encarar a forma como os braços deles eram revelados pelo tecido. — Só preciso me familiarizar um pouco com o sistema de vocês, mas deve ser rápido.

A pressa é inimiga do coração [ jjk + kth • taekook ]Where stories live. Discover now