Cap.12 - Sete dias para o 'Grande Evento' (Parte II)

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E estava na cara que a alegria de Laila ia durar pouco...

Seu mundo literalmente despencou. 

Por mais que não soubesse com que o que lidava, ela jamais imaginaria que Matheo pudesse chegar a esse ponto...

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No início da tarde, Matheo voltou ao Castelo.

Assim que chegou, pediu para ser levado novamente ao Rei.

Como de costume, um dos guardas o acompanhou até a Sala de Despachos.

Quando se aproximavam da porta, escutaram um barulho estrondoso, quase ensurdecedor.

Uma das vigas de madeira, que segurava as enormes pedras do teto da Sala, desabou sem motivo aparente, próximo à grande mesa onde estava o Rei. Como se não bastasse, vigas menores e pedras de todos os tamanhos começaram a se desprender em sequência.

Matheo, no mesmo instante, invadiu a Sala e tirou Fernan, já debilitado, de lá, atingindo por várias pedras e vigas.

Erguendo-o nos braços sem dificuldade alguma, mesmo com a avantajada estatura do anfitrião, Matheo o colocou sentado no chão com a cabeça encostada na parede do corredor.

Fernan estava com o braço direito bem machucado, arranhões e pequenos hematomas na face e a perna direita, também atingida, sangrava bastante. Mas estava consciente.

— Meu rapaz, que sorte a minha tê-lo por perto... — apesar de seu estado, não economizou elogio ao protegido.

— Majestade, acho melhor levá-lo para o quarto. Guarda, vá buscar o doutor e avise a Rainha e os serviçais pra que venham socorrer o Rei. Estou subindo com ele agora. — em tom imperativo, já dando andamento à situação.

— Obrigado, meu caro. Você novamente salvou o dia.

E lá foi Matheo, carregando Fernan alguns lances escada acima, rumo aos aposentos reais.

Ele ajeitou o Rei em sua cama — um móvel imponente, adornado por um suntuoso dossel vermelho — pegou panos limpos que encontrou por ali e começou a limpar os ferimentos para tentar reter o sangue que escorria pela perna, oriundo de um corte mais profundo que os demais.

E não deu cinco minutos para que Isaboh mais os serviçais, incluindo Elisa, surgissem para averiguar o que acontecera ao Rei.

Assim que romperam pela porta do quarto, Matheo, com uma tranquilidade ímpar, pediu calma e começou a relatar o incidente.

A Rainha, lógico, não conseguia conter as lágrimas. Segurava as mãos do esposo e o beijava sem tréguas.

— E doutor Euclides? Já foram buscá-lo? — Isaboh tinha a voz embargada pelo choro.

— Sim, Majestade. Pedi ao guarda pra chamá-lo assim que os avisassem. — Matheo permanecia sereno.

— Mais uma vez obrigada, meu rapaz. Não sei o que seria de meu esposo sem o senhor por lá, no momento certo. — a Rainha agradece humildemente.

— Não foi nada, Majestade. Sempre às ordens. — devolve, em leve tom de deboche.

— Este rapaz de ouro novamente salvou o dia. — repetia Fernan o que disse minutos atrás, agora diante de Isaboh e dos demais.

A Rainha não falou mais nada. Só emitiu um raro e lisonjeiro sorriso para Matheo. Sorriso este que simbolizava o feito mais difícil que se pudesse obter dela — a sua incontestável aprovação.

Ele, vivido como era, reconheceu tal conquista no olhar de Isaboh.

Era mais uma etapa superada. Outra pequena vitória...

A Rainha não saía do lado do marido, emitindo ordens aos serviçais para que limpassem os ferimentos e o ajudassem com as vestimentas, cobertas, etc. Ela mesma colocou a mão na massa e cuidava dos pequenos cortes no rosto e na cabeça de Fernan.

Assim que se passaram os primeiros minutos e o Rei aparentava estar fora de perigo, apesar de doutor Euclides ainda não ter dado as caras, Isaboh imperou uma ordem à dama de companhia da princesa.

— Elisa, vá chamar Laila e conte sobre o acidente com cautela, pois sabe o quanto ela é apegada ao pai. Não quero que fique apavorada de antemão.

Matheo, ao escutar aquilo, abriu um indisfarçável sorriso de satisfação. Queria assistir da primeira fila a reação da filhinha mimada ao saber que, graças a ele, seu pai estava a salvo e vivo.

— Sim, Majestade. Agora mesmo. — e Elisa deixa o quarto a passos largos.

Só ela sabia do enorme problema que tinha nas mãos, já que a princesa saíra às escondidas para o treino com espadas.

A dama pegou o primeiro cavalo alojado na cocheira que pertencia à Guarda Real e colocou-se na estrada rumo ao Sítio dos Alcântaras.

Convocação indiscreta

O guarda incumbido de chamar o médico era um tanto quanto apavorado e escandaloso.

Ao bater à porta da casa do doutor, foi atendido pela esposa que o avisou sobre a ausência de Euclides, saído há algum tempo para fazer compras no pequeno comércio do Reino.

Em pânico com a notícia, o guarda correu até a Plaza Mayor, onde ficava a Hospedaria Los Dormientes e parte das lojas do comércio, e, sem discrição alguma, começou a perguntar para os que ali passavam:

— Por favor, senhores!!! Alguém sabe onde está doutor Euclides??! Preciso levá-lo às pressas para o Castelo!!! Preciso da ajuda de todos para localizar o doutor. O Rei está ferido e necessita dos cuidados dele, imediatamente!

Não haveria forma mais conturbada de chamar a atenção dos súditos e gerar comentários distorcidos sobre o estado de Fernan, que a adotada pelo infeliz.

Herbert estava na Taberna da Hospedaria e escutou o guarda indiscreto, o que o deixou bem preocupado. Coincidência ou não, desgraças vinham acometendo o Lar Real desde a chegada deles à LaViera.

— Pablo, Patrick! Venham comigo! Parece que o Rei se feriu gravemente. Tem um guarda maluco aqui na porta berrando pelo doutor.

Os dois imediatamente o seguiram.

Apesar do escândalo, a busca pelo médico acabou funcionando.

Euclides logo foi localizado. O guarda relatou-lhe o ocorrido. O doutor, entendendo a gravidade, imediatamente abortou o que fazia, passou com o guarda em sua residência para pegar os apetrechos profissionais e seguiu com ele para o Castelo. 

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Espero que continuem curtindo e, por favor... não deixem de me dizer suas opiniões...

É muito importante para mim...

Bjs!


(COMPLETO) Laila Dómini - Livro 1Where stories live. Discover now