Prólogo

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05/03/1927 - 8 PM
Orfanato Wool

Era uma noite fria, fora do comum para aquela época do ano, ninguém se atrevia a sair de suas acomodações, nem mesmo as crianças daquele imenso casebre que aparentava nunca ter passado por uma reforma.

Contudo, um casal de mulheres caminhavam lado a lado com um saco rosa nos braços de uma delas, as duas peculiarmente choravam, ruidosamente enquanto caminhavam para perto do seu destino.

A senhora caminhava com seus saltos de boneca pelo corredor do segundo andar, o barulho retumbava em conjunto com o piso frio e feio, ela abria cada porta em que passava, abrindo a do quarto vinte e dois, onde uma criança em particular estava em silêncio, completo silêncio como sempre fazia.

Esse bebê em particular era irrevogavelmente o bebê mais bonito em que a mulher já havia visto, ele tinha lindos olhos azuis e cabelos pretos como a noite, sua pele branquinha o dava um contraste surpreendente.

- Criancinha, ainda acordado - ela adentra o vendo encarar o berço vazio em sua frente - você sente falta de uma companhia? - a senhora o questiona sorrindo e ele nem sequer se movia, ele estava de pé no berço, durinho em sua postura de bebê - ora essa, vamos deitando que já deu a sua hora - a mulher tenta o pegar, mas, a criança a encara negando com a cabeça e ameaçar chorar com as tentativas da mulher em o deitar no berço.

A mulher não entende, e quando fora tentar fazê-lo se deitar novamente, sons de batidas soa na porta de madeira velha do hall de entrada, a distraindo e ela se volta para a criança que continuava a observar o berço do outro lado.

- Vamos voltar para buscá-la, minha rosa, vamos voltar para você - uma das mulheres sussurrava baixinho enquanto a outra chorava ruidosamente segurando o bebê em que havia parido há poucas horas atrás - solte-a amor, não podemos ficar com ela agora, é perigoso, sabe que é muito perigoso nós três ficarmos juntas - a mulher sussurrava enquanto pegava a sua filha nos braços, seus olhos marejavam ela não queria, nenhuma delas queria, a bebê tão sorridente, sorria para as suas mães, as confortando mesmo tendo acabado de nascer...esse neném sorria.

Passos são escutados perto da porta, assim a mulher se abaixa, deixando a cestinha com a bebê, no degrau abaixo da porta e assim as duas mulheres se afastam correndo da porta.

A senhora abre sua porta, olhando para frente em busca de algo e quando iria fechar sua porta, um barulhinho baixo é escutado e assim ela olha para baixo, encontrando uma cestinha verde com um bebê dentro.

Ela se abaixa para pegar a cestinha com a criança, olhando para os dois lados da rua deserta, levando a criança para dentro do orfanato.

- Cole - a senhora chama pela diretora do lugar, que logo caminhava nervosamente para perto dela.

- Não me diga que é mais uma criatura abandonada, Helga - ela observa analiticamente o bebê, com uma feição impassível.

- Ela se chama, S/n Rose Yaxley - a mulher lê a breve cartinha que viera com a garotinha.

- Leve-a para algum quarto disponível, Helga - a mulher se afasta para voltar ao seu copo de whiskey.

Helga a levava para o único quarto disponível daquele lugar, abrindo a porta do quarto vinte e dois, ela estranha ao ver como os berços estavam próximos um do outro, ela não se recordava de ter...certo não importava.

- Sua nova companheira, Tom - ela mostra o bebê para a criancinha atenta de olhos azuis - ela se chama S/n Rose, é tão bonito quanto ela, não? - ela questiona ao deitar o bebezinho no berço - seja um bom menininho e cuide dela - a senhora afirma quando cobre a bebezinha com a mantinha verde em que ela viera e assim o outro bebê se deita observando a bebê, puxando sua própria coberta para cobri-lo.

A senhora Helga ri quando vê que ele também já havia aprendido isto, ele já havia aprendido a andar e descer do berço, assim como a comer sozinho...era um prodígio.

- Boa noite, crianças - ela apaga a luz do quarto, os deixando sozinhos com a luz que vinha do lampião da rua.

O bebê resmunga algo e o outro bebê a observa, estava com frio, ele sorri ao de alguma forma surpreendente atravessar o seu berço com o seu cobertor.

Deitando ao lado da bebê, que tinha lindos olhos (cor) abrindo um sorriso banguelinha para o bebê maior, o bebê maior se abaixa para perto do bebê dando algo próximo de uma lambida e um beijo nela.

Os dois dormem naquela noite, em silêncio e cobertos do frio cruel que atravessava os vidros quebrados do quarto, o bebê maior apoiando seu bracinho na parte da frente da pequena S/n, talvez fosse o instinto ou talvez...o destino.

Always You - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora