Your first time

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A noite estava quente, um clima bem abafado. O hotel de luxo no qual me encontrava já não estava mais cheio de pessoas como horas atrás.
Eram quase duas da manhã e o bar do local ainda estava aberto. Era um daqueles bar chique, onde apenas os hóspedes poderiam frequentar e lá estava eu, com o meu vestido cinza com desenhos quadrados pretos tomara que caia, cabelo bem arrumado e solto, indo direto até o balcão tomar um drink de frutas ou até mesmo um whisky. Quem sabe, até eu chegar lá decidiria.

Me sentei no banco perto do balcão, prestei atenção na música ambiente e tocava um jazz. Apenas um som de trompete, uma melodia até que bem agradável para a ocasião.
Poucas pessoas estavam ali, apenas alguns homens velhos, podres de ricos e sozinhos, possivelmente até bêbados, a julgar pela hora. Alguns até que me encaravam, talvez se perguntando mentalmente se poderiam se aproximar, mas minha expressão era dura e eu não iria aceitar a companhia de qualquer pessoa hoje, nem mesmo a do meu noivo.

Pedi ao barman, um senhor que usava terno e que estava limpando os copos, um whisky e imediatamente ele me serviu a bebida amarelada com duas pedrinhas de gelo no copo on the rocks, um copo de boca e bojo largos, porém baixo e sem haste.

Tomei um pequeno gole e prestei atenção na garota que acabava de chegar e sentava-se uma cadeira depois da minha. Ela aparentemente trabalhava no local, já que usava o mesmo tipo de roupa que o senhor que me serviu. Ela não me notou e tirou do bolso um cigarro eletrônico, onde começou a tragar e soltar uma forte fumaça com cheiro de morango.
A garota era um pouco baixa, cabelos curtos e feições delicadas, com uma pinta perto dos lábios carnudos. Seu jeito me chamou atenção, mas principalmente suas tatuagens no braço. Aparentemente ela poderia ter mais de uma espalhadas pelo corpo.

Fiquei encarando a garota até que ela me olhou e me deu um sorriso de canto, um pouco esperto, um pouco tímido.

ー O que uma mulher tão elegante como você faz aqui sozinha a essa hora? ー Ela me perguntou virando o rosto para a frente, afim de não me encarar.

ー Apenas aproveitando a madrugada com uma boa bebida, um ambiente com uma ótima música local e a minha insônia. ー Respondi girando o líquido no copo.

ー Todos esses homens velhos estão de olho em você. Onde está o seu companheiro? ー Agora ela me encarou, ainda sorrindo ー Não que isso seja da minha conta.

ー Você é apenas uma funcionária. ー Falei dando um gole no meu whisky, mas logo tornei a sorri, apenas para aliviar o peso das minhas palavras.

ー Você tem um ponto. ー Ela deu nos ombros ー Mas como funcionária e uma mulher, eu me preocupo com a sua integridade.

ー Que gentileza, devo dizer. ー Sorri mais ainda com sua cara de pau. Como poderia ser uma grande descarada? Aquilo não me irritava, me divertia. Toda aquela falsa preocupação.

ー You're welcome. ー Ela falou num sotaque americano bem ruim ー Como se chama?

ー Sharon. ー Respondi imediatamente. Não perguntei seu nome.

ー Não quer saber como me chamo? ー Ela perguntou e eu apenas dei nos ombros me servindo de mais um gole de whisky ー Você é interessante. Diga-me Sharon: cadê o seu companheiro?

ー Como sabe se tenho um companheiro ou não? ー Arqueei uma das sobrancelhas.

ー Uma mulher feito você não pode estar sozinha.

ー Pois veja bem, estou. ー Dei uma risada de leve.

ー Ainda bem então. ー Ela falou com o maior sorriso do mundo.

ー Como assim? ー Aquilo me deixou intrigada.

ー Se está sozinha é sinal de que posso flertar com você. ー Ela deixou o cigarro eletrônico de lado e me encarou com o olhar bem atento. Era como se ela tivesse jogado sua melhor cartada e por mais que isso fosse bem direto e ruim eu havia gostado da atitude. Possivelmente eu estava carente e aceitaria qualquer coisa que aquela mulher atenciosa me desse.

Japanese Beauty • Michaeng (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora