Prólogo 1

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Changbin manteve o rosto virado para cima, sentindo o quentinho dos raios de sol em sua pele bronzeada. Os curtos cabelos lisos balançaram com a leve brisa que passou a pouco, era tudo o que tinha direito naquela prisão masculina. Um pouco de sol e ar "fresco" era o que todos os presidiários tinham em suas saídas para o pátio, cercados pelas grades e sendo observados pelos policiais armados.

Fazia cerca de duas semanas que estava ali, comendo uma gororoba sem sal, dormindo em camas horríveis, e até mesmo já foi parar na solitária depois de uma briga com outro detento, não haviam muitas coisas para se fazer por ali. Mas dado ao fato de que a quantidade de funcionários estavam diminuindo, alguns presos desaparecendo e rumores estranhos, Changbin tinha certeza de que algo bem ruim iria acontecer.

E não demorou muito, um dos homens, um bem magro e claramente viciada em drogas, simplesmente esbarra em um outro detento e cai no chão. O mais forte vai para cima dele, senta em sua barriga e começa a socar o rosto pálido do loiro, um polícial rapidamente corre na direção da briga, as dezenas de homens presentes no pátio começam uma gritaria que logo se transforma em uma grande briga generalizada.

Alguns guardas também começaram a tentar separar com tudo, no entanto, sem que percebessem o corpo do viciado se levanta, os olhos mudaram para um bizarro tom amarelado, e a primeira vítima é feita; Um polícial loiro e musculoso, que acertava um jovem caído no chão com um cassetete, tem o braço segurado e mordido agressivamente.

O grito sai de sua garganta, mas apenas poucas pessoas em volta lhe dão atenção. A boca cheia de sangue do recém transformado tem em seus dentes um pedaço da carne alheia, o homem fardado tenta se defender com a arma que tem em mãos, acertando-o com força no rosto do morto, porém não parecia surtir efeito, ele continuava tentando lhe morder novamente. As unhas foram direcionadas para o pescoço do loiro, se enfiando ali e rasgando mais um pedaço de seu corpo.

O moreno via tudo, sentado em uma espécie de bancos de arquibancada feito de cimento, estava tremendamente espantado, travado no lugar sem saber como reagir. Seus olhos focam nos outros homens que também brigam, há muito sangue e violência. O recém morto largou o polícial e foi em direção a outra vítima, segurando fortemente os braços do outro e lançando sua boca contra o rosto dele, os dentes morderam seu nariz e arrancaram boa parte dele.

E de repente tudo virou um verdadeiro inferno, gente desesperada correndo e batendo em quem aparecesse em sua frente, pessoas fardadas atirando contra os presos. Changbin tentou se afastar o máximo que podia, apenas olhando o caos em sua frente, parou ao encostar na parede do topo da "escadaria" onde estava sentado, ali em cima a visão era ainda pior, mais detalhes podiam ser percebidos. Suas pernas tremeram, o estômago se revirou um pouco e ele rosnou ao dizer uma única frase antes de correr em direção à um polical morto e armado.

— Eu odeio o meu emprego!

Correu entre os corpos agitados e violentos, desviou da melhor forma que podia e se agachou em frente à um moreno fardado que segurava uma pistola. Changbin segurou a arma em mãos, mas o homem morto levantou em sua direção, os olhos arregalados e amarelados virados para si, Changbin podia jurar ter visto pavor nas expressões dele, no entanto, não esperou muito para descobrir, apontou o cano da pistola no peito do morto e atirou.

Nada aconteceu, o recém transformado continuava tentando se levantar e o morder. Atirou novamente, dessa vez no pescoço, sangue escorreu, respingou sobre seu rosto, mas ele ainda não estava realmente morto. Não vendo mais saida, e com um grupo de detentos furiosos juntamente de policiais e mortos vivos vindo em sua direção, Changbin dispara contra a testa do polícial e finalmente vê o corpo permanecer deitado no chão, sem vida.

Não era a primeira vez que tirava a vida de alguém, mas era a primeira em que matava um morto pela segunda vez. O homem não teve tempo de se martirizar, muito menos tentar entender toda aquela situação atípica, levantou exasperado quando mais um morto avançou em si, chutou o homem no peito segundos antes de apontar a pistola para sua cabeça e efetuar o disparo.

Mais um corpo foi ao chão.

Para todos os lados em que olhava, Changbin via sangue, gritos, tiros e horror, o mais profundo horror. Um novo disparo o desperta, levou um tiro de raspão no ombro esquerdo, ele geme de dor e se abaixa desviando das pessoas e também dos projéteis que não poupavam vítimas.

Meio agachado ele segue o caminho até as grades que cercam o pátio, seu plano era escalar e pular para o outro lado, no entanto, era provável que falhasse ou ainda pior, levasse um tiro fatal.

— Merda! — Xingou zangado.

Seus olhos miram a entrada do lugar, por onde muitos policiais vinham na intenção de conter as mortes no pátio, Changbin teve uma idéia arriscada, mas já não havia nada a perder, decidiu arriscar o que tinha; Sua vida.

Correu o mais rapido que podia, acertando socos e chutes em cada corpo que cruzava seu caminho, desviou de alguns mortos famintos e atirou em dois que ficaram próximos demais.

Se colocou atrás de um dos guardas que ficavam com as chaves, roubando as mesmas, se encolheu como podia tentando passar despercebido pela situação de mortos e policiais, procurou pelo corpo de um policial morto, e após enconta-lo o arrastou junto de si.

Com sorte, assim como muita cautela, conseguiu chegar na passagem. Se dirigiu a uma parte não muito movimentada e despiu o corpo morto do homem um pouco mais alto que si, suas mãos tremiam, suor escorria por todo lado, era a pior coisa que já presenciou, nunca viu tamanha violência na vida. Pessoas arrancando carne humana com os próprios dentes e unhas, devorando de forma desesperada, sem remorso ou pena.

Balançou a cabeça, não podia ficar parado, era sua vida que corria risco. E mesmo com todo o pavor em seu corpo pequeno, Changbin vestiu a farda do policial, pegou sua arma e munição, calçou as botas e partiu para sua liberdade. Correu e correu, desviou de pessoas, sequer notaram que ele era uma dos presos tamanha era a presa em ajudar e executar os causadores do problema. O coreano não reclamou, pelo contrário, agradecia silenciosamente por estar conseguindo fugir do lugar.

Após minutos de uma fuga desconhecida pelos outros, Changbin chega ao lado de fora, respira o ar para os pulmões por breves segundos antes de se dirigir ao estacionamento e pegar um dos carros. Não quis chamar atenção, então pegou o carro de algum funcionário, quebrou o vidro com um tiro, abriu a porta e fez uma ligação direta no veículo.

Minutos depois uma explosão ocorreu no pátio da prisão, porém o homem que fugia não estava mais perto de lá, ele dirigia em alta velocidade pela estrada, cada vez mais longe do lugar onde passou as últimas duas semanas.

Era seu momento de liberdade, mesmo que não fosse isso que o aguardava do lado de fora.

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Nos vemos no próximo capítulo!🙃

World kinda dead - ChangLix  !Hiatos!  Em Edição!Where stories live. Discover now