Capítulo Vinte e Sete

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Marlon Shipka:

Depois de auxiliar Otto nos preparativos, aproveitei para comer algo rapidamente antes de me dirigir à arena de treinos. Lá, encontrei os cavaleiros já se preparando, e me juntei a eles para orientar seus exercícios. Em seguida, dediquei um tempo especial para Alice, passando-lhe novas instruções e técnicas, com a esperança de que ela aprimorasse suas habilidades. Ao terminar, fui encontrar Dennis, que estava lutando para controlar sua magia. Com paciência, ajudei-o a canalizar sua energia de forma mais eficaz, percebendo o quanto ele estava determinado a dominar seus poderes.

Por fim, quando a noite já começava a cair, ajudei alguns empregados a levar minhas roupas para o quarto de Otto, o que parecia um gesto simples, mas que carregava um significado maior de proximidade e confiança. Enquanto subíamos as escadas com os braços carregados de tecidos, fiquei surpreso ao ver Arthur e Steven se aproximarem para ajudar. Eu não os via há dias, e sua presença foi um alívio inesperado.

Arthur, em sua imponente forma de urso, estava na arena, travando uma batalha intensa com os aprendizes. Ele os lançava ao longe com uma força impressionante, e o som de seus rugidos ecoava pelo local, fazendo com que os poucos que ainda estavam de pé se encolhessem de nervosismo. Quando Arthur terminou de derrotar o último oponente, ele se ergueu em toda a sua glória e, num gesto cômico, assobiou, provocando risadas e alívio entre os que observavam a cena.

Steven, sempre sereno, carregava uma expressão de calma que contrastava com a intensidade de Arthur. Juntos, eles ajudaram a carregar minhas coisas, e enquanto caminhávamos, compartilhei alguns momentos de conversa que nos lembraram do quanto nossas vidas estavam entrelaçadas, mesmo nos dias mais silenciosos.

— Arthur, cuidado com essa caixa! — alertei, mas no instante seguinte, a caixa escorregou de suas mãos e caiu no chão. Para nossa surpresa, uma pequena quantidade de cogumelos coloridos surgiu de dentro da caixa, começando a dançar alegremente pelo quarto.

— Você tem cogumelos dançarinos no seu quarto? — perguntou Arthur, olhando incrédulo para a cena que se desenrolava à sua frente.

— Comprei ontem e esqueci de diminuir o tamanho da caixa — expliquei, estalando os dedos com um toque de magia. Os cogumelos, obedientes, giraram graciosamente no ar antes de retornarem à caixa, que encolheu em minhas mãos. Peguei-a com cuidado e coloquei-a em uma das prateleiras do guarda-roupa, certificando-me de que estava bem guardada.

— Agora fiquei curioso com as outras coisas que você guarda no seu quarto — comentou Steven, com um olhar intrigado. Eu apenas dei de ombros, mantendo um ar de mistério.

— Tenho meus segredos — respondi, um sorriso largo e travesso se formando em meu rosto.

— Para que servem esses cogumelos dançantes? — perguntou Arthur, enquanto se transformava de volta em sua forma humana, os olhos ainda fixos nos pequenos fungos que agora descansavam pacificamente na prateleira.

— É para uma receita de um bolo maluco que encontrei em um livro antigo — expliquei, fechando a porta do guarda-roupa após colocar a última peça de roupa no lugar. — Fiquei curioso e quis tentar fazer, mas acabei esquecendo por causa da correria dos últimos dias.
Arthur riu, balançando a cabeça em descrença, mas com um sorriso no rosto.

— Você e suas invenções. Mal posso esperar para ver o que mais você vai tirar da manga.

Eu ri também, imaginando as possibilidades.

— Quem sabe, talvez você seja o primeiro a experimentar quando eu finalmente conseguir fazer esse bolo.

— Com isso, terminamos tudo — disse Steven, dando um último olhar ao quarto agora arrumado.

O bruxo imperadorOnde histórias criam vida. Descubra agora