Capítulo XII

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Capítulo XII

Olhei de um para o outro, em expectativa. Corinna e Antônio pareciam tão curiosos quanto eu, o que significava que aquela não era uma conversa pré-acordada.

Ao perceber que todos tinham a atenção presa em si, Giuseppe tomou fôlego e continuou:

-Bem, antes de continuar, eu queria dizer que eu faço essa proposta, senhora Sartori, sabendo e compreendendo que sua resposta pode ser um "não", e não quero que você se sinta pressionada a concordar, por qualquer motivo.

Corinna franziu os lábios, parecendo preocupada. Antônio também tinha uma careta confusa. Eu apenas olhava os três, sem parar, esperando uma continuidade da conversa.

Meu rosto estava quente e meu penteado começava a desmanchar.

Ao ver que nem Corinna ou Antônio iriam responder, Giuseppe continuou, sem graça:

-Bem, eu ando tendo alguns problemas em me ajustar à cidade, a rotina e os compromissos. São muitas tarefas a fazer por dia, e...

-Pode interromper-se por aí mesmo - Corinna se ergueu, franzindo as sobrancelhas - O senhor não está pensando em convidar meus meninos a se juntar ao exército, está, senhor Battaglia? Por que se essa for sua proposta, eu devo voltar para casa imediatamente.

Giuseppe arregalou os olhos.

-O que? Exército? De forma alguma, senhora Sartori! Me perdoe se me expressei mal, mas essa jamais foi minha intenção. Minha proposta é algo totalmente diferente.

Corinna suspirou, aliviada, e voltou a se sentar, pedindo que Giuseppe continuasse.

Giuseppe respirou fundo e eu percebi que ele parecia nervoso, ao tomar fôlego, e, finalmente, dizer:

-Senhora Sartori, eu gostaria de contratá-la.

Corinna pareceu em choque, não compreendendo, por um momento. Ela o observou por algum tempo, piscando os olhos, com a boca entreaberta.

-Como é? - murmurou.

-Eu quero que você seja minha governanta - Giuseppe disse - Eu preciso de alguém de confiança para organizar minha casa, meus funcionários.

-Senhor Battaglia - ela gaguejou, incerta de como prosseguir - Eu não sei o que dizer, não sei se posso aceitar, eu... Eu já tenho um trabalho, tenho alguns clientes, não sei se posso deixar para trás tudo isso, além de que sua casa é muito distante da minha, e... O dinheiro, eu... Me desculpe...

Giuseppe ergueu as mãos, em um gesto pedindo que ela se acalmasse. Ele lhe serviu um copo de água e escreveu algo em um papel.

-Corinna, como eu disse, não é minha intenção que você se sinta pressionada em aceitar minha proposta. Você perguntou sobre o dinheiro... - ele estendeu o papel, e, o que quer que estivesse escrito, fez Corinna arregalar os olhos.

-I-sso é alguma brincadeira? - ela murmurou. Eu não li o que estava escrito, mas conhecia Giuseppe bem o suficiente para saber que ele era bastante generoso nos salários - Senhor Battaglia...

-Bem, eu concordo que sua casa é um pouco distante, senhora Sartori, mas eu disponibilizarei um motorista particular para você, caso aceite. Mas acho que o ideal seria que vocês se acomodassem em uma casa nova. Tem a propriedade acoplada a este terreno, e também a casa amarela da rua debaixo, acho que iriam gostar.

Corinna parecia cada vez mais incrédula e zonza, a cada nova informação.

-Senhor Battaglia, você não está falando a verdade, está? - ela ofegou.

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